Capítulo 15

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Depois disso fechei os olhos por um segundo, tentando-me centrar e ganhar coragem para continuar na minha jornada.

Algo leve pousou no meu ombro e sacudi-o ligeiramente tentando afastar o inseto que certamente ali se encontrava. O ligeiríssimo peso teimou em não desaparecer e vencido acabei por abrir os olhos para observar o que me estava a incomodar.

Uma bolinha de pelo cor-de-rosa, mais pequena que o meu punho, e com uns olhos enormes que, neste momento, me observavam com curiosidade encontrava-se confortavelmente empoleirada em cima de mim. Ficamos nessa observação mutua durante algum tempo até que ela ronronou como um gato e derreteu o meu coração. Acabei por pegar nela e acariciar o seu pelo, arrancando sucessivos ronronamentos de prazer.

Ao longe ouvi tiros a serem disparados, um claro sinal que o meu momento de repouso tinha acabado. Não sabendo o que fazer com a doce criatura cor-de-rosa, acabei por coloca-lo no bolso interno do meu fato e recebi mais um ronronar prazeroso.

De acordo com o meu ifone eu deveria passar para a outra margem da corrente de água para atingir o ponto de encontro. Depois de o observar com cuidado o obstáculo cheguei rapidamente a conclusão que o local onde me encontrava não permitia tal proeza. Não me restava outra solução senão margear o rio tentando encontrar um local que oferecesse melhor passagem...o que eu fiz.

Meia hora depois cheguei ao recinto circundante de uma rica moradia de Koloma e nesse momento o ronco do meu estomago fez-se ouvir despertando-me para a necessidade para me alimentar. Sem hesitar decidi explorar a casa para encontrar alguma fonte de alimento, nunca me poderia esquecer que dependia do meu corpo e da sua manutenção para sobreviver. Sabia que estava a correr um risco mas não podia evita-lo, porque normalmente essas casas ou já se encontrariam saqueadas e não teriam nada para me alimentar ou sê-lo-iam em breve o que me colocava numa posição muito precária, já que poderia lá estar quando isso ocorresse...era uma questão de sorte...

Avancei com cuidado e verifiquei que a Deusa da sorte me acompanhava....A casa estava deserta. A moradia ainda mostrava em cada recanto a gloriosa opulência dos seus proprietários. A cozinha, para minha alegria encontrava-se fornecida das mais diversas iguarias, mas limitei-me a comer apenas o que me era conhecido. Os risco de ingerir alimentos estranhos eram muito grandes...doenças, envenenamento, paralisia.....

Estava já preparado para sair quando vozes e passos se fizeram ouvir. O que mais temia estava a acontecer.

Percorri o espaço a minha volta procurando um local onde me pudesse esconder, mas para um homem do meu tamanho essa tarefa era praticamente impossível. Correr... era outra opção, mas essa também inviável já que teria que passar pelos invasores no meu caminho de fuga. A conclusão era obvia....teria de lutar.

Coloquei-me atrás da porta com o meu phazer em punho e aguardei....As vozes estavam cada vez mais próximas e quando me pareceram estar na soleira da porta, fechei-a com toda força que tinha, atingindo os meus "inimigos" que gemeram involuntariamente com a dor. Aproveitando a distração, sai detrás da porta e vi um kolomano estendido no chão sacudindo a cabeça para se recompor e outro que embora se encontrasse ainda de pé estava aturdido mas tinha ainda discernimento para continuar a segurar uma arma na sua mão, e foi este, de quem me ocupei primeiro... Um punho de direita no rosto seguido de um esquerdo no estômago e acabei com outra direita no queixo. Vi o kolomano estender-se ao lado do colega que estarrecido se colocava de pé em posição de defesa. A luta corpo a corpo foi curta, o treino destes indivíduos era escaso quando comparado com o meu... dois ganchos e foi juntar-se ao seu colega. Sem demora sai dali, mas antes mesmo de ter percorrido cinco metros um contingente de cinco homens apareceu a minha frente.

Sem tardar procurei abrigo atrás de uma parede que se encontrava atrás de mim, antes mesmo do primeiro tiro ser disparado. Analisei a minha situação e rapidamente cheguei a conclusão de que a única forma de sair dali seria a de eliminar os meus adversários...o que ...infelizmente ....me pareceu pouco provável. Cada um deles tinha encontrado refugio atrás de uma parede e alternadamente iam disparando tentando me atingir sempre que saia do meu esconderijo para atirar. Uma estratégia bem definida para que eu nunca soubesse quem iria se descobrir a seguir. Sabia que existia um padrão pré estabelecido mas demorei vários minutos a desvendá-lo.

Durante o que me pareceu um tempo infinito fui disparando o meu fazer, tentando em vão acertar em qualquer um deles, após ter estabelecido a ordem pela qual eles saiam. A parede que me abrigava ficava cada vez mais ténue, fruto dos constantes disparos que a iam desgastando. Não sabia como esta situação iria acabar mas de uma coisa tinha certeza... iria lutar até ao fim. Os movimentos furtivos que fazia a uma rapidez alucinantes e durante os quais eu disparava uma rajada de fazer serviam também para obrigar o meu inimigo a gastar as suas cargas.

Costumava ter duas fazer, mas a segunda tinha-me sido tirada na entrada da conferência e por isso só tinha mantido a que se encontrava escondida na sola do meu sapato...amiga inseparável de todos os momentos. A minha sobrevivência dependia essencialmente neste momento das cargas ...precisava esgotar a deles economizando as minhas.

Consegui finalmente apanhar de raspão um dos meus oponentes o que me deixou extremamente feliz e preparava-me para disparar novamente de forma a neutraliza-lo definitivamente quando a minha arma fazer deixou de funcionar. As cargas tinham acabado...

Encostei-me a parede tentando pensar em alguma alternativa mas nada me ocorria...estava simplesmente tramado. Não tardaria a que os meus oponentes percebessem que eu já não disparava. Tentando novamente visualizar um meio para escapar espreitei novamente a sala que se encontrava depois da parede na qual me abrigava e calculei quanto tempo e que manobras poderiam me levar a sair dali ileso....Estava entretido nesse raciocínio quando uma dor aguda se fez sentir na minha nuca atingindo rapidamente as minhas têmporas. E enquanto rapidamente perdia a consciência, apercebi-me do grande erro que tinha cometido....tinha deixado dois Kolomanos inconscientes na sala atrás de mim.


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