Capítulo 36 - Ah, o amor!

129 15 37
                                    

Eu já não sentia mais minha bunda do tempo enorme que fiquei sentada naquele carro. Chegamos em Natal quase meia-noite e dei graças à Deus quando isso aconteceu, pude esticar minhas pernas.

— Entregue, meninas! – Pedro informou, exalando exaustão. Eu e Ly fomos as primeiras a serem deixadas em casa, já que ele foi pela ordem das residências.

André tinha nos ajudado com as mochilas, então eu despedi-me dele com um abraço e um beijo tão longos, que o pessoal já estava reclamando da demora. Foi estranho eu ter de me separar dele, já que ficamos tão grudados durante todos esses dias. Ah, mas seriam só algumas horas distante, vamos parando de drama.

Ly e Pedro ficaram nuns cochichos e beijos, mas logo se despediram também. Os meninos esperaram nós acharmos a chave reserva, entrarmos na casa e fecharmos a porta, para então poderem ir embora em paz.

— Eu estou tão cansada – falei, já no quarto de Ly. Me joguei na parte de baixo da bi-cama sem ter tomado banho mesmo. Pra quê banho, afinal?

— Eu... – não ouvi o que ela falou depois disso, já tinha desmaiado.

***

Passamos a manhã toda dormindo e só vimos Lucy e Joaquim na hora do almoço. Joaquim... Esse nome fazia eu me lembrar do meu querido fã de Aracajú.

Lucy nos fez relatar tudo o que aconteceu na viagem. Ok, nem tudo né!? Preferimos omitir algumas coisinhas como: o quase acidente, minha noite na cachoeira com André, a boate gay e a nossa farra no bar. Mas eu fiz questão de contar sobre outras coisas.

— Vocês souberam que Ly está quase namorando?

— Sério? Com quem? Isso você não tinha me contado, Lyanna – ela olhou para a garota sorrindo, pareceu muito curiosa.

— Não estamos quase namorando, só estamos ficando.

— Ah, esses jovens de hoje em dia. No meu tempo ninguém ficava, como vocês costumam falar. Beijou na boca já era namoro. É verdade que eu namorava vários, mas mesmo assim.

— Amor! – Joaquim reclamou na cadeira ao lado e Lucy riu.

— Nossa! Você fala "no meu tempo" como se fosse uma velha – Ly diz e se serve de mais macarrão. Eu já estava no segundo prato também.

— Não me acho uma velha, mas alguns anos atrás as coisas eram um pouco diferentes – a mulher põe uma mecha de seu cabelo laranja atrás da orelha. Lucy era tão elegante e jovial ao mesmo tempo. — Agora me diz quem é a pessoa, você está me enrolando.

— Não estou, não – minha amiga põe comida na boca antes de continuar. Parecia que estava querendo ganhar tempo. — Com Pedro. Mas só estamos ficando, como eu falei.

— Ah! – Ly nem olha para a irmã e esta não parece tão animada agora. — Certo.

— Vou pegar a sobremesa – Joaquim se levanta quando a mesa fica silenciosa. Para falar a verdade não entendi o silêncio.

— Ótima ideia – digo, tentando também mudar de assunto, já que o clima ficou estranho. Ele vai até a cozinha. — Adoro sobremesas. O que tem pra hoje?

— Mousse de chocolate – o homem volta me respondendo. — E eu que fiz.

— Olha só. Não sabia que tinha dons culinários.

O Verão de HELENAOnde histórias criam vida. Descubra agora