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- Você deveria ir conosco! Vai ser divertido - Maite murmurou pela enésima vez, conferindo o próprio reflexo no espelho. Eu mexia no celular deitada sobre a cama, sem entusiamo algum.

- Não estou afim Mai - resmunguei - Mas aposto que você vai se divertir por mim.

- Não tenha dúvidas - rimos, antes de sermos cortadas por duas batidas na porta.

- Podemos ir? - Dulce pediu, exibindo o vestido vermelho que usava por baixo do sobretudo negro.

- Isso tudo é pra impressionar o meu irmão? - cutuquei acidamente. Ela jogou os cabelos vermelhos pra trás fazendo a gargalhada ecoar pelo quarto.

- Não que ela precise disso - Maite concluiu - Definitivamente.

- Acho que vou pro meu quarto - calcei os chinelos, voltando a vestir o Hobbie caramelo, antes esquecido sobre a cadeira da penteadeira.


- Tem certeza que vai ficar bem sozinha? - Christopher repetiu a fim de se certificar, ja do lado de fora da casa. Eu estava escorada no batente da porta, prestes a fechá-la.

- É claro que eu vou Christopher - rolei os olhos exasperada - Você acha que ainda tenho oito anos?

- Eu só estou preocupado com você - justificou e eu o achei fofo.

- Vai se divertir! - apertei as bochechas dele fazendo um bico. Ele riu - Eu sei me cuidar e Thomas está lá encima.

- Estou confiando - girou as chaves entre os dedos, seguindo até o carro.

- Vai logo Uckermann!


Deixei o corpo relaxar sobre a cama, passeando com o controle remoto pelos canais da TV. Meu celular vibrou. Mensagem de Alfonso dizendo que havia acabado de chegar e que seria tortura dormir com todo aquele frio sem a minha companhia. Sorri involuntariamente e respondi, imediatamente.




- Aconteceu alguma coisa? - acordei assuntada, acendendo a luz da cozinha, enquanto apertava os olhos pela luminosidade repentina.

- Oh Annie, não se preocupe! Foi apenas Jim que simplesmente desapareceu - disse Thomas parecendo lutar com a lanterna que se negada a acender.

- Deixe-me ajudá-lo com isso - apanhei a lanterna, girando as pilhas na posição certa - Aqui, pronto - bocejei e ele agradeceu.

- Vou dar uma volta, quem sabe esteja perdida aos arredores! Esta muito frio, é impossível não ficar preocupado.

Maneeia cabeça, compreensiva.

- Juro que se não estivesse tão cansada e la fora não estivesse tão frio eu me juntaria a você. Você entende não é?

- Não se preocupe - sorriu - Eu não demoro - abriu a porta branca, sumindo por entre a neve.

Fui até a geladeira afim de encontrar algo pra comer. A essa hora, Chloe e Alfonso já deveriam estar dormindo. Encontrei uma manta jogada por ali e me cobri, devorando o pacote de amendoim que havia encontrado. Não tinham muitos filmes interessantes, mas um programa de culinária chamou minha atenção. Talvez eu topasse fazer uns brownnies qualquer dia desses. É talvez.


Acordei outra vez com o barulho da lata de amendoins escorregando da minha mão e caindo no chão, fazendo um som estrondoso. Sentei, observando que havia cochilado ali mesmo, no sofá. Então levantei, arrumando aquela bagunça toda e levando o lixo para a cozinha. Ao sentir o imenso frio que fazia ali encontrei a porta aberta. Não havia ninguém ali, somente o vendo cortante la de fora. Caminhei até lá, passando as trancas na porta. Assim que virei, Edward estava ali. Cheirando a álcool e perfume de prostituta barata.

- O que você está fazendo aqui? - disse assim que consegui me recuperar do susto.

- Eu vim te fazer companhia An, você estava tão sozinha.

Assim que ele estendeu o braço afim de acariciar meu rosto, peguei uma faca que havia sobre a bancada, segurando-a entre os dedos.

- Eu acho melhor você não se aproximar - ameacei. Ele riu, jogando a cabeça pra trás.

- Ou você vai fazer o que? Vai me matar? Conta outra Anahí.

- Eu juro que não sabe do que eu sou capaz - alertei - Mais um passo e você vai ver.

- Você já foi mais convincente, anjo.

- E você já foi mais esperto - subi a faca, assim que os pés dele ameaçaram se movimentar na minha direção.

- Eu só quero conversar com você, não vou fazer nada que não queira - ergueu as mãos na defensiva, com aquele risinho sarcástico e escroto nos lábios.

- Não creio que tenhamos nada pra conversar, pensei ter deixado as coisas bem claras no nosso último encontro.

- Ah - ele riu - Nosso último encontro foi interrompido pelo seu amiguinho, anjo, isso não conta.

- Ele é meu namorado.

- Você ja teve bom gosto também!

- Aonde quer chegar com todo esse circo Edward?

- A lugar algum - disse simplesmente, cruzando os braços sobre a bancada que nos separava - Mas se você quiser, podemos chegar a minha cama em dois tempos.

- Você me dá nojo - sibilei- Você se aproveitou de que Thomas não estava pra entrar aqui e vir atrás de mim, mas Christopher ja está chegando e vai acabar com a sua cara e - ele interrompeu, aos risos.

- Acho difícil ele chegar aqui com os pneus do carro completamente murchos - balançou o pino pontiagudo. A situação estava pior do que eu imaginava.

- Como você teve coragem - comecei a chorar, não haviam muitas opções, Edward era mais forte do que eu e sem dúvidas me venceria numa luta corporal em um piscar de olhos.

- Eu quero você Anahí, até quando vai continuar preferindo não entender isso - brincou, avançando sobre mim.

- Sai daqui - apontei a faca pra ele, que pareceu ignorar a ameaça.

- Vamos anjo, não dificulte as coisas.

- Sai daqui - gritei, desesperada - Eu já mandei você sair! Me deixa em paz!

- Eu tentei ser o mais carinhoso possível, mas você simplesmente me obrigou a fazer isso.

Edward pulou na minha direção apanhando a faca, e nos dois caímos sobre o frio chão de mármore que havia ali. Thomas batia na porta freneticamente após ouvir os gritos do lado de fora da casa. Meu corpo não era capaz de agir, havia sangue entre os meus dedos, o cenário era de um verdadeiro filme holiwoodano. De terror, sem dúvidas.

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