Capítulo 50

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Guilherme on

Acabei voltando para o internato. Por mais que não tinha chances de eu voltar com a Milena, aqui eu tinha meus novos amigos e a Joana. Ela poderia ser o que for, mas me satisfazia muito bem e me fazia companhia.

-E aí, man, como que foi lá? - o Rafael me perguntava entrando no quarto.

-Foi tortura vê-la com ele. Ela tá tão mais bonita, ganhou mais corpo. Tive que me segurar, viu. - eu disse sorrindo triste e ele percebeu.

-Fique assim não. Já disse que um dia vocês voltam, confie em mim. - ele disse se achando.

-Acho difícil, eles já estão muito colados. E ela disse para mim que o ama. - eu disse lembrando da cena da piscina.

-E você é otário e acreditou? - ele disse me xingando.

-Se ela disse. Ela cuspiu as palavras em minha cara. - eu disse me sentando na cama.

-Óbvio né. Ou achou que ela assumiria que ainda te ama? Pensa, pivete. - ele disse e realmente fazia sentido.

-Ah, sei lá...

[...]

A Joana veio dormir comigo essa noite. Ela ainda não sabia de mim e da Milena. Estávamos namorando sério, acho que ela deveria saber. Hoje eu iria contar.

-Jo... - eu a chamei.

-Oi, mozinho. - ela respondeu se virando para mim.

-Lembra que eu te contei, que eu tinha uma namorada? E que por causa dela vim para aqui? - eu disse e ela ficou confusa.

-Lembro sim, por quê? - ela disse se sentando na cama.

-Então ... ela é a Milena. - eu disse e ela me olhou assustada.

-A Milena Carter? A modelo famosa? - ela disse com a mão na boca.

-Sim. - eu disse e abaixei a cabeça.

-É por isso que ela quis conversar contigo aquele dia. E por isso que você olhava para ela de um jeito diferente. Agora tudo faz sentido. - ela disse se levantando.

-Que jeito? - eu olhei assustado para ela.

-Ah, Guilherme...Eu não sou idiota, posso até parecer, mas não sou. Eu sou mulher, sei quando um homem olha diferente para outra. E aquele seu olhar, é um olhar de bobo apaixonado. Você ainda gosta dela, não gosta? - ela disse e eu fiquei sem fala.

Eu não sabia o que falar. Ela me surpreendeu. Eu não falei nada, fiquei quieto.

-Gosta sim, seu silêncio responde. - ela disse me puxando para um abraço.

Naquele momento eu só precisava daquele abraço. Nunca imaginei que a Joana podia ser assim, tão compreensível.

-Sei que o que a gente tem é só atração física, não estou aqui cobrando o seu amor. Vamos dar uma chance para nós? Deixa eu tentar te fazer feliz. - ela disse e eu fiquei mais admirado ainda.

Talvez ela tivesse razão. A Milena já estava lá, com a vida dela feita, namorando e eu aqui. É isso, eu vou dar uma chance para Joana e vou ser feliz com ela.

-É claro que sim. - e eu selei nossos lábios.

Lua on

As férias tinham acabado, mas com meu pai e Guilherme em casa eu não pude investigar mais nada. Por conta do Carnaval minhas aulas só começariam em março. Meu pai iria a Índia essa semana para resolver assuntos da indústria. Eu disse à ele que iria a Orlando ver minha mãe, ele não opinou, apenas mandou eu ter cuidado e me deu mais um cartão.

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