Capítulo 31

2K 169 14
                                    

CAPÍTULO REVISADO. 


-Olá senhorita, o que deseja? -A moça atrás do balcão me perguntou gentilmente. Eu me encontrava agora dentro de um pet shop, a esperança de encontrar um animal para ser meu novo companheiro dentro daquela casa enorme. 

-Olá, eu queria adotar dois cachorrinhos mas não tenho ideia de como eu poderia fazer isso. 

-Que tal esses dois aqui? -Ela disse apontando para dois cachorros super fofos e assim que os olhei, foi amor a primeira vista. 

-Irei levá-los. -Falei já assinando os documentos necessários para adotar os mais novos membros da minha família. 

Eu já estava me sentindo absurdamente feliz com aquelas duas criaturinhas mais fofas que eram agora meus novos filhos e companheiros. Tenho certeza que quem me olhasse agora, me diria que eu estaria apaixonada por alguém, mal sabem que eu só estou feliz por levar eles para a minha casa nova. 

Algo bateu contra o meu corpo e eu já não sentia mais nada, o que estava acontecendo? Senti a coleira dos meus dois filhotes desprenderem da minha mão, eu não tinha mais forças para segurá-los. A minha visão foi escurecendo e ficando turva, meus olhos lutavam para se manterem abertos mas não consegui. 



• Desconhecido narrando •


Meu carro estava em alta velocidade e eu não estava ligando, eu apenas queria espairecer a minha cabeça pois a raiva já tinha me controlado nesse momento. Mas meu carro bateu em algo e eu não pude ver o que era, a pancada foi tão forte que meu airbag acionou, o que me fez bater a cabeça no vidro do carro me causando um corte feio e profundo. 

No chão havia marcas de sangue e dois cachorrinhos estavam deitados do lado de uma menina que eu não conseguia ver o rosto pois os seus enormes cabelos ruivos cobriam sua face.  Havia eu atropelado uma pessoa inocente por causa de uma briga idiota com alguém? A resposta para essa pergunta era sim! Nada me importava, só o bem estar daquela cidadã que parecia ser extremamente maravilhosa. 

Liguei imediatamente para uma ambulância e os acompanhei até o hospital, junto com os dois cachorros que haviam ali, os quais eu presumi que eram da moça que eu tinha acabado de atropelar. 

Haviam se passado horas dentro daquele hospital e o sentimento de culpa e tristeza se apossaram do meu corpo, deixando a raiva que eu sentia mais cedo completamente de lado. A angustia também era um sentimento presente em mim, meus braços estavam apoiados nos meus joelhos e minhas mãos esfregavam minhas têmporas, na esperança de me acalmar. 

-Parentes de Anne Stonne? -O médico que estava cuidando de Anne apareceu logo assim que soltei um suspiro longo. Eu conheci uma Anne no passado, eu era apaixonado por ela demais mas seria muita coincidência eu ter atropelado a mesma Anne que eu ainda amava. 

-Aqui. -Levantei-me ficando de frente para o médico, eu esperava o melhor para ela e desejei do fundo de minha alma que ela estivesse bem. Assim, eu ficaria mais aliviado. 

-Ela teve ferimentos muito graves e como osso de sua perna saiu para fora, ela fez uma cirurgia para colocar no lugar e usará pinos por dois meses seguidos. 

-Eu poderia vê-la? -Disse interrompendo o doutor. 

-Não, pois agora ela se encontra na UTI por conta do seu grave estado e não sairá tão cedo. Nós fizemos o possível para mantê-la acordada e extremamente bem, mas isso não foi possível realizar. Nossa equipe não tem um prazo já previsto para ela acordar. Há oitenta por cento de chances dela não sobreviver ao coma que ela está.  -Ele terminou de falar e eu entrei em desespero começando a chorar. Eu estava completamente preocupado com uma menina que mal conheço, uma garota inocente que acabou levando a culpa por algo idiota e sem noção que eu fiz. Se eu estava me sentindo inútil e imbecil neste momento? Claro que sim! 

-Rapaz, fique calmo pois iremos fazer de tudo para que a sua namorada fique viva. Trarei notícias mais tarde quando ela passar pela cirurgia. -Ele saiu andando em direção a uma sala que havia no final do corredor onde eu estava. Ouvi um toque soar dentro da bolsa de Anne e peguei seu celular atendendo a chamada recebida de sua mãe. 



-Oi filha! Estou com muitas saudades! -A mulher que eu poderia denominar mãe de Anne falou. A sua voz pra mim era conhecida, mas eu não sabia dizer quem era e como isso está acontecendo.

-Olá senhora Stonne, aqui não é sua filha e sim um amigo. 

-Aonde está a minha filha? 

-Eu tenho uma notícia para te dar mas preciso que você se mantenha calma em relação a tudo o que eu irei dizer. 

-Rapaz, você está me assustando! Eu quero saber aonde a minha filha esta! -Disse ela desesperada e por um momento pude sentir a dor daquela mãe. 

-Senhora, por favor se acalme. Anne sofreu um acidente pois foi atropelada por mim, eu me encontrava em alta velocidade e acabei não vendo ela e seus cachorros. -Falei com a voz trêmula e quase chorando, eu já podia ouvir os soluços da mãe de Anne do outro lado da linha e aquilo partiu meu coração. -Ela está em coma por tempo indeterminado.

- O QUÊ!? -Gritou. - A minha filha está em um hospital por sua causa! Você sabe o quanto é ruim saber que sua filha está a quilômetros de distância longe de você dentro de um hospital e você não pode fazer absolutamente nada em relação a isso? Não, você não sabe. Por que estava andando em alta velocidade? Você não sabe as normas de trânsito ou que poderia causar mal a alguém igual fez com minha filha? 

-Eu estou desesperado também, pois não queria que isso tivesse acontecido. 

-Só preciso ver minha filha e abraçá-la! -Ela disse chorando desesperadamente. 

-Aonde a senhora está? Eu pagarei a sua passagem e a do pai dela, ou de quem precisar. 

-Eu estou no Brasil, não precisa pagar a do pai dela pois ele...morreu. Apenas a minha, a do seu irmão e a de sua amiga. 

-Sinto muito, eu não sabia! 

-Não sinta, pois você mão teve culpa. 



Além dos CortesOnde histórias criam vida. Descubra agora