Capítulo 48

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CAPÍTULO REVISADO. 




Anne




Abra os seus olhos e veja o Sol nascer novamente. Abra os seus olhos e contemple a manhã seguinte, aproveitando cada segundo do ar ou cada segundo de um amor profundo. O escuro é uma coisa a qual eu sei que não devo mais temer, nem ao frio inexplicável que estou sentindo. O teto branco e o resto do quarto o qual eu me situava, iluminava todo o resto. Eu estava no céu? Um silêncio profundo e a janela aberta, talvez agora eu saiba o porquê de está tão frio. Apenas eu no quarto com móveis invisíveis e aparelhos desligados. 

A minha cabeça doía, assim como tudo o que estava dentro de mim. Desde a minha carne até cada célula do meu corpo. Era uma coisa sem lógica, mas talvez fosse possível eu voltar a vida. Temos mais medo de viver do que morrer. Eu ainda me lembrava de vagas coisas que eu tinha visto no meu tal sonho -se é que podemos chamá-lo desse jeito- que acabei tendo quando eu...

Era uma paz grande que eu estava sentindo e foi como se toda a minha dor já estivesse ido embora. Ela foi sugada por todos os abraços que ganhei  de quem eu amo. A dor física agora era muito maior do que a interna e parecia que eu tinha caído de um prédio de vinte e três andares. O silêncio é a melhor maneira de poder pensar na sua vida, se é que estou em uma. Será que tem alguém nesse lugar aonde estou ou só eu? 

A porta se abriu e logo três enfermeiros entraram com uma maca de ferro no quarto. Eles me olharam e viram que eu estava acordada e sem entender o que realmente estava acontecendo. O medo e o espanto eram presentes nos seus rostos e logo um médico adentrou o local. 

-Senhorita, está se sentindo bem? -O médico me perguntou espantado. 

-Sim, apenas muita dor no corpo. 

-Tudo bem, eu irei fazer alguns exames em você para ver se está tudo bem e chamar os seus familiares. 




(...)



-Realmente é um milagre a nossa paciente Anne acordar depois de termos concluído que seu corpo não aguentaria mais de quatro dias. Peço-lhes desculpas pelo erro de nossa equipe que acabou passando despercebido por todos nós. A veia do seu coração não está nos seus melhores dias mas também não está em um dos seus piores. Ela terá de ficar em observação no hospital por um tempo para podermos checar se tudo está ocorrendo bem ou se há algum problema. Estamos diante de um milagre. -O médico sorriu enquanto dizia isso á mim e a minha mãe. Ele falou mais algumas coisas com minha mãe e saiu do quarto. 

-Minha filha, você tem noção do susto que me deu? Desde que eu soube que o seu irmão morreu eu não parava de chorar. É tão dolorido perder os seus dois filhos queridos e seu marido! 

-Mãe, me desculpa. Eu estou aqui agora e isso é o que importa. -Falei tentando reconfortá-lá. 

-Sim, eu sei. -Disse enxugando suas lágrimas. -Tem alguém aqui que quer muito vê-lá. Abriu a porta e lá estava ele. 

Seus cabelos desgrenhados e o rosto pálido. Os lábios sem cores e os olhos fundos de tantas lágrimas derramadas. Era visível o sofrimento de Niall por mim e por toda essa situação complicada que nos meti. Nossos olhos se encontraram de uma forma que eu já mais tinha presenciado e todos os sentimentos que eu tinha por ele estavam a flor da pele. Nenhum de nós falou algo ou se quer se moveu. Ele ainda se encontrava parado a minha frente, na ponta da minha cama, me olhando sem parar. Tudo o que eu mais queria era saber o que estava passando em sua cabeça agora, para estar desse jeito. Talvez o choque tenha sido muito grande. As lembranças do que eu e ele tivemos se passou na minha cabeça como um filme dos anos sessenta, rapidamente e em preto e branco. Era a nossa história e parte de mim.

-Me desculpa. -Falei depois de termos ficado nos encarando sem piscar por uns 10 minutos.

-Eu te amo! -O choque foi grande e eu só saí do transe quando ele me beijou. 





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