Capítulo 34

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Nunca  estaria pronta para o que se avizinhava, mas não tinha escolha ...E também eu assenti dando o meu acordo para algo que eu ainda não sabia o que seria, com toda a certeza. Usaria a "luz" como ela me tinha pedido, deduzi que devia ter algo a ver com a minha capacidade de manipular a essencia. Na teoria, sabia que podia controlar qualquer pessoa mas nunca tinha tentado fazê-lo, nem nunca precisei. Não havia como me preparar para o que ela me iria pedir para fazer, sabia que exigiria muito de mim, tanto enquanto ser vivo como enquanto Athalayana.

 Mas estava longe de adivinhar o que  se iria passar de seguida.

Ephy começou a brilhar ofuscantemente e a medida que a luz que a rodeava crescia o vulto dela também crescia...Todos sem escessão ficaram hipnotizados e desorientados pelo fenomeno. As armas que antes se encontravam empunhadas contra nós estavam a baixar-se devagarinho, concentrados que estavamos todos na transformação que se dava a nossa frente. Não deve ter durado mais do que alguns segundos, mas pareceu um interminavel...

A luz foi diminuindo devagar e deixou desvendou o que deve ter parecido a todos a mais bela criatura do universo. Ephy tinha se transformado numa linda femea aproximadamente da minha altura, rosinha como ela sempre tinha sido mas  que brilhava ligeiramente sempre que se movia. Um facto por si só mesmerizante. A sua face de bichinho indefeso tinha se transformado nas feiçoes de uma lindissima mulher. Enquanto todos nos estavamos embasbacados olhando para para essa criatura divina ela estendeu a sua mão e pegou na minha. No momento em que a sua pequena e delicada mão cor de rosa pegou na minha uma paz imensa me invadiu e devagar  seguir atrás dela ainda sem certezas do que ela pretendia que eu fizesse, mas ainda assim totalmente confiante de que tudo se iria resolver pelo melhor. Estava preparada para a seguir  sem oferecer qualquer resistencia, mas o meu capitão não pensava da mesma forma e ainda tentou me segurar seurando o meu braço. Sem palavras, e delicadamente, soltei o meu braço e dei-lhe um sorriso confortador e virando-me segui-a.

Atravessamos a multidão que se abriu para nos dar passagem e paramos somente a frente do grupo composto pelos Darkwhite e das crianças indefesas. Podiamos ver o medo refletido em cada uma das criancinhas inocentes, carinhas chorosas, de diferente maturidades. Algumas não passavam de bébés de colo. Não compreendia como é que um ser podia ser tão vil ao ponto de atentar contra a vida dessas pequenas criaturas indefesas, que somentam tinham bondade e inocencia nos seus corações. Que povo era esse que não tinha respeito pelo dom da vida, que em vez de defender a harmonia e o equilibrio universal almejava somente perturba-lo com a pretenção de apropriar-se de algo que a ninguém pertencia e que nos era apenas emprestado para usarmos enquanto tivessemos esta forma fisica. Realmente este conceito era novo para mim. Não novo encanto existencia, porque eu sabia que ele existia, mas novo porque pela primeira vez o podia presenciar. 

-Mama...

O som saiu da boca de uma criança que certamente tinha visto a sua mãe no meio da multidão e que sacudindo-se do seu cativeiro tentou tudo para alcança-la. Mas o Darkwhite segurava-o firmemente, mas não contente com o seu gripo simplesmente lhe tapou a boca e o nariz e mesmo a nossa frente começou a estranular a pequena criatura que não queria mais do que o conforto dos braços da sua mãe porque tinha medo. Devagar muito devagar comecei a ver a vida a abandonar o corpo dessa criança indefesa e uma lágrima perdida e solitaria soltou-se dos seus olhos que já se encontravam esvaziados de qualquer esperança enquanto ela numa ultima resto de força levantava os braçinhos desanparados ....pedindo ajuda. Ela não sabia o significado de tudo isto e porque esse ser o estavam a magoar...apenas sabia que estava a morrer e que ninguém o iria ajudar....  

Um sentimento desconhecido começou a tomar conta do meu ser, a medida que nos iamos aproximando. Não o reconheci ...era novo poderoso e completamente desconhecido, começou no meu centro, no meu amago ...e foi se espalhando, queimando e magoando. Em pouco tempo já praticamente não o conseguia conter...era maior do que eu e precisava liberta-lo. 

-Deixa acontecer...

Ouvi essa vozinha que era a mesma de sempre na minha cabeça e finalmente perdi a batalha...e deixei que acontecesse.

A luz veio e foi-se...Ephy tinha razão...usei a minha luz, aquela que eu não sabia que existia até realmente precisar dela. Ela saiu de mim e atravessou todos os  Darkwithe presentes e só eles, mudou a  preta essencia que revestia esses seres horriveis,  transformando-a em algo que não era mais do que energia ....apenas luz. Vimos esses pontos de luminoscentes abandonar os  corpos  que vazios ficaram para trás, carcassas sem vida. 

Ia cair esgotada mas antes que acontecesse fui amparada por Ephy, e  na minha mente comecei a ouvir suas palavras consoladoras. O rebuliço a nossa volta foi enorme e a alegria fazia ouvir-se mas eu não a conseguia partilhar. Neste dia tinha tirado vidas e embora foisse justificado não sei se me consegiria alguma vez perdoar. 

Senti o meu companheiro de vida e o seu segundo aproximarem-se de  nós e cada uma foi acolhida nos braços daquele que representavam os nossos refugios.Não saberia dizer quanto tempo ficamos ali. Apenas sei que passado pouco tempo o meu companheiro foi obrigado a tirar-nos as duas dali porque o povo Kolomano queria chegar perto das deusas que os tinham libertado...

Antes de perder completamente a consciencia...sorri...eu uma Athalayana ...uma deusa...


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