Capítulo 55

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O resto do dia foi maravilhoso, eles me surpreenderam. A Lua toda hora me dizia que não era para pensar no Guilherme, que ele deveria estar fazendo "sexo" com a namorada nesse momento. Não quis imaginar essa cena. Agora vejo o que ele quis dizer em ser tortura imaginar eu e o Pedro. É horrível pensar que antes era só você e agora já é de outra.

[...]

Hoje era segunda feira e eu iria para o estúdio tirar minhas fotos que ganhei. Escolhi a Lua, o Pedro, a Isabela e até a Clarissa que chegou ontem de viagem. A Lua fez o favor de não desgrudar de mim nenhum momento. Eu morria de rir com a cara de ciumenta dela.

O Pedro já tinha visto com o pai e iria conseguir que a Clarissa trabalhasse na boate deles, seria até legal, ela faz um som muito bom.

[...]

Tirei várias fotos lindas. Minhas fotos com o Pedro ficaram um charme. As minhas com a Lua ficaram perfeitas, cada uma mais linda que a outra. E assim foi com a Bela e com a Clarissa. Até a Estrela eu acabei levando para tirar fotos comigo. Realmente é minha filha, adorou trocar de roupas e de laços.

Lua on

Estava voltando para casa com a Milena, hoje iria pedir que ela me contasse mais sobre seu avô. Ela tinha que saber que algo que fizesse sentido.

-Amiga... - eu disse quando já estávamos no quarto dela.

-Oi, amiga... - ela respondeu sentada na mesinha do computador.

-Me conte mais sobre o seu avô. Eu fiquei curiosa aquele dia e não achei nada sobre ele na internet. - eu disse e ela veio se sentar na cama.

-Sei bem porque não achou. Meu avô odiava ver coisas dele na internet. Ele tinha privacidade máxima quanto a isso. - ela disse e eu só fiquei mais desconfiada.

-Uai, porque? - eu perguntei interessada nessa conversa.

-Não sei, ele nunca me contou. Só falava que quanto menos soubesse da vida dele, melhor seria. Nunca entendi, mas tudo bem. - ela disse normalmente.

-Hmm... e ele era braço direito de Hitler mesmo?

-Ele falava que sim! Lembra que Hitler mandou um soldado o matar? - ela me perguntou.

-Lembro.

-Então, diz meu avô que foi ele. Eles eram muito amigos e meu avô também acreditava nisso de o mundo ser só uma raça, a pura. - ela começou a me dizer coisas que faziam sentido...

-Ele era preconceituoso? - eu perguntei em relação aos negros.

-Nossa, demais. Ele me falava que se pudesse exterminava tudo, mas sei que era bobagem dele. Ele não matava nem uma formiga. - e ela sorriu como se estivesse lembrando do avô.

-Uau. - eu sorri para disfarçar - e como ele morreu? - eu estava curiosa.

-Acidente de carro. - ela disse e abaixou a cabeça.

-Mas foi acidental ou provocado? - eu precisava saber tudo nos mínimos detalhes.

-Não sabemos. A perícia da época não soube distinguir. Deve ter sido acidental mesmo. Mas minha avó sempre diz que foi provocado, que os inimigos dele que o mataram. Ela foi dada como louca depois disso. Hoje que já está bem melhor. - ela concluiu a fala.

Meu Deus, essa família tem mais história do que eu imaginava.

-Caramba...quanta história! - eu suspirei.

-Muita. Eles moravam aqui na Alemanha. Minha avó sempre me conta como era a vida conturbada deles. Até que uma época foram morar em Orlando. - ela disse e arregalei os olhos.

-Orlando?? Mas fazer o que lá? Se seu avô era soldado daqui. - eu disse e realmente não tinha sentido eles irem morar lá.
Tudo que me ligue a Orlando eu quero saber.

-Viver a vida. Eles eram muito ricos, faziam parte da elite americana. A família do meu avô sempre foi rica e da minha avó também. - hmm, isso estava interessante.

-Não me admira muito saber disso. Sua família nada em dinheiro! - eu disse para quebrar o clima.

-Oh quem fala. Sei que a sua também pertence à elite americana. - ela disse rindo.

-Verdade! - epa... duas coisas aí, nossas duas famílias pertenceram a elite americana e na mesma época.

-Seu avô tinha quantos anos na segunda guerra? - será que a idade dele e o meu avô batiam?

-21. Era o soldado mais novo e fiel a Hitler. - meu Deus.

Meu avô tinha 22, não era possível. Nossas famílias eram interligadas, aí tem coisa.

-Bem novinho. - eu sorri para ela que retribuiu.

Ela ficou triste ao lembrar tanto do avô. Melhor eu não perguntar mais nada.

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