Prólogo

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*Narrada por Anahí Portilla

É incrível como a maioria das pessoas dá dicas de viagem ou de uma nova forma de dieta em suas páginas, coisas que presumem ajudar os outros ou render comentários divertidos. Eu dou receitas de como tirar pedras do rim com um método caseiro e com o mínimo de dor, não me julgue: sou uma hipocondriaca assumida e diagnosticada.

Minhas mãos, por exemplo, estão sempre geladas porque sem dúvidas tenho síndrome de Raynaud! Faz todo sentido, não faz? Pois para mim faz, e isso basta.

O que poderia acontecer de ruim? Eu estava prestes a fazer um teste de gravidez e me perguntando o que poderia acontecer de ruim? Eu só posso ter caído do berço e batido a cabeça gravemente quando era criança. Só pode ser isso. E a descabeçada da minha mãe nunca me contou para não me dar a certeza de que algum dia terei mesmo um aneurisma. Ai minha Santa Channel do Pretinho Básico, não me desampara!

Eu admito que tenho uma certa tendência para o excesso ao avaliar situações. É aquele tal pessimismo hipocondríaco que não me deixa fazer avaliações razoáveis. Ainda bem que não sou analista de risco de nenhuma corretora de seguros, pois com certeza, minha carreira não iria muito longe ou todas as pessoas seriam consideradas, por mim, homens-bomba em potencial.

Nunca vi uma mulher grávida se vestir com estilo. Protege-me dessa vez, que eu prometo nunca mais usar aquele pijama horroso preto com vermelho na vida. Amém!

Tenho certeza do amor de Alfonso por mim. Aliás, o amor que ele sente por mim é o tipo mais generoso. Aquele tipo de amor que aceita o outro exatamente como ele é. Pacote completo, com todos os defeitos, todas as chatices, as estranhezas e, no meu caso, a hipocondria. Eu também o amo tanto! Amo até perder o fôlego. Amo até flutuar.

Estréia ao fim de Perfeição.

*baseada na obra de Drica Pinotti

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