Capítulo 29 - Venenosa, êêêê!

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Eu estava triste por ter que ir embora. Tudo parecia tão bom. Era como se você tivesse no alto de uma montanha russa a ponto de descer com tudo, mas aí o brinquedo para e você tem que descer pela escada. Decepção!

Pedro tinha puxado Lyanna para um canto. Eu me levantei e cruzei os braços, respirando de forma totalmente irregular, então André se aproximou, balançando a cabeça em negativa.

- Não tem o que falar, André - eu fui dizendo, enquanto ele colocava os braços em volta de mim e encostava sua testa na minha.

- Você não tem culpa se ela está sendo estúpida. E você não vai embora. Nem que pra isso eu tenha que fazer uma macumba e te prender aqui - eu ri daquilo. - Quantas vezes já te pedi pra ficar?

- Algumas!? Mas sempre tem um motivo pra eu ir.

- E sempre tem um motivo mais forte pra não ir.

- Hmm... E qual é dessa vez?

- Mesmo que Lyanna esteja assim pro seu lado, tem outras quatro pessoas que querem que você fique. E eu... Eu não estou preparado.

- Não quero que fique esse clima. Que tal você viajar pra minha cidade comigo?

- Helena! - ele sorriu. - Onde eu ficaria, moça? Posso saber?

- Na minha casa!? No meu quarto!?

- Ah, claro! Sua mãe é tão liberal assim?

- Pra mim é, já que sou a melhor filha do mundo.

- Posso falar sério agora? - ele me olhou.

- Não estávamos falando sério antes? - levantei uma sobrancelha. - Ok!

- Se você for embora, essa viagem acaba aqui pra todo mundo, sabe né?

- Não precisa acabar só por minha causa, eu não quero... - eu teria continuado se Ly e Pedro não tivessem tão perto.

- Lena... - olha, agora ela está me chamando de Lena. Ly olhou para Pedro, que a incentivou a continuar. - Desculpa por ter sido tão...

- Estúpida? - completei.

- Você não é mole. Enfim, sim, estúpida, babaca e imbecil - ela pôs a mão na nuca e não olhava nos meus olhos. - Que vergonhoso!

- Posso falar com Lyanna à sós, meninos? - perguntei e eles assentiram. Eu estava me controlando para falar com calma e não pular no pescoço da garota. - Deixa. Podem ficar aí, vamos sair.

Andei um pouco até chegar junto do carro, esperei que ela estivesse vindo atrás de mim e não me fazendo de besta. Encostei no automóvel e a olhei. Estávamos distante o suficiente dos meninos, ninguém nos via. Eu poderia cometer um assassinato e botar a culpa em algum animal selvagem. É.

- Então... - ela começou.

- O que foi que eu te fiz? - quis logo saber e Ly ficou em silêncio. - É que estou por fora da situação, então você tem que me falar - não lembrava de ter matado a mãe dela, nem nada.

- Fiquei com ciúmes, mas não se preocupe que estou suficientemente envergonhada.

- Ciúmes de quê, garota?

- Você e Pedro. Sei que dormiram juntos.

- Quê? - não estava achando graça de nada, mas eu gargalhei. - Você só pode estar de brinqueixon uiti me. Você... Você acha que eu e o Pedro ficamos?

- Você falando desse jeito parece algo idiota.

- Advinha por quê? É o André que eu amo e você já deveria estar ciente disso - bufei. - E você também dormiu no mesmo lugar que o garoto que eu sou afim, eu tinha que ficar puta também?

O Verão de HELENAOnde histórias criam vida. Descubra agora