Anahí Portilla é uma garota nova-iorquina de 27 anos. Moderna e bem-sucedida, ela só quer uma coisa da vida: ser feliz! No entanto, quando não está tentando salvar o mundo - ela é advogada de uma ONG que trata de assuntos ambientais - ela está lutan...
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- Significa "presente de Deus", "dádiva divina" - lancei um sorriso a Poncho que alisava o pelo de Julie, a cachorrinha que Chloe havia ganhado do "tio Ucker" a duas semanas. Ela é meu irmão se adoravam, eram dois chicletes grudados. Poncho até fazia birra as vezes por puro ciúmes - Ta ai, gostei!
- Eu sei que tenho bom gosto amor.
Dei um gole no chá, rindo gostosamente.
- Papai - Chloe pediu, distraída vindo até a sala, enquanto os cabelos caíam sobre os olhos - Você pega a minha boneca que está encima do guarda-roupa?
- Você não tem outras bonecas não? - franziu o cenho com preguiça. Eu ri, Chloe fez cara feia - Tudo bem, vamos até lá! - levantou.
- Vem Julie - ela chamou a filhote pelo nome - Papai! - ralhou ela no meio do caminho - Porque ela não vem? - cruzou os braços na altura do peito emburrada. O pai sorriu, compreenssivo.
- Porque ela é pequena! Quando você era pequena você também não andava, e tínhamos que leva e você no colo por todo lugar - disse a ela, que parecia atenta - E seu irmão também não vai andar, só depois que ele crescer um pouco.
Chloe sentou-se no tapete rosa do quarto, enquanto Alfonso tateava encima do guarda-roupa em busca da dita boneca. Assim que a encontrou, entregou-a a ela, que levou um dedo a boca.
- Papai.
- O que foi princesa? - pediu docemente.
- Será que - ela abaixou o olhar, visando as próprias mãos pequeninas que estavam depositadas sobre seu colo - Será que depois que o bebê nascer a tia Annie não vai mais ligar pra mim?
Poncho ficou comovido. Abaixou, sentando com pernas de índio em frente a ela.
- Porque você acha isso? - acariciou-lhe os cabelos com a mão.
- Porque agora eu não vou ser mais o bebê - lamentou - E vocês vão ter outro filhinho. E não vão mais gostar de mim.
E então ela chorou, um choro de cortar o coração. Assim que ouvi as lágrimas, segui até o quarto, e fiquei ouvindo o que diziam, do batente da porta.
- Calma princesa - enxugou as lágrimas do pequeno rosto em formato de coração - Quem foi que disse isso pra você?
A pequena mordeu os lábios indecisa sobre contar a verdade.
- A mamãe.
Poncho esmurrou o tapete, os punhos cerrados, e eu quase engasguei tamanha raiva que estava sentindo. Que espécie de mãe faria isso com uma criança tão pequena e indefesa como Chloe?
- Princesa, nos jamais vamos deixar de gostar de você. Nós te amamos! Você sempre vai ser a nossa princesinha - beijou o nariz dela que sorriu.
- Você é a nossa alegria - me intrometi na conversa, e Poncho me chamou com a mão, sorrindo, então me sentei entre as suas pernas, no tapete - Você pode não ter saído da minha barriguinha - toquei-lhe o rosto, com a ponta dos dedos - Mas você é minha filinha do coração. E sempre vai ser. Jamais vou esquecer você porque eu te amo muito - sorri emocionada.
Ela engatinhou até meu colo, sentando as pernas sobre as minhas enquanto os bracinhos enlaçavam o meu pescoço, abraçando forte.
- Tia Annie - sussurrou, baixinho.
- O que foi meu amor?
Fechou as mãos no meu ouvido, e como um segredo sussurrou.
- Você também é minha mamãe do coração.
Uma lágrima deslizou pela minha bochecha, e Poncho a secou com um beijo delicado. Enquanto sorria, visivelmente emocionado com a cena. Eu, anteriormente diria que aquilo estava errado, que eu não tinha direito de me apossar assim de Chloe, que eu não era sua mãe, de fato não era, e que aquilo tudo só faria confundir a pequena cabecinha dela. Mas ela era uma criança tão adorável! Carente, confusa, vulnerável. Eu so queria dar a ela um pouco do amor que eu mesma nunca recebera. Um amor de mãe que trança o cabelo, ajuda na lição de casa, pra quem a gente pode contar os maiores segredos do mundo. E mesmo sem nenhum referencial, eu sei que me sairia bem, porque não tem como algo dar errado quando o fazemos com o coração.
- Obrigada - sussurrei a Poncho que sorriu.
- Pelo que?
- Por me trazer de volta a vida. Por me dar uma família, por me amar da maneira mais generosa que existe. Aquela que aceita defeitos, excessos e confusões.
- Eu te amo como a minha vida - beijou minha mão - E vou te proteger e te guardar por todos os dias dela.
- Ai meu Deus - levei a mão até a boca, emocionada, enquanto a outra repousou sobre a minha barriga.
- O que houve? - olhou assustado - Você está se sentindo bem? Está com alguma dor? Aconteceu algo com o....
- Amor, calma - sorri, o tranquilizando - Foi o bebê. Ele mexeu.
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- Julie! Solta - briguei com ela tentando apanhar o controle remoto que ela tinha na boca - Volta aqui, agora!
Corri até ela, que se escondeu embaixo da cama. Então a campainha soou.
- Eu vou atender a porta, mas quando eu voltar, você estará encrencada mocinha.
Vesti um roupão indo até a porta, Alfonso e Clhoe brincavam no playground e eu preferi ficar em casa e tomar um banho quente. Estava com dor nas costas por conta do peso da barriga.
Girei a maçaneta devagar.
- Até que enfim - ela murmurou com desdém - Cadê a minha filha? Eu não tenho o dia todo.
A loira me fitou de cima abaixo, os olhos passeando sem nenhuma cerimônia.
- Entra, foi bom você ter vindo, temos algo pra conversar - dei espaço para ela, que prontamente rejeitou.
- Eu não tenho absolutamente nada a falar com você - cruzou os braços, entediada - Meu assunto é com Poncho, e se puder chamá-lo, por gentileza - estalou um dedo, como se estivesse me dando ordens - Meu namorado ja deve estar exausto de esperar.
Em um movimento rápido puxei-a com raiva pelo pulso, a arrastando pra dentro do apartamento.
- Eu não me importo se você tem pressa. Você vai me ouvir, e vai ser agora! - praticamente gritei - Quem você pensa que é pra falar tantas besteiras para Chloe? Você é um monstro!
- Escuta aqui Anahí, eu - a interrompi.
- Não, escuta aqui você! - aumentei o tom de voz - Eu não vou admitir isso, você não vai fazer mais mal a ela do que já fez. Eu não vou admitir, está ouvindo?
Gente, ainda estou no hospital. Previsão de alta pra amanhã! 🎉🙌 Consegui escrever esse Cap! Espero que gostem.