Capítulo bônus - "Acho que estou ficando maluco"

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Por: Pedro

Que droga! Nunca mais vou comer porcarias de rua. Minha mãe poderia ter me dito que eu deveria ver a procedência da comida antes de comê-la. Mas nããão. Sofre, Pedro, sofre!

- Sai logo daí, cara. Eu vou acabar vomitando aqui no quarto - André batia com insistência na porta do banheiro, que era onde eu estava.

- As coisas estão saindo de mim com tanta facilidade que já já eu termino. Nem preciso fazer força - informei rindo, mas querendo chorar. Acho que até emagreci.

- Me poupe dos detalhes sórdidos.

- Ei, tem papel higiênico aí? Aqui acabou.

- Não tem não.

- Droga! Vou ter que tomar banho. A sorte é que saiu tudo ralo - falei, indo para o chuveiro.

- Quer saber? Desisto. Já até engoli o vômito.

- Vocês são nojentos!!! - ouvi Cabeça gritar.

- Oh, que meigo! - eu disse com voz fofa fingida, sentindo a água bater em meu corpo.

Nesse momento, alguns pensamentos insistiam em querer invadir a minha mente. Enfiei a cabeça embaixo d'água e coloquei as mãos na parede. Eu não conseguia parar de pensar.

Haviam três fatos sobre mim. Primeiro: eu sempre fui um cara que não me contentava só com uma garota. Segundo: eu nunca me apaixonava. Terceiro: eu não me interessava por amigas e minhas únicas amigas eram Bianca, Lyanna e Lena. Tanta mulher no mundo, era só não olhar para essas três. Mas por que eu estava tendo dificuldades para ser do jeito que eu sempre fui? Aquilo era o que mais estava me atormentando nesses últimos dias.

FLASHBACK ON  

A última pessoa que fiquei de verdade foi a garota da festa no clube. Há alguns dias. Depois dessa, não consegui me concentrar em ficar com mais ninguém até o fim de um lance. Tudo isso porque, assim que me afastei da moça da piscina, eu vi Lyanna beijando um cara. Eu sabia que ela ia ficar com ele, já tinha visto ela beijar outros garotos também e além do mais Ly é minha amiga. Porém, meu coração havia apertado de um jeito... Como se alguém tivesse arrancado meu doce de mim à força.

Tentei não pensar na coisa estranha que senti. Aquilo não acontecia comigo nunca e eu estava sendo idiota. Mas ao longo dos dias eu não consegui evitar reparar nela: no jeito que falava e sorria, em como gostava sempre de parecer a mais adulta e responsável da turma...

Lutei muito contra essa besteira que se instalava em mim. Só que três dias depois, eu já estava louco com aquela situação. Procurei o número de alguma garota na minha agenda e saí sozinho à noite para encontrá-la.

Isabela parecia uma deusa em forma humana, qualquer homem se ajoelharia aos seus pés e eu não entendi o porquê de eu nunca tê-la chamado para sair antes. Porém, quando me aproximei, vi que seus cabelos eram vermelhos e isso me lembrava tanto Ly, que eu simplesmente dei tchau e saí andando.

- Ei, Pedro! VOCÊ ME CHAMOU AQUI PRA NADA, SEU DOENTE? - eu a ouvia gritar de longe, mas eu não podia ou não queria fazer nada.

Liguei para outra conhecida minha e a esperei na praça. Enquanto eu aguardava, tentava pensar em futebol ou qualquer outra coisa.

- Pedro? - Mariana me despertou. Seu cabelo era preto e enrolado. Ótimo! Seu corpo... Cara, que gostosa!

- Oi, linda! - falei, dando um beijo demorado e com jeitinho no canto de sua boca.

O Verão de HELENAOnde histórias criam vida. Descubra agora