Capítulo 24

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A consciencia veio pouco a pouco encontrar-me. Senti uma enorme dificuldade em abrir os olhos e a foca-los de forma a ver onde me encontrava. A escuridão do aposento não ajudou e durante largos instantes senti-me perdido.

Sabia que tinha participado de uma batalha e que o último momento que me recordava, antes de ter sido engolido pela escuridão, era o instante em que senti o meu corpo explodir de uma dor intensa que tinha começado no meu peito, para depois se espalhar pelo corpo todo e levar-me em direção ao esquecimento. Tinha-me adiantado aos meus homens e fiz tudo para os proteger, até que aquele maldito disparo me ter atingido .... só esperava que tivesse tudo bem com eles....

Levei a mão até ao local onde devia ter uma ferida e nada encontrei, era como se nunca tivesse existido, o que me deixou ainda mais confuso... Com o movimento o meu braço esbarrou num objecto que estava estendido ao meu lado, e desviando as cobertas  vi Suniza... A minha suniza, a criatura mais linda do universo...ali na minha camara e na minha cama. Só podia estar sonhando! Nada disso podia ser real! 

Eu devia estar morto! Eu sabia que estava...ninguém podia recuperar de um ferimento como o meu. Tinha visto centenas de soldados morrerem por bem menos. Mas ali estava eu deitado com a mulher dos meus sonhos, a mesma cuja imagem apareceu antes de eu me deixar ir para nunca mais voltar. 

Estranhamente nunca me tinha sentido mais vivo do que neste momento...mas não conseguiria sossegar até saber o que realmente tinha acontecido e só uma pessoa podia elucidar-me.

- Suniza...Suniza...- Chamei baixinho tentando não assusta-la e aproveitando para depositar um levissimo beijo na sua face corada pelo sono.

Ouvi um resmungo adoravel mas ela continuou a dormir calmamente...verdade que tudo nela me fascinava e deixei-me perder por um instante na sua contemplação.

-Suniza...- Chamei uma vez mais, ao fim de algum tempo, mas agora mais alto.

-Humm...

-Acorda...por favor...princesa...

- Que foi ...preciso dormir ...- Resmungou, mas já se virando para me encarrar.

-Desculpa querida.- Pedi depositando um beijo nos seus lábios tentando me fazer perdoar- Eu sei que é chato...mas preciso saber o que se está a passar!

- Morrestes, casamos e voltastes! Acho que cobre todos os acontecimentos das últimas horas. - Disse tentanto virar-se novamente para dormir, o que eu tratei de impedir.

- Como ??

- Estou a ver que enquanto não te contar tudo não vais me deixar dormir, verdade?- Disse ela com um grande suspiro. Assenti com a cabeça concordando. E resignada ela sentou-se na cama e começou a contar tudo o que tinha ocorrido enquanto estava inconsciente.

Ela ficou olhando para mim em pura expectativa depois de acabar o seu relato...Sabia que tinha que dizer alguma coisa mas nada me ocorria...O que eu sentia neste momento era demasiado confuso, e não conseguia ordenar os meus pensamentos de forma a que eles fizessem sentido, tanto para ela como para mim. O últimos acontecimentos da minha vida eram dificeis de engolir...saber que tinha realmente morrido e que uma cerimónia de acasalamente permitiu-me ser unido por laços inquebraveis a outro ser e que esta mesma ligação fez com que a minha nova companheira pudesse transferir a sua essência de vida para me restabelecer...e devo dizer que essa essência devia ser mesmo muito poderosa para permitir tirar-me do lindo do esquecimento e restabelecer todas as minhas feridas... era deveras extraordinário. E tudo aconteceu com o acordo do meu segundo. Soube também que Suniza já tinha contado a mãe da nossa ligação e que esta de alguma forma estava a espera do que iria acontecer e quando cheguei ferido tudo já se encontrava preparado para a cerimónia.

- Desculpa não ter te dado opção quanto ao casamento...mas era a unica solução...eu não queria te obrigar ...- Começou Suniza, pedindo desculpa tanto atravês das suas palavras como com o olhar que me dirigia nesse instante. Acho que ela deve ter pensado que eu estava zangado porque nunca mais dizia nada...

E disse então a primeira coisa que me passou pela cabeça.

-Se percebi bem...Esta é a nossa noite de nupcia?

-Sim.

-Não tinhamos um prazo para consumar a nossa união?

-Sim...

-E se tratassemos disso já?

-Mas...mas...-Suniza estava tão confusa que não sabia o que dizer, o que me fez lembrar de mim mesmo a uns meros nanosegundos atrás.- Queres agora? Mas ainda não estás completamente restabelecido!

-Acredito que fazer amor contigo pode operar milagres em mim princesa...

E sem mais puxei-a para mim e beijei os seus doces lábios  que se abriram imediatamente para acolher a minha língua. O que se seguiu foi a experiencia mais impressionante pela qual eu tinha passado. Vi literalmente a minha companheira se transformar durante o ato. A sua pele normalmente de um lilás clarinho mudou para uma tonalidade mais profunda, o seu cheiro tornou-se mais intenso e o ambiente a nossa volta ficou impregnado de uma fragancia de primavera que trouxe uma felicidade e uma paz ao meu espirito como nunca tinha sentido antes. O seu corpo desnudado mudava devagar perante os meus olhos, mamilos  e aureola  praticamente inexistente se formaram, outras mudanças ocorreram e onde não existia entrada para o seu corpo este se formou e permitiu que eu entrasse e me deliciasse, atingindo um extase como nunca antes sentido ou sequer imaginado.

Nada poderia se comparar a estes momentos que tinha acabo de viver, neste momento sentia-me abençoado. Tinha nos meus braços a mulher mais linda do universo, que dormia descançada e que oferecia a sua beleza para o deleite dos meus olhos. E de uma coisa tive certeza nesse momento, essa era a minha mulher e agradecia o facto de ela ter tomado a sábia decisão de nos unir atravês do casamento.









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