014

1.6K 104 3
                                    


Então eu a abracei, abaixando na altura dela, ainda sem graça pela chegada repentina, principalmente quando eu já me preparava para ir embora. Assim que levantei Chloe me agarrou pela mão, depois de toda aquela demonstração de carinho, o segurança não seria capaz de opor minha entrada outra vez.

Quando subi os olhos, Alfonso nos observava sorrindo. Ele estava tão lindo! Os olhos pareciam adquirir um tom ainda mais intrigante, a barba bem feita, os cabelos úmidos. Se não estivessemos em meio a uma festa infantil, eu seria capaz de ter idéias pecaminosas.

- Oi Anahí - ele sorriu me cumprimentando - Já estava pensando que não viria mais - lamentou com pesar. Preferi não mencionar o pequeno contratempo, ele estava completamente radiante, e eu não queria incomodá-lo com algo tão superficial.

- Eu acabei me atrasando, o trânsito estava terrível - sorri sem graça, vendo que Chloe olhava atenta para o pacote que eu tinha em mãos. Era cor de rosa com corações e tinha um belo laço branco - Isso é pra você! - abaixei entregando o embrulho a ela.

A garotinha se esforçou por alguns minutos, brigando com o laço, enquanto eu e Alfonso nos limitamos a rir.

- Você quer ajuda? - o pai pediu e ela tratou logo de negar.

- Porque você não senta ali - apontei um pequeno degrau, em um cantinho discreto - Vai ser mas fácil! - sugeri e ela aceitou de bom grado.

- Pelo jeito o seu presente foi o mais esperado - ele comentou ao pé do meu ouvido e eu senti o corpo arrepiar pela proximidade daquela voz.

- Ela é uma criança, é normal que fique curiosa - tentei justificar.

Assim que Chloe conseguiu abrir o imenso embrulho, tirou dele uma boneca de pano. Ela tinha trancinhas castanhas, olhos azuis e um vestidinho rosa que combinava com os sapatinhos da mesma cor. Ela apertou-a contra o peito, inalando o cheirinho de morango que saía dela.

- Ela tem cheiro de morango - disse toda empolgada mostrando a mais nova amiga ao pai.

- Você gostou? - ele pediu e ela assentiu - E como se diz?

- Obrigada Tia - ela sorriu com todos aqueles dentes brancos invejáveis, e então enlaçou as pequenas mãos no meu pescoço, depositando um beijo molhado no meu rosto. E eu pela primeira vez, sorri diante de um gesto como aquele.

- Vamos - tentei empolgá-la - Agora você tem que escolher um nome pra sua nova filha.

- Hmmmmm ela pode se chamar Ana.

- E porque Ana? - pedi curiosa.

- Porque ela se parece com você tia, olha só - colocou a boneca do meu lado - Elas não são parecidas papai?

Alfonso sorriu, era um dos sorrisos mais lindos que ele já dera na minha presença.

- São sim filha, as duas são incrivelmente lindas.

Eu o olhei boba. Já devia ter variado entre uns vinte tons de vermelho. Alfonso era a única pessoa no mundo todo que conseguia me deixar tímida, envergonhada, capaz até mesmo de esquecer como se faziam coisas triviais como andar, ou responder a uma pergunta qualquer.

A cerimonialista já anunciava que a tão esperada hora dos parabéns se aproximava. Eu já estava prestes a procurar meu irmão pelo salão, quando senti aquela mão inconfundível puxar-me pela cintura e sussurrar ao meu ouvido: eu estou a cada dia mais apaixonado por você.

_
Gente, sorry postar dois capítulos curtinhos, mas era um só e o whatppad cortou :(
Espero que entendam ❤
Beijão e obrigada pelos comentários, las quiero demasiado.

O Antídoto Onde histórias criam vida. Descubra agora