Capítulo 8 - Sol de Paz

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Acordei tarde com uma tremenda dor de cabeça. A sorte é que, segundo uma mensagem de Ly, a praia estaria marcada só para a tarde.

Eu não sei como classificaria a noite anterior. Talvez conturbada seja a palavra. Só sei que, apesar de tudo, eu me diverti tanto que só queria uma segunda dose. Não de vodka, mas de festa. Já ansiava muito pela próxima, que não tinha endereço nem estilo certos.

E Marcos não teria o que reclamar. Eu liguei da festa e cheguei no horário combinado. Embora tenha chegado com a cara péssima, eu soube disfarçar minha condição de bêbada, agindo como uma lady. Uma Lady Gaga bêbada, mas ainda assim uma lady.

Perdi o café-da-manhã, mas assim que acordei, tomei um banho e desci para o almoço. Comi como uma loba faminta.

- Como foi a festa, Leninha? - Lu perguntou, mastigando.

- Ah, foi bem legal - respondi, sorrindo para ela. - Daqui a pouco vou sair de novo - essa última frase falei mais para avisar a Marcos do que para Lu.

Hoje Luíza estava com os cabelos presos em marias chiquinhas. Usava um vestidinho solto de bolinhas e comia com apetite quase tão voraz quanto o meu.

- Aonde você vai? - Marcos quis saber.

- Praia - eu disse.

- Espero que esteja se divertindo, Helena - foi Samanta quem comentou.

- É, eu me divirto com eles - falei. - Agora eu preciso me aprontar. Se me dão licença.

Levantei-me e fui para o quarto.

Escolhi um biquíni preto, além de short e camiseta. Numa bolsa coloquei alguns itens de praia, incluindo o protetor solar, já que minha pele era irritantemente branca e eu não queria, de forma alguma, ficar parecendo um camarão.

Liguei para Ly, que após alguns minutos apareceu em frente à casa com Bia em seu encalço. Assim que pus os pés do lado de fora, percebi o quão quente e seco o ar estava, meti a mão na bolsa em busca dos óculos escuros e os pus em mim.

- Tudo bem com vocês? - perguntei para elas.

- Eu estou ótima, mas Bia tá aí morrendo de dor de cabeça - Ly comentou, enquanto caminhávamos em direção à praia.

- O remédio que tomei não fez efeito - ela disse, com um chapéu enorme e óculos escuros a protegendo. Seu piercing brilhava quando o sol batia.

- A minha dor já está passando. Trouxe comigo uns comprimidos, na praia você toma. Esse é muito bom - afirmei.

- Obrigada. Te amo pra sempre, cara - Bia falou, me agarrando pelo pescoço.

- Se vocês tivessem seguido meu conselho... - a ruiva começou. - Acho que sou a única responsável.

- Ok, Lyanna - Bia disse, revirando os olhos. - Você deveria tomar um porre, pelo menos uma vez na vida.

- Sério que você nunca tomou, Ly? - indaguei, incrédula.

- Sério. Sou a que serve de exemplo aqui.

- O Marcos precisa ouvir isso. Estou saindo com a pessoa mais responsável do mundo - falei, fazendo espanto exagerado.

- Marcos é o seu pai, não é? - Bia quem perguntou.

- Não, ele é só o Marcos. Na verdade acho que minha mãe é mais meu pai que ele. Sempre foi - eu disse. - E eu também acho que é melhor nós mudarmos de assunto antes que eu comece a falar mal dele aqui.

- Ótimo. Deixe pra fazer isso no dia que combinarmos pra dormir juntas - Bia decretou.

- Pois é, precisamos marcar - Ly disse. - Vou entrar de férias essa semana, vamos ter muito tempo pra isso.

O Verão de HELENAOnde histórias criam vida. Descubra agora