O salão foi ficando vazio à medida que os convidados e funcionários davam esclarecimentos a policia e iam embora. A despedida ficou um tanto melancólica como alguns disseram à Regina quando ela se despedia de alguns conhecidos. Uma pena. O fim da noite poderia ter sido bem mais agradável.
Ela estava cansada e tudo que queria era ir para casa e dormir pelo menos dois dias inteiros. Todo seu quadro de funcionários já havia ido embora e apenas Liz e Mari ainda estavam lá.
- Meninas, vocês já falaram com a polícia. Já podem ir. - ela disse a elas.
- Você vai ficar bem, Regina? Aquele federal ainda está por aqui. - Liz a abraçou em despedida
- É eu sei. Mas não se preocupe. Ficarei bem.
- Então está bem. Falamos-nos na segunda feira.
- É claro. - Regina soltou-se do abraço de Liz e abraçou Mari também.
- Até segunda.
- Até. - despediu-se Mari indo em direção à saída.
Regina voltou para a cozinha, mas antes que chegasse lá ela ouviu Sean e Sérgio conversando:
- E então? Alguma conclusão preliminar Delegado?
- Muitas hipóteses, mas nada concreto. A vítima não era daqui, não tinha ligações com ninguém. Somente com a Maura de quem era acompanhante no jantar. Sabemos apenas que ela recebeu um bilhete de um garçom que não lembra exatamente das feições do cara. Sabemos que era um homem, alto, grisalho, entre sessenta e setenta anos. Isso não reduz os suspeitos. O Santos está vendo as fitas de segurança, mas acho que não vai adiantar muito. O equipamento de monitoramento do hotel é antigo. Se tiver gravado alguma imagem que se possa usar vai ser um milagre.
- Aí complica. - concluiu Sérgio.
- Noitezinha comprida essa viu. - comentou Sean. - Já não bastava um caso de assassinato agora eu tenho dois.
- Quem é o outro caso?
- Um enfermeiro. Aparentemente foi um latrocínio. Flávio Fernandes. Casado, filho pequeno. A viúva está inconsolável. - Sean não reparou que o outro ficara pálido diante do nome da vítima.
- Você disse Flávio Fernandes? - Sérgio perguntou com voz estrangulada.
- Sim. Você o conhece?
- Éramos colegas de escola. Falei com ele mais cedo quando fui visitar minha mãe. - o policial sentou-se apoiando a cabeça nas mãos. - Ele estava tão despreocupado, tão feliz. Não acredito que isso está acontecendo...
- Quer um conselho? - Sean bateu no ombro de Sérgio. - Descanse, deixe as preocupações para a polícia. Você está aqui para se recuperar e pegar os grandes da capital. Qualquer novidade em qualquer um dos casos eu entro em contato.
Sérgio fez um aceno concordando e acompanhou a saída do delegado em silêncio.
Sean passou pela porta vai e vem da cozinha e não viu Regina num canto. A moça chegou à porta e, de repente, ela viu Sérgio explodir em fúria. Ele levantou-se num ímpeto e a cadeira voou longe. Com um empurrão deslocou a mesa. Regina entrou tentando segurar aquela torrente.
- Droga! Droga! Droga! - ele esmurrava a parede enquanto gritava sua frustração.
- Ei! Ei! Ei! Para com isso! Quer machucar a mão também além do braço? - Regina o segurou reparando nos hematomas que já se formavam na mão de dedos longos. Ela levantou a cadeira que ele derrubara em sua explosão.
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A Festa
RomanceVocê está convidado para a Comemoração dos quinze anos da formatura dos estudantes do Ensino Médio do Colégio Alvorada. Uma festa onde amores antigos ressurgirão com força total, novas experiências que vão acontecer e o passado baterá em cada porta...