Epílogo

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Como tudo na vida a minha história também tinha que ter um final. Aqui do alto consigo ver inúmeras coisas. Dulce brigando com Christopher enquanto ele demora pra por a bagagem no porta malas. Os dois, agora casados, indo passar o verão em Venance Beach e Palm Springs. Maite e Mane de La Parra. Isso mesmo, o ex-atual com quem ela divide um apartamento no mesmo condomínio de Dulce. Edward correndo atrás de Thomas. O pequeno filho de 1 anos que ele e Leighton tiveram logo no começo da primavera. Theo a adora, como se fosse uma segunda mãe, mas adora principalmente as tortas de maçã com açúcar caramelizado que ela manda por Alfonso, sempre que os dois se cruzam nos corredores.

Mamãe foi embora. Depois dos últimos acontecimentos e de uma longa e ácida discussão com Chris, ela decidiu que o melhor a fazer era passar um tempo na Rehab pra viciados em jogo que havia no Texas. E em uma bela manhã de quinta-feira fez as malas e partiu, sem abraços de até logo ou longas despedidas. Era típico dela, afinal.

Theo crescia forte e saudável no auge dos seus dois anos de vida. Ele e Chloe eram inseparáveis. Corriam pela casa e deixavam Alfonso de cabelos em pé, principalmente com as perguntas cabeludas que surgiam no decorrer dos dias.

- O que está fazendo? - a voz máscula e sensual sussurrou no meu ouvido enquanto seu braço desocupado massageava minha cintura.

- Eu gosto de observar daqui de cima - sorri, entrelaçando meus braços no pescoço dele - É interessante ver como as coisas mudaram desde que tudo aconteceu.

Alfonso sorriu terno, largando o prato de brusquetas sobre a mesa, provavelmente alguma receita nova na qual estava testando pro restaurante. É, agora ele era oficialmente chef! Do Le Gourmet, um restaurante de comida italiana e francesa no andar mais alto da Barney's.

- Eu tive tanto medo de te perder - confessou.

- Mas não perdeu - sorri.

- Quando te vi cheia de tubos, e respirando por aparelhos, quando me disseram que talvez você não fosse acordar e eu - o calei com o dedo.

- Shiiii! Não vamos mais falar disso - massageei-lhe as têmporas - Estamos recomeçando não estamos?

- Com você todos os dias são um novo recomeço - sorriu, selando nossos lábios.

- Ecaaaaaa - Chloe entrou na sala, acompanhada por Theo - Fecha os olhos que você não pode ver isso Theodoro.

Eu ri.

- Chloe! Deixa seu irmão quieto - ralhei e ele veio engatinhando de mansinho até subir no meu colo.

- Papai, eu estou com fome - ela resmungou, jogando-se no sofá.

- Vá lavar as mãos e vamos jantar.


- A vovó vai ficar feliz em nos ver - sorri, arrumando a roupa de Theo assim que descemos do carro.

- Vai?

- Vai sim! O que eu ensinei pra você? O que vamos dizer pra vovó?

- Que sentimos saudades.

- Você quer que eu vá? - Alfonso pediu, encostado na caminhonete.

- Não precisa - sorri - Não vamos demorar.

- Theodoro, não vá pra longe - sinalizei - Somente até onde eu possa ver você!

- Tá - ele deu de ombros, voltando a atenção a brincadeira que fazia com a bola de plástico.

- O que você dizia querida?

- Não acha que está na hora de voltar? Ja faz tempo que está aqui e bem, tem que seguir sua vida, tem que provar se está pronta pra voltar a sua vida.

- Tenho certeza que em breve irei pra casa - sorriu, contente - Mas me diga, mencionou que havia algo do qual queria me contar, do que se trata?



- Você está pronta?

- Estou sim, me deixa só encontrar eases malditos sapatos e - olhei embaixo da cama - Ahá! Aqui estão.

- Você e esse costume de deixar as coisas fora do lugar - rolei os olhos .

- Vamos logo!

- Porque está me olhando assim - ele riu.

- Assim como?

- Com essa cara de quem tem algo pra contar - deu um gole no vinho - Desembucha Anahí! Eu conheço você muito bem -  brincou.

- Tudo bem, não vou aguentar até o fim do jantar - ri.

- Espero que não seja nenhum outro congresso no Canadá!

- Só se for um congresso pra gestantes de segunda viagem - brinquei e ele engasgou com o vinho.

- É o que?

- Eu estou grávida outra vez. Parabéns Papai!


- MAITE CALA ESSA BOCA! NÃO É VOCÊ QUE ESTÁ SENTINDO UMA DOR COMO SE TIVESSE COM UM TACO DE BASEBALL ENFIADO NA BUNDA.

Maite gargalhou.

- Anahí, você tem que se acalmar.

- ACALMAR É O CACETE - berrei - EU TENHO É QUE PARIR LOGO ESSA CRIANÇA.

- Você já passou por isso uma vez, não deve ser tão ruim...

- NÃO É RUIM PORQUE NÃO É COM VOCÊ SUA - Alfonso entrou - GRAÇAS A DEUS VOCÊ CHEGOU.

- Da pra ouvir la do corredor! O que está havendo? - pediu preocupado.

- A sua mulher, histérica que não sabe se controlar.

- MAITE CALA ESSA SUA BOCA LINDA SE VOCÊ NÃO QUISER QUE EU FAÇA VOCÊ ENGOLIR ESSA MESA DE CENTRO INTEIRA AHHHHHH - me escorei na cama, quase chorando com a contração.

- Calma Annie, Kathe já vai nascer.

- Espero que seja JÁ mesmo.

- Eu preciso que faça força Anahí, já estou vendo a cabecinha dela!

- Vamos Annie, só mais uma - Alfonso apertou minha mão, tentando passar confiança.

E assim o fiz. Minutos depois, Katherine Herrera Portilla veio ao mundo, chorando a plenos pulmões, com quarenta e seis centímetros e dois quilos e novecentas gramas. Cabelos escuros como os de Alfonso, que a pegou no colo pela primeira vez com os olhos lacrimejados e o sorriso de orelha a orelha.

- Agora sim - sorriu, trazendo pra perto de mim - Agora estamos completos - beijou minha testa.

Eu a olhei ali pela primeira ver. Olhos pequenos, prontos para descobrir o mundo. Era uma benção divina, o maior bem que alguém pode possuir. Meus olhos marearam, e quase que instintivamente toquei sua pequena mão que agarrou meu polegar esquerdo.

- Oi Kathe, eu sou Anahí sua mãe, e nós  vamos ser a família mais feliz de todo o mundo, pois nos amamos e agora vamos amar você!

- Oi Kathe, eu sou Anahí sua mãe, e nós  vamos ser a família mais feliz de todo o mundo, pois nos amamos e agora vamos amar você!

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Fim.

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