Capítulo 11 - Atividade Paranormal

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Acordei de supetão, devido ao sonho esquisito que tive. Ainda eram 4:18 A.M., mas o sono havia sumido.

Eu ia mandar uma mensagem naquela hora mesmo para André, mas já tinha uma dele no celular, da noite passada, me desejando bons sonhos. Então eu escrevi de volta:

Meu sono se perdeu em alguma viela, acho que não volta mais.
Boa madrugada! Beijos.

Estava escuro lá fora e frio dentro de casa. Com o celular na mão, desci descalça e de pijama e fui até a cozinha procurar comida.

Ainda na sala, eu lembrei dos filmes de Atividade Paranormal, já que as coisas misteriosas aconteciam sempre em casas grandes como aquela. Mas eu só consegui rir do pensamento, já que nunca fora medrosa em relação à isso. Porém quando eu estava virando para ir até a cozinha, olhei de relance para o alto da escada de onde eu havia acabado de descer e tinha uma pessoa imóvel lá, aparentemente me olhando. Eu pulei de susto, até notar se tratar de Luíza.

- Lu? - chamei, mas não obtive resposta.

Quando reparei bem, vi que ela estava com os olhos fechados. Devia ser sonâmbula. E como não se deve acordar sonâmbulos, subi as escadas em silêncio.

Se aquilo fosse um filme de terror, naquela hora Lu iria pular em cima de mim e me matar. E eu realmente pensei na possibilidade. Mas parei de bestagem, como as pessoas costumavam falar na cidade. Peguei a mão dela e a levei para o quarto, deitando-a em sua cama.

Não consegui evitar cantarolar uma música evangélica. Eu nunca fui muito religiosa, mas aquilo era só precaução, caso algum demônio quisesse mostrar as garras.

Fui para a cozinha rindo de mim mesma. Nesse instante o celular vibra com uma mensagem de André.

Achei que só o meu que se perdia de mim.

Ele estava mesmo acordado àquela hora. Eu abri a geladeira, pegando pão, queijo, presunto e catchup. Pus os ingredientes na mesa, antes de responder a mensagem.

Espera um segundo, vou baixar o Whats. É melhor pra falar.

Deixei o aplicativo sendo baixado, enquanto eu preparava um sanduíche e um copo de leite com néscau.

Depois disso, criei o Whatsapp, colocando uma foto que eu tinha acabado de tirar, na qual estava puxando o queijo derretido do sanduíche com os dentes. Então abri uma conversa com André, que já estava online.

Eu: Você não sabe o que aconteceu.

André: Que tal me contar pra que eu saiba!?

Sentei no balcão da cozinha, de pernas cruzadas, coloquei o prato no colo e comecei a digitar, falando sobre a cena da escada. E eu nunca vi tantas carinhas dando gargalhada de uma vez só.

André: Sua medrosa! Vou te arretar pra sempre com isso.

Eu: Para de me chamar assim. Eu queria ver se fosse com vc. Ainda vou descobrir algo que te dê medo.

André: Sou um homem sem medo.

Eu: Claro que não é. Mas e aí, insônia?

André: Mudando de assunto, né? Mas sim, sofro disso quase todos os dias. Ah, adorei a foto do perfil.

Eu: Hahaha. Mande uma sua de agora, pra eu não passar vergonha sozinha.

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