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- Alfonso eu - respondi trêmula - Não posso aceitar, nós acabamos de nos conhecer e ai meu Deus - pousei a mão nos lábios, o encarando com os olhos arregalados.

- Escuta, quero que me escute - tocou meu queixo com as pontas dos dedos. A voz era intensa e o olhar profundo. As palavras eram desesperadas e a mente dele parecia pulsar em busca de argumentos convincentes o suficiente.

- O que você quer falar? - encarei-o curiosa, pousando a caixa sobre meu colo.

- Que você é incrível! - ele deu um dos sorrisos mais lindos que já havia dado, me fazendo estremecer cada fibra do meu ser - Que eu amei você desde o primeiro momento, desde o primeiro dia em que coloquei meus olhos em você. Você é tudo o que sempre esperei, aliás, o que nem esperava mais encontrar, e ao que tudo indica, o destino resolveu me recompensar de alguma forma.

- Alfonso, é complicado - mordo os lábios enquanto meus olhos se concentravam em fitar minhas mãos entrelaçadas as dele - Talvez você nunca entenda, mas eu - fui interrompida.

- Mas você não pode superar o mal que Rodrigo te fez? - levantou meu rosto e eu o encarei surpresa, num misto de curiosidade por me dar conta que ele sabia o que havia de passado entre Rodrigo e eu - Ele foi um canalha Anahí - cuspiu as palavras - Eu jamais - segurou meu rosto entre as mãos - Ouviu? Jamais seria capaz de fazer nada que fosse machucar você. Eu só quero te proteger, te dar todo o meu amor pois eu sei que é disso que você precisa para superar tudo. Apenas isso.

- Como você sabe disso? - estreitei os olhos, confusa.

- Maite me disse quando estávamos - o interrompi, irada.

- Maite não tinha esse direito - esbravejei, ficando em pé - Ela é minha melhor amiga, eu confiei nela cegamente. Ela não podia ter exposto assim isso, principalmente pra você.

- Annie, senta por favor - segurou minha mão enquanto eu a soltava lentamente.

- Eu já vou, desculpa não poder suprir as suas expectativas Alfonso, talvez você tenha se enganado ao meu respeito - estendi a caixa para ele que a pegou, relutante - Você merece alguém com quem possa formar uma família, alguem que possa te dar um futuro, não perca seu tempo comigo.

Virei as costas andando entre as arquibancadas, sendo seguida por Alfonso que tinha um desespero estampado no rosto. Desespero de quem havia feito uma grande burrada.

- Desculpa eu, desculpa - pedi ao senhor, quando o fiz derrubar o copo de refrigerante que carregava - Toma - estendi-lhe dois dólares.

Assim que sai do estádio, não avistei mais Alfonso. Peguei o primeiro táxi sentido Manhatan. Ao escorar meu rosto na vidraça da janela, coloquei-me a pensar em como jamais imaginei me sentir vulnerável daquela forma. Eu parecia uma garotinha de seis anos que havia descoberto que Papai Noel era uma lenda de Natal. Me permiti chorar baixo por alguns segundos, até que o motorista me ofereceu um lenço, em um gesto singelo, assim que o carro parou no farol. Foi então que percebi a moto de Alfonso logo atrás e os grossos pingos de chuva que haviam acabado de começar a cair.

- Droga - murmurei a mim mesma assim que ele se aproximou ainda mais do táxi.

Não demoramos a chegar em frente ao prédio, tentei em vão correr o máximo que pude para evitar os pingos de chuva, mas a mão de Alfonso foi mais rápida, e me puxou com agilidade pra próximo dele.

- Eu já disse pra você esquecer essa história - disse, já sentindo a chuva começar a molhar meus cabelos. Alfonso já estava completamente ensopado.

- Annie, eu quero apenas uma chance, uma chance pra te fazer feliz, porque você não pode me dar isso, caramba!

- Você não entende, eu não posso, eu gosto de você, mas as coisas não podem acontecer porque eu - me interrompeu.

- Porque você não pode me dar um filho? Esses são os seus argumentos? Anahí, eu não sou um moleque, eu sou um homem. Jamais seria como Rodrigo porque eu simplesmente não sou o Rodrigo - pegou meu rosto me obrigando a encara-lo - Eu sou Alfonso, e eu preciso que confie em mim, preciso que saiba que amo você.

- Alfonso eu...

E então sem mais palavras, ele juntou os lábios aos meus em um beijo desesperado. Suas mãos agilmente invadiram os meus cabelos molhados, enquanto a chuva recaía sobre nosso corpos.

Alfonso sondou minha cintura com as mãos, aprofundando ainda mais o beijo, pegou-me no colo sem descolar nossos lábios e adentrou o prédio assim mesmo, comigo em seu colo, ambos completamente molhados.

Adentramos o elevador, e os dedos apertavam o botão com urgência sem largar meus lábios por um segundo sequer. Assim que chegamos ao nosso andar, ele girou as chaves na pronta, abrindo o próprio apartamento, enquanto eu já no chão, era conduzida para o lado de dentro.

Segundos depois eu estava prensada contra a parede, completamente entregue aos beijos de Alfonso que agora eram distribuídos pelo meu pescoço com maestria, enquanto minhas mãos arrancava o moletom molhado e arranhavam-lhe as costas com delicadeza.

- Você vai me enlouquecer - ele murmurou entre um beijo e outro - Se quiser parar é só - o interrompi.

- Nem ouse fazer isso - adverti.

Frações de segundos depois ja estávamos novamente grudados. Minha blusa fora parar no chão, assim como meu sutiã. A boca dele escorregou pela minha pele molhada, abocanhando um dos meus seios com desejo e luxúria.

Um gemido baixo saltou dos meus lábios, dando a Alfonso um sorriso de satisfação. Então ele me pegou pela cintura encaixando minhas pernas em seus quadris. Me conduziu até o quarto, deitando-me sobre a cama com sutileza. Deitou o corpo sobre o meu, e arrancou minha calça, enquanto minhas mãos abriam o botão da calça dele com agilidade. Ele me segurou pelos cabelos, dando leves chupões pelo meu pescoço desnudo e eu brincava com uma das mãos dentro da cueca dele, acariciando seu membro rígido.

A boca dele tornou a descer, e seus lábios brincaram entre as minhas coxas, depositando pequenos beijos por ali. Tirou minha calcinha, enquanto eu ofegava, e a língua mais do que de pressa, começou a passear pelo meu clitóris. Minha mão agarrou os cabelos dele enquanto eu gemia, dessa vez mais alto. Alfonso investia com a linha dentro de mim, como se fosse capaz de me penetrar com ela. Eu estava praticamente enlouquecendo.

- Eu preciso de você - disse, com a voz entrecortada, assim que ele colou a testa e o corpo ainda molhado ao meu.

- Você me quer? - ele pediu, sensualmente com a boca no meu ouvido.

- Mais do que tudo - sussurrei.

Sem pedir licença Alfonso me penetrou, fazendo-me quase gritar de prazer. Começou investindo devagar, suas mãos apertavam meus seios enquanto ele sussurrava coisas no meu ouvido. Minhas mãos tornaram a arranhar suas costas, dessa vez sem nenhuma gentileza. Então ele passou a investir mais depressa, uma mão segurava minha cintura enquanto a outra apertava minha bunda com força. Eu segurava-o pelo pescoço, meus seios roçando no peito dele. Não demorou até que gozassemos juntos.

Alfonso então me aninhou no peito dele, distribuindo pequenos beijos pelas minhas costas carinhosamente, enquanto suas mãos enlaçavam-me pela barriga. Foi então que senti algo inexplicável que talvez nem coubesse mais dentro de mim. O medo fora embora, aquele era o momento. Eu tinha certeza.
Virei de frente para Alfonso e o beijei, com tudo aquilo que eu estava sentindo. Eu não precisava dizer nada. Ele sabia.

Eu seria dele. Dele e de mais ninguém.

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