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- Bem - murmurei mordendo os lábios, aflita - Você tem certeza que isso vai dar certo?

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- Bem - murmurei mordendo os lábios, aflita - Você tem certeza que isso vai dar certo?

Alfonso ria, enquanto eu tentava me equilibrar sobre os patins do imenso lago da mansão de Thomas em Hamptons, alguns meses depois. Era uma espécie de convenção do escritório, um encontro entre todos os membros do escritório na casa de férias do chefe. Thomas afirmava que era saudável para a equipe esse tipo de entrosamento, mesmo eu achando completamente desnecessário. Alfonso concordou em vir comigo, pois caso contrário eu seria capaz de inventar uma gripe, uma virose ou até mesmo uma queda da escada para não ter que aguentar todo aquele blábláblá motivacional que com toda certeza rolaria do café-da-manhã ao happy hour. Christopher praticamente implorou para que eu ou trouxesse com a desculpa de que "fazia um bom tempo que não patinava, nem via neve, e seria bom para....", como se eu e a torcida dos Dodgers não soubéssemos que era só uma desculpa sem criatividade para se aproximar de Dulce.

- É claro que vai - sorriu de canto, estendendo uma das mãos pra mim - Basta você ficar firme e se concentrar.

- Fazem mais de dois anos que não faço isso, com certeza não foi uma boa idéia - reclamei, agarrada ao punho dele que tentava fazer uma espécie de alavanca para que eu sentisse um pouco mais de segurança.

- Você não confia em mim? - pediu.

- Eu confio - assenti - O que eu não confio é nos meus dons pra patinar - justifiquei e ele riu novamente, dessa vez gargalhando enquanto tombava a cabeça pra trás.

- É só você relaxar e....

- Ei covardona! - Maite gritou, agarrada a Dulce, as duas de braços dados girando em um ritmo frenético, enquanto pareciam simular uma coreografia previamente ensaiada - Você já foi mais corajosa.

- Da pra vocês pararem de falar - gritei - Eu estou tentando me concentrar aqui - disse sem desgrudar os olhos das mãos de Alfonso.

- Acho melhor você desistir Alfonso - provocou Dulce - Anahí nunca foi boa nos patins, é capaz de cair e levar ela com você - riu.

- Não liga pra elas - ele começou a deslizar pelo gelo, me levando consequentemente consigo. Alguns minutos depois, eu já estava acostumada, e já patinávamos facilmente pelo lado, hora de mãos dadas, hora com ele me abraçando pelos ombros.

- Chupa essa manga bem azeda, Dulce Maria - dei a língua a ela que riu, achando graça, assim que passamos por ela com toda a tranquilidade do mundo.

- Até Chloe se sairia melhor do que você - deu um gole na bebida que Blake trouxera e deixara sobre um banco de madeira que havia ali. Percebi que não era uma provocação, e sim uma constatação.

- Chloe adoraria estar aqui - sorri para Alfonso - Com certeza enlouqueceria em meio a toda essa neve.

- Sem dúvidas teríamos um boneco de neve gigante em frente a casa - deu um meio sorriso, beijando o topo da minha cabeça.

- Quanto falta para abrir o bistrô? - pedi, despretensiosamente.

- Uma ou duas semanas, já estamos nos acabamentos finais - comentou - Não acho que vá demorar muito mais do que isso - assenti - Mas você sabe como são essas prestadoras de serviço, sempre temos que estar preparados para dilatar o prazo. Sem falar que ainda tenho que contatar alguns fornecedores, começar a seleção de funcionários....

- Você vai tirar de letra - sorri, carinhosamente - Vai ser um sucesso!

- Espero verdadeiramente que sim - retribuiu o sorriso - É meu sonho virando realidade.

- Te amo - selei os lábios com os dele, enquanto paramos em um ponto qualquer.

- Eu também amo você - colocou uma mexa do meu cabelo, descoberta pela toca atrás da orelha - Eu acho que você devia tentar um giro - sugeriu e eu gargalhei.

- Você só pode estar maluco - neguei veemente.

- É simples, me dá a sua mão - estendi o braço, completamente nervosa - E só você fechar os braços, como se abraçasse os ombros com as mãos cruzadas - girou facilmente - Assim! Viu como é simples?

- Eu não vou fazer isso - neguei outra vez, rindo.

- Amor, qual é? Tenta! - brincou, enquanto bati meus olhos sobre , a mercedes preta de Chace que estacionava, bem em frente aos portões de madeira da casa.

- Eu não vou fazer isso, definitivamente - dei um meio sorriso, e ele negou.

- Me da a sua mão, eu vou te ajudar - suspirei cedendo.

- Tudo bem - concordei - Mas saiba que se eu cair e quebrar algum osso do meu corpo, a culpa será inteiramente sua - ele riu.

- Nada vai acontecer - afirmou - Porque está tão insegura hoje amor? - me abraçou por trás - Pronta?

- Tudo bem - fechei os olhos me deixando ser conduzida.

- Lá vamos nós - girou abraçado a mim, as mãos pousadas na minha cintura. Alguns segundos depois o senti me soltar, me deixando assustada, a princípio. Então abri os olhos e meus pés se chocaram ao me deparar com nosso espectador ali, diante dos meus olhos. Não fosse as mãos dele me segurarem, meu corpo teria ido diretamente de encontro com o gelo do lago.

- Outra vez? - sorriu sarcástico - Parece que estou destinado mesmo a salvar a sua vida não é An?

O Antídoto Onde histórias criam vida. Descubra agora