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- Aquele ali não é o seu ex cretino? Como é mesmo o nome dele.. Ro, Ra, Re...

- Rodrigo, Maite.

- E aquele ali não é o seu vizinho-gostoso-e-tudo-de-bom amigo do seu irmão? AI MEU DEUS, que raios eles estão fazendo juntos? - me olhou indignada. Eu retribui com sarcasmo.

- Se você puder aguardar um minuto, talvez eu consiga consultar a minha bola de cristal - rolei os olhos.

A curiosidade me consumia, era extremamente engraçado que justamente Alfonso estivesse com o meu ex namorado sem escrúpulos ali, no mesmo lugar que eu.

Foi só então que recordei da noite em que dormi com Chloe na casa dele e os inúmeros papéis sobre a cama, planejamentos estratégicos e dois mapas de localização. Tudo fazia sentido: Rodrigo era um corretor de imóveis bastante renomado e Alfonso buscava um local para abrir o futuro bistrô. Era tão óbvio que chegava a ser cômico.

- Ihhhh - Maite murmurou com uma risadinha - Parece que ele te viu, aliás, olha ele vindo ali.

- Eu só posso ter feito um streap tease na Santa Ceia - neguei veemente - Não é possível que esse tipo de coisa aconteça só comigo.

- Hmmm - ela resmungou dando um gole no suco - Relaxa, não é só com você. Agora, esse tal de Alfonso é um pedaço de mal caminho heim minha filha... Se não quiser, manda la pra casa, você já sabe o endereço de trás pra frente.

- Cala a boca - segurei pra não rir. Maite erra inexplicavelmente terrível.

Então ele se postou entre mim e Maite com aquele sorriso que me faz esquecer até o próprio nome. Eu seria capaz de retribuir, não fora Rodrigo com cara de tarado que olhava diretamente para os peitos da Maite sem nenhuma cerimônia. Era vergonhoso saber que um dia pensei em ter uma vida com alguém tão escroto e completamente repugnante.

- Oi Annie - ele me cumprimentou com um beijo carinhoso no rosto. Aquela colônia era inconfundível e viciante.

Retribui o cumprimento, e apresentei Maite, que prontamente o beijou com - leia-se bastante - simpatia e entusiasmo, soltando aqueles comentários queima filme do tipo "então você é o famoso Alfonso" e " Anahí fala muito de você ".

- Esse aqui é o....

- Rodrigo - completei a frase, o cumprimentando com um aperto de mão, única e exclusivamente por educação. Alfonso franziu o cenho, confuso - Nós já nos conhecemos - expliquei, sem muitos detalhes

Me lembraria de desinfetar a mão com álcool 99%, assim que chegassem em cada.

- Oi Anahí - ele sorriu cínico - Você está ainda mais linda.

- E você está ainda mais cara de pau - murmurei baixo, mas não tão baixo assim, visto que Maite soltou uma gargalhada memorável.

Desde que eu e Rodrigo havíamos começado a namorar, ela era a primeira a desaprovar. 1- Porque Rodrigo era dez anos mais velho do que eu. 2 - Porque ele era um egocêntrico de primeira, narcisista e individualista e 3 - Porque a fama dele de cretino insistia em ecoar pelos quatro cantos de Manhattan.

- Então - Alfonso quebrou o clima constrangedor que havia se instalado - Rodrigo estava me mostrando algumas salas comerciais. Um pouco longe das minhas economias atuais - ele riu coçando a nuca - Mas como é um planejamento a longo prazo, quero me enteirar de tudo, analisar com calma.

- Sempre há um ponto de partida - Maite comentou.

- Sem dúvidas - Rodrigo disse, me olhando de cima a baixo. Náuseas, era o único que eu conseguia sentir.

Maite então apanhou Rodrigo praticamente o arrastando pra varanda. Ela não era minha melhor amiga a toa, não mesmo.

- Desculpa se causei um clima estranho, não imaginava que vocês se conheciam e...

- Imagina só Alfonso! - neguei - Isso não tem nada a ver com você. Absolutamente.

- Bom, eu ia passar mais tarde na sua casa, mas já que te encontrei aqui, quero te fazer um convite - sorriu.

- Um convite? - sorri.

- É. Na verdade, eu tenho duas entradas pro jogo dos Dodgers no sábado e bem... queria saber se você me daria a honra da sua presença?

- Posso Checar a minha agenda... - brinquei.

- Nossa, como você é importante - ele riu, debochando.

- Você sabe que Chirstopher jamais vai te perdoar por isso não é?

- Acho que posso conviver com esse empecilho - rimos juntos.

- Tudo bem. Se você assume o ônus, eu topo - levantei a mão na defensiva.

- Ótimo, esteja pronta as sete. Eu passo pra pegar você.

- Ual, sim senhor - bati continência, brincando - e ele me pegou de surpresa envolvendo um braço pela minha cintura e grudando os lábios no canto da minha boca.

Ai meu Deus, eu tinha um encontro em um jogo de baseboll e não fazia a mínima ideia do que vestir! Talvez Christopher pudesse me ajudar, porque não?

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