Capítulo 23 - Retardado

160 21 10
                                    

Entrei naquela boate ainda pensando no que eu tinha feito, então me deu uma crise nervosa de risos. Só parei de rir quando me concentrei em analisar o lugar e procurar por André.

A boate estava abarrotada de gente, a maioria era de homens musculosos e lindos, mas tinha algumas mulheres no fundo se beijando e uma bem atrás de mim, me cantando.

- Oi, gata. Você é muito linda - ela disse e eu me virei para encará-la.

A garota era mais baixa do que eu uns 2 centímetros só. Sua cabeça estava raspada de um lado e a parte de cabelo que tinha era verde. O corpo era todo tatuado e magro. Pude ainda notar um piercing no nariz, outro no lábio e depois reparei que tinha um em sua língua também. Ela era linda e diferente.

- An... Obrigada - falei, sem jeito.

- Meu nome é Diana. Quer tomar um drinque?

- Helena. Não posso, estou acompanhada.

- Ah, tudo bem, então - ela sorriu.

- Mesmo assim obrigada, Diana.

- De nada. Você é legal. Sua namorada tem sorte - ela disse e saiu.

Andei pelo meio das pessoas com um "hein?" tatuado no meu cérebro. Já tenho dificuldade para segurar um homem, nunca que eu conseguiria conquistar uma namorada mulher.

Como o André veio parar numa boate gay, cara? Será que ele é gay? Já não basta o Hugo? Será que todos se tornam gays quando ficam comigo? Ah, para, idiota. Pensava aquelas coisas, enquanto olhava alguns caras se beijando e outros olhando e gritando para algo mais à frente. Abri caminho e parei bruscamente quando vi um striper tirando a cueca. E ele tirou mesmo, pus as mãos no rosto e fiquei um tempo assim.

Quem foi que me deixou entrar nesse lugar?

Quando olhei para aquele mini-palco novamente, percebi que o cara havia se retirado. Porém não acreditei quando vi André subindo lá, começando a dançar e a tirar a roupa.

Fiquei ali de boca aberta por um tempo. E eu não sabia se ria dele, o socorria ou só admirava o espetáculo. Meu Deus, aquela dança... E o que é isso subindo pelo meu corpo? Ah, é o fogo!

Peguei meu celular e gravei uma parte do strip. Sinto muito, André. Precisava gravar e guardar aquilo para todo o sempre comigo. E ele não parecia estar querendo ser resgatado mesmo.

Já sem camisa, ele agora estava tirando a bermuda, foi quando eu suspirei. Como pode ser tão gostoso? E lindo? E sexy? E...

- Achou sua namorada? - Diana, a garota que me cantou, apareceu de repente e o susto que tomei foi tão grande que deixei meu celular cair no chão. Apanhei-o rapidamente e vi que a tela ficou com uma pequena rachadura. Ô, porcaria! Parei de gravar e falei com ela:

- An... Na verdade, ELE é meu acompanhante - eu disse, apontando para um André só de cueca. Uma cueca cheia de dinheiro. Quê que é isso? Voltei a olhar para ela com um sorriso amarelo.

- Ah! Achei que você era lésbica por estar aqui - ela riu. - Ei, acho que seu namorado vai tirar a cueca - Diana apontou.

- Meu Deus! - corri até lá e ela veio atrás. - Acabou o showzinho!!! - falei, na frente do garoto.

- Dança comigo, amor - André estava tão afoito... Se esfregava em mim e dançava. Deus, eu quase cedi à tentação. E ele estava me chamando de amor mesmo?

- Cara, não faz isso comigo. Vamos pro hotel - respirei fundo e tentei arrastá-lo, mas ele era mais forte do que eu. Quando gritei a ordem em alto e bom som, todos me vaiaram. - ESSE HOMEM É MEU!!! ESCOLHAM OUTRO, OK? - quis deixar claro. A sorte é que André estava tão bêbado que não lembraria dessa parte.

O Verão de HELENAOnde histórias criam vida. Descubra agora