Capítulo 39 - Dezoito aninhos

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— AAI! Isso doeu, Ana! – reclamei ao ter a minha pobre orelha queimada.

— Eita, foi mal! – vi o sorriso amarelo dela pelo espelho, então a garota continuou a enrolar meu cabelo.

Parecia que aquilo nunca iria acabar, foi quando meu celular tocou. Estava escrito "mamãe" na tela, então eu já atendi sorrindo.

— Alô, mãe!?

— LENA! FELIZ ANIVERSÁRIO! – ouvi ela e Toni gritarem no outro lado da linha. Precisei afastar um pouco o celular do ouvido, além da minha orelha estar queimada, eu não poderia fazer ela sangrar também devido à gritaria daqueles dois.

— Brigada, gente!

— Meu amor, desejo tudo de maravilhoso na sua vida... – e blá blá blá, minha mãe desejou tanta coisa que podemos muito bem pular essa parte. Lindo seria se tudo isso se realizasse. Ela já estava chorando quando acabou. — ...e eu te amo muito!

— Brigada, mãe. Também amo você. E olha, tô louca de saudades.

— Também estou, mas vamos nos ver em breve, não é?

— Claro que sim. Mãe, que barulheira é essa aí no fundo? – questionei antes de mais nada. Parecia que tinha uma espécie de reunião de Deputados atrás dela, tamanha era a algazarra.

— Ahn... Estamos na casa da sua vó ainda. PAREM DE GRITAR, ESTOU FALANDO COM A LENA! – ela berrou e todos se calaram mesmo. Levantei a sobrancelha com tanta autoridade. — Vamos voltar pra casa amanhã pra te receber na segunda.

— Acho bom, viu?!

— Ah, comprei um presente pra você. Sabe aquele videogame portátil que você queria?

— Você comprou um Nitendo DS pra mim? – existem videogames muito mais avançados, mas eu queira muito aquele. Pena que mamãe não tinha dinheiro na época, então agora ela provavelmente está rica. — Já falei que eu te amo?

— Já, mas sempre é bom ouvir mais uma vez.

— Te amo muito muito. Você é a melhor mãe do mundo, sério. Brigada.

— Eu sei. Eu...

— AAAI, ANA! – eu já devia estar sem a metade da orelha.

— Meu Deus, juro que não tô fazendo por mal – a babá levanta as mãos e então passa a segurar o riso. — Mas a cara que você fez foi ótima! Pronto, terminei. Não precisa me matar por causa de uma dorzinha de nada.

— Não sei se te agradeço ou te bato – me olhei no espelho mais uma vez. Eu não costumo ser convencida não, mas até que eu dou um caldo. Me senti gata e olha que nem havia colocado maquiagem ainda. Ok, vamos trazer a modéstia de volta. Me virei para Ana. — Você é boa com as mãos, hein!?

— LENAAA! – ouvi a voz da minha mãe sair alta pelo celular que estava no meu colo.

— Ops, desculpa, mãe. Eu esqueci de você – falei quando pus o aparelho de volta no ouvido. — Juliana, querida, eu vou desligar.

— Juliana é a senhora sua mãe – ela respondeu, fingindo irritação por eu ter a chamado pelo nome.

— Exatamente. Que gênia!

— Olha o respeito. Você tá muito rebelde, mocinha.

— Te amo, mãe. Tchau.

— Tchau nada, que eu não acab... – eu já tinha desligado. Não é por nada não, mas eu estava bem atrasada...

— Você desligou na cara da sua mãe? – Ana indaga apontando uma escova em minha direção.

— Você também já deve ter pecado alguma vez na vida. Depois eu peço perdão.

O Verão de HELENAOnde histórias criam vida. Descubra agora