Entrei naquela boate ainda pensando no que eu tinha feito, então me deu uma crise nervosa de risos. Só parei de rir quando me concentrei em analisar o lugar e procurar por André.
A boate estava abarrotada de gente, a maioria era de homens musculosos e lindos, mas tinha algumas mulheres no fundo se beijando e uma bem atrás de mim, me cantando.
- Oi, gata. Você é muito linda - ela disse e eu me virei para encará-la.
A garota era mais baixa do que eu uns 2 centímetros só. Sua cabeça estava raspada de um lado e a parte de cabelo que tinha era verde. O corpo era todo tatuado e magro. Pude ainda notar um piercing no nariz, outro no lábio e depois reparei que tinha um em sua língua também. Ela era linda e diferente.
- An... Obrigada - falei, sem jeito.
- Meu nome é Diana. Quer tomar um drinque?
- Helena. Não posso, estou acompanhada.
- Ah, tudo bem, então - ela sorriu.
- Mesmo assim obrigada, Diana.
- De nada. Você é legal. Sua namorada tem sorte - ela disse e saiu.
Andei pelo meio das pessoas com um "hein?" tatuado no meu cérebro. Já tenho dificuldade para segurar um homem, nunca que eu conseguiria conquistar uma namorada mulher.
Como o André veio parar numa boate gay, cara? Será que ele é gay? Já não basta o Hugo? Será que todos se tornam gays quando ficam comigo? Ah, para, idiota. Pensava aquelas coisas, enquanto olhava alguns caras se beijando e outros olhando e gritando para algo mais à frente. Abri caminho e parei bruscamente quando vi um striper tirando a cueca. E ele tirou mesmo, pus as mãos no rosto e fiquei um tempo assim.
Quem foi que me deixou entrar nesse lugar?
Quando olhei para aquele mini-palco novamente, percebi que o cara havia se retirado. Porém não acreditei quando vi André subindo lá, começando a dançar e a tirar a roupa.
Fiquei ali de boca aberta por um tempo. E eu não sabia se ria dele, o socorria ou só admirava o espetáculo. Meu Deus, aquela dança... E o que é isso subindo pelo meu corpo? Ah, é o fogo!
Peguei meu celular e gravei uma parte do strip. Sinto muito, André. Precisava gravar e guardar aquilo para todo o sempre comigo. E ele não parecia estar querendo ser resgatado mesmo.
Já sem camisa, ele agora estava tirando a bermuda, foi quando eu suspirei. Como pode ser tão gostoso? E lindo? E sexy? E...
- Achou sua namorada? - Diana, a garota que me cantou, apareceu de repente e o susto que tomei foi tão grande que deixei meu celular cair no chão. Apanhei-o rapidamente e vi que a tela ficou com uma pequena rachadura. Ô, porcaria! Parei de gravar e falei com ela:
- An... Na verdade, ELE é meu acompanhante - eu disse, apontando para um André só de cueca. Uma cueca cheia de dinheiro. Quê que é isso? Voltei a olhar para ela com um sorriso amarelo.
- Ah! Achei que você era lésbica por estar aqui - ela riu. - Ei, acho que seu namorado vai tirar a cueca - Diana apontou.
- Meu Deus! - corri até lá e ela veio atrás. - Acabou o showzinho!!! - falei, na frente do garoto.
- Dança comigo, amor - André estava tão afoito... Se esfregava em mim e dançava. Deus, eu quase cedi à tentação. E ele estava me chamando de amor mesmo?
- Cara, não faz isso comigo. Vamos pro hotel - respirei fundo e tentei arrastá-lo, mas ele era mais forte do que eu. Quando gritei a ordem em alto e bom som, todos me vaiaram. - ESSE HOMEM É MEU!!! ESCOLHAM OUTRO, OK? - quis deixar claro. A sorte é que André estava tão bêbado que não lembraria dessa parte.
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O Verão de HELENA
Genç Kurgu"Essa pode parecer só mais uma daquelas histórias clichês, onde a mocinha aparece pela primeira vez na cozinha, conversando com sua mãe e comendo uma maçã. Mas cada história segue um rumo e a minha, que seguia em linha reta, passou a fazer curvas be...