Amor de infância

83 5 0
                                    


Oi meus amores...

Mais um pedacinho completo desse enorme mosaico de emoções. Divirtam-se.


Regina entrou no banheiro feminino e olhou-se no espelho. Teresa estava certa. Seu rosto estava afogueado como se ela tivesse corrido. Os olhos brilhantes e os lábios cheios. Ela os tocou com a ponta dos dedos rememorando o beijo. Parecia que ela ainda sentia as mãos dele percorrendo seu corpo enquanto a beijava de forma enlouquecedora.

Ela abriu a torneira e, com as mãos molhadas, tocou o rosto e o pescoço deixando a água escorrer pelo decote da blusa. Recobrar a serenidade era necessário, pois Maura havia se tornado uma pessoa muito perspicaz. Após respirar fundo algumas vezes e arrumar a roupa e os cabelos, ela voltou para o corredor.

***

Maura sentou-se em frente ao delegado entregando a ele um celular prateado.

- Aqui está, Sean. O telefone de Lily. Espero que seja de alguma ajuda.

Sean pegou o celular da mão de Maura e o entregou ao policial que estava ao seu lado.

- Jorge, leve para a perícia. - ele pegou um papel à sua frente. - Aqui está o pedido de quebra de sigilo telefônico dado pelo juiz. Assim fica mais rápido saber quais chamadas foram feitas e recebidas.

Jorge saiu da sala após um aceno rápido para Maura.

- Agora, Maura, vamos conversar. Já contei à mamãe sobre a sua vinda. Não tem por que você ficar ainda no hotel.

- Contou a ela tudo ao meu respeito?

- Claro que não. Ela não precisa saber que você passou oito anos da sua vida como prostituta de luxo. - Maura se encolheu o ouvindo falar. Aquilo parecia tão impróprio na boca de seu irmão. - Depois de algum tempo trabalhando na polícia, a gente aprende que o importante é sobreviver. Não importa como. Você não se diminuiu aos meus olhos por ter a profissão que tem. Mas você precisa ver a mamãe. Por muitos anos ela sofreu com sua ausência.

- Eu queria vir... Especialmente depois da morte do Carlos. Mas tive receio.

- Do que?

- De como vocês me veriam depois de tanto tempo.

Sean jogou as mãos para cima

- Ar son Dé! Por Deus! Maureen, você acredita mesmo que iríamos bater a porta em sua cara? O que acha que somos?

Diante da explosão do irmão, Maura começou a chorar. Sean levantou-se e segurando em seu rosto, ele a acalmou.

- Deirfiúr... Irmãzinha... O que é isso? Você sempre foi a mais forte de nós três. Sempre foi o alento de mamãe.

- Mas eu abandonei vocês. Fui fraca.

- Você estava assustada. Quando mamãe me contou o que havia acontecido dei graças aos céus por aquele canalha já ter morrido. Por que eu acho que eu o mataria com minhas mãos. - revelou Sean enraivecido. - A luxuria dele nos separou. Fez com que você sozinha enfrentasse o mundo. E mamãe se penitencia todos os dias por isso. Ela acende uma vela todos os dias pra Santa Brígida para manter você a salvo. Mas agora, ela quer você por perto. Mesmo que você tenha que voltar para São Paulo por causa de seus negócios, acho que deveria ficar conosco por enquanto.

A FestaOnde histórias criam vida. Descubra agora