Capítulo 36

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-Mira esta é a tua historia, minha pequena sacerdotisa.- Vi a minha mãe sorrir , com aquele mesmo sorriso cândido que me tinha acompanhado toda a vida.-  Como sabes pouco depois fiquei grávida de ti e mesmo não te tendo podido criar és a maior criação da minha existência.

- Eu sei mãe e finalmente chegou o dia, não vejo a hora de te abraçar.- A saudade apertou o meu coração. Senti uma lágrima aflorar os meus olhos e no ultimo instante consegui retê-la, não queria que a minha mãe ficasse com essa imagem de mim chorando pelos próximos seis meses. 

- Eu também minha sacerdotisa. - Vi-a também ela emocionada. Infelizmente nesse momento a comunicação começou a falhar sinal que teríamos que nos despedir o que eu fiz a contragosto.

Sai do meu dormitório e fui ajudar a minha avô com o jantar, ela viu o meu stress e veio abraçar-me carinhosamente e pude finalmente deixar todas as lágrimas teimosas vazarem  livremente. Mas rapidamente as sequei, a verdade é que não tinha tempo a perder devia  começar a preparar as minhas coisas porque em pouco tempo estaria embarcando para a nova etapa da minha vida.

A hora da refeição veio alcançar-me rapidamente. Foi um jantar alegre e triste ao mesmo tempo. Os meus velhotes não conseguiam esquecer o facto que estava quase de partida,  a nostalgia do que o passado tinha sido não nos deixou, e percorremos toda a minha infancia a pequenos passos recordando os momentos mais marcantes da minha ainda curta vida.

A noite já ia avançada quando fomos interrompidos pelo toque insistente de alguém que se encontrava a porta da nossa residência. Meu avô olhou de relance para nós antes de se levantar e abrir a porta. 

Nunca teriamos adivinhado quem ali se encontrava, a surpresa foi total, nada fazia prever que o meu progenitor se encontraria  a porta. Depois do primeiro momento de incredulidade se esvanecer,  não esperei e atirei-me nos braços desse homem que era tão importante para mim. Meu pai, meu heroi, o meu modelo de conduta e não só meu mas também de muito dos meus colegas da academia que viam nele tudo o que eles pretendiam ser como soldado da Aliança. Sentia um orgulho enorme de ser filha desse homem que representava tudo o que a raça humana tinha para oferecer.

-Paizinho lindo..que alegria...como...como...-Pela segunda vez nesse dia deixai as lagrimas escorrerem pela minha face. Raramente tinha sido abençoada com a presença, no mesmo dia, dos meus pais. 

-Eu sei, minha pequena sacerdotisa. - Disse apertando-me bem forte entre os seus braços.- Queria te fazer uma surpresa!

-Pois fizeste ...estou tão feliz...vais ficar até eu partir?- Fiz a pergunta quase sem esperança, porque sabia que a vida dele era um turbilhão sem fim de idas e voltas pelo universo.

-Vou fazer melhor do que isso...-Para provocar um suspense que ele sabia que eu detestava, deixou essa frase no ar e virou-se para o meu avó. -E então pai tudo bem? esse meu monstrinho tem vos dados muito trabalho?

-Nem um pouquinho, alias nada me entristesse mais do que ficar sem ela...eu sei que tem de crescer e ganhar asas e sei que a Suniza tem saudades dela ...mas ela é nossa também.

A tristeza revestia a voz do meu avó e tive de ir abraça-lo.

-Não chores eu volto ...prometo.

-Eu sei filha, eu sei...deixa-me ir ver a tua avô e ajuda-la com o café.- Sabia que o meu avó estava a fazer uma saida estratégica. Podia ver as lágrimas a acumular-se nos seus olhos também. Tinha bem a quem sair ...eramos um bando de sentimentalista incuraveis. Mas voltando a atenção para o meu pai perguntei.

-Mas paizinho o que que queres dizer com melhor do que isso?

-Pensei que já te estivesse dito...mas de qualquer forma pode esperar-Que pai terrivel eu tinha !!

-Sabes bem que não !!E não não pode !! Não sejas mau ! -Fiz a cara mais magoada do mundo e olhei para ele suplicante.

Ele levantou-as mãos rendendo-se.

-Não sei como a Suniza consegue mas mesmo longe ela conseguiu ensinar-te os seus truques mais baixos.

-Não foi a mãe ...é genética mesmo. - Abri um grande sorriso malandro.- mas conta...

-Não sei até que ponto vais gostar, mas consegui juntar-me a vossa viagem...fui hoje nomeado o capitão do navio da aliança que te vai levar até a tua mãe.

-Fantastico!! Maravilhoso!!! quer dizer que vou ter o meu pai e a minha mãe juntos pela primeira vez! Não acredito! A mãe sabe?

-Não, infelizment não consegui falar com ela hoje, mas vou amanhã enviar-lhe uma missiva. Espero que estejas feli9z minha pequena.

-Nem imaginas quanto pai...nem imaginas quanto.- E sem mais abracei o meu pai. 

Nesse dia quando me retirei para me repousar, não pude deixar de pensar que algo estava a ameaçar a minha felicidade. Não conseguia definir o que era mas senti-me ameaçada.

Durante o meu sono tive um pesadelo assustador. Corria, perseguida por um ser que não conseguia ver, um vulto que apenas sentia, mas que se aproximava. Branco...preto... Sentia o meu peito oprimido pelo terror...não podia ser apanhada...as minhas pernas cansadas começavam a falhar, mas não podia parar...tinha que correr para me salvar...e no meu desespero apenas conseguia ouvir, repetidamente, incessantemente...na voz horrível da pessoa que me perseguia....

Do planeta azul vira a semente

Do vermelho os elementos

Do amarelo o fel para destruir o universo

Do azul e vermelho haverá fusão e dele a vira a libertação

Perdi-me na dor e na escuridão...

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E assim acaba o primeiro livro da saga da Mira .....se quizerem mais por favor peçam 

Que o pagamento de um escrito é o claor dos seus seuidores ...

Obrigado a todos :)





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⏰ Última atualização: Aug 05, 2019 ⏰

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