Olhei para o Bernardo que estava branco. Será que eu estou realmente grávida? Não, isso não podia ser verdade.
-Claro que não, garoto, tá doido? - eu disse saindo do transe.
-Não, eu ouvi muito bem. Você está grávida, Milena? - ele disse se aproximando mais.
-Óbvio que não. - eu disse desfazendo a conversa.
-Não, não... Eu entendi muito bem!
-Bernardo, você não entendeu nada, sai daqui por favor.
-Eu vou, mais ainda quero saber sobre isso. - e ele saiu.
Eu olhei para a Bela que tinha uma cara de preocupada como a minha. Eu não podia estar grávida, não podia. O que seria da minha carreira se eu estivesse grávida? Meus pais me matariam, minha mãe então... Uma coisa ainda me preocupava mais, quem era o pai? Podia ser do Pedro, afinal dormi com ele algumas semanas antes de ir para o Canadá e quando voltei, mas eu também dormi com o Gui lá. Aí meu Deus, eu estou mais do que lascada.
-Preciso de um teste. - eu disse olhando para a Bela.
-Vamos na farmácia. - ela já possuía um tom mais calmo, acho que para me passar calma.
-Eu não posso entrar lá, você vai ter que entrar para mim. - eu disse e dei um risinho torto.
-Aí meu Deus, o que não faço por uma amiga. Ok, vamos. - e a gente entrou no carro.
Paramos na farmácia e a Bela desceu para comprar o meu teste de gravidez. Dentro de poucos minutos eu saberia se estava grávida ou não. Tenho fé que não estarei, estarei perdida se isso acontecer. Grávida aos 18 anos de idade, é o fim. Ela voltou com o teste e dirigiu até minha casa. Assim que chegamos eu fui logo tomar vários copos de água pois estava sem vontade nenhuma de fazer xixi. Depois de alguns minutos a vontade veio e eu corri para o meu banheiro. Fiz o teste e fiquei esperando os minutos para ver o resultado. Foram os piores minutos da minha vida, acho que a maior tensão que já passei até hoje. Os minutos pareciam não passar e já estava tonta de olhar para o azulejo roxo perfeitamente colocado do meu banheiro. Viro para o teste e meu mundo apagou. As duas listrinhas estavam lá, sim, eu estava grávida. Coloco as mãos nos olhos e choro. Choro de medo, medo do que vai acontecer e mais medo ainda da pior dúvida: quem é o pai? Precisava ir em um ginecologista para fazer o exame preciso de gravidez e saber ao certo de quantas semanas eu estava.
Sai do banheiro com os olhos inchados devido ao choro e a Bela estava sentada em minha cama. Ela me olhou como se já soubesse o resultado.
-Oh, meu amor, vem aqui! - ela me chamou e colocou uma almofada em seu colo para que eu deitasse.
-O que eu vou fazer da minha vida? O que vai ser da minha carreira? - eu voltei a chorar em seu colo.
-Fica calma, meu irmão vai ter que assumir esse filho! - ela me encarou e eu não sabia o que dizer.
Ela ficou olhando para mim e eu não tive reação nenhuma, pois no final das contas eu não fazia ideia de quem era o pai do meu filho, ou filha.
-Não me diz que você não sabe quem é o pai? - e ela arregalou os olhos.
-Eu não sei. - e escondi meu rosto com as mãos.
-Meu Deus, amiga... - e ela mostrou um semblante de preocupação.
-Eu não sei o que fazer, e agora?
-Fica calma, vamos dar um jeito. Vou ligar logo para minha ginecologista e marcar um horário para você. - e ela se levantou para telefonar.
Ela saiu do quarto e aí que a ficha começou a cair de verdade. Eu estava grávida, tinha uma vida dentro de mim. Essa criança foi gerada baseada em muito amor ou em muito fogo. Se esse filho fosse do Guilherme eu estava totalmente lascada. Mas de uma coisa eu já sabia, não importa de quem fosse, eu não tiraria, se eu o recebi, é porque deveria ter.
[...]
A Bela tinha marcado um horário para mim logo amanhã cedo. Eu precisava de um colo nesse momento, eu precisava da minha irmã. Ela tinha que dar um jeito e vir para cá o mais rápido possível. Peguei meu telefone e liguei para ela.
-Oi, amigaaaa! - ela sempre atendia com essa voz toda fofa.
-Luinhaaaaa. - eu forcei ao máximo minha felicidade.
-O que devo a honra dessa ligação? - ela sempre se gabando.
-Preciso de você amiga, mais do que nunca! - e tenho certeza que ela percebeu o quanto pelo meu tom de voz.
-Aí meu Deus, o que foi? - ela já mudou o tom, tinha um voz doce, porém preocupada.
-Eu to grávida, amiga.
-Você está brincando comigo?
-Você acha que eu brincaria com uma coisa dessas?
-Meu Deus... quem é o pai?
-Eu também não sei. - e lágrimas escorreram dos meus olhos.
-Calma, amiga. Eu vou para aí, está tendo gincana na escola, vou dar um jeito.
-Vem mesmo, por favor. - e eu desliguei o telefone.
Acordei e já era o horário de ir para a clínica. Tomei meu banho e fui com meu carro para o hospital. Fiz toda a ficha e ela já me encaminhou em direção a sala da doutora.
-Bom dia. - uma médica com um sorriso lindo abriu a porta para mim.
-Bom dia. - eu sorri tímida.
-Você é a Milena, certo? - eu assenti para ela - Sente-se por favor. - e ela me mostrou a cadeira.
-Então, o que devo a honra de receber uma modelo do seu nível em meu consultório? - ela me disse sorrindo.
-Ah - eu sorri para ela - fiz um teste de gravidez e deu positivo. - e meu semblante mudou novamente.
-Já imaginava pela sua carinha. Venha, deite-se aqui.
[...]
Sai da clínica com minha cabeça fervendo. Eu fiz o exame de sangue, que também deu positivo. Depois ela fez uma ultrassom e pelo seus cálculos, eu estava com aproximadamente sete semanas. Exatamente na semana que eu viajei e dormi com o Gui e com o Pedro. E agora, o que vai ser de mim?
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Apenas Fique
Teen FictionMilena era uma menina muito sozinha. Nunca teve amigos ou se quer um namorado. O mundo fez ela acreditar que a felicidade existe. Que é possível ter amigas de verdade, com irmãos gatos, como é o caso da Lua e do Guilherme. Um livro que vai te encant...