"Eu posso esperar para sempre"

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Ao som de On the wings of Love – Jeffrey Osbourne Regina apareceu à entrada do salão com um sorriso radiante no rosto. Isaías ofereceu seu braço a ela e Regina enlaçou seu braço no dele. Num rompimento total a qualquer tabu, o ex-marido conduzia a ex-esposa ao altar improvisado. E a filha de ambos levava as alianças que iria unir a mãe ao novo marido.

Cercada por aqueles que gostavam dela, Regina não podia estar mais feliz. Ninguém jamais saberia o drama que se desenrolara antes da cerimônia quando ela, já pronta, recebera a visita da ex-sogra.

- Dona Iolanda... Achei que a senhora ainda estivesse no hospital.

A ex-sogra se aproximou dela.

- Não acharam necessário me manter mais tempo. Meu estado era estável.

- Sim. Isaías ficara feliz. - Regina olhou para o espelho. Pelo reflexo viu a ex-sogra torcer as mãos nervosamente.

- Regina, eu vim aqui também para pedir o seu perdão. Eu tomei algumas atitudes baseadas em minha amargura. Gostaria muito que você pudesse me perdoar...

Regina respirou fundo, antes de se virar.

- Dona Iolanda, se seu medo é ficar longe de sua única neta pode ficar tranquila. Eu nunca as separaria. Apesar da senhora nunca se aproximar de mim a nao ser para recriminar e desdenhar, eu nunca quis o seu mal. A sua maior aliada, foi sua maior inimiga.

Ao entrar no salão, essas recordações ainda martelavam em sua cabeça, mas quando ela fitou o homem alto que a esperava torcendo as mãos de nervosismo, tudo se resumiu a ele. Tudo ao redor dela desapareceu. Seus olhares se cruzaram e como por encanto o nervosismo desapareceu.

O tapete vermelho que cruzava o salão estava salpicado de pétalas de rosas brancas, amarelas, vermelhas e rosas. O perfume era inebriante e as luzes imitavam as do entardecer. O ambiente era romântico refletindo todo o sentimento presente naquela cerimônia.

Após um aperto de mãos, Isaías entregou Regina a Sérgio e tomou seu lugar ao lado da juíza de paz. Regina entregou seu buquê a Maura e olhou o seu amor, seu grande amor nos olhos. Ninguém ali poderia imaginar o quanto o seu coração batia forte ao fitar aqueles olhos negros. Talvez o noivo, pois seu coração também batia como se fosse ultrapassar o peito.

O casal virou-se para Isaías que iria dizer algumas palavras antes da juíza.

- Bem. O amor venceu. Regina, nós convivemos por dez anos uma relação baseada no respeito. Juntos, demos a vida e criamos essa garotinha linda. – ele afagou a cabeça de Miriam que estava perto dele. – Mas, durante todo esse tempo, o seu coração batia por esse que agora será o seu marido pelas leis dos homens. E eu estou em júbilo por esse momento. Por que vocês agora vão viver o verdadeiro amor que nasceu em seus jovens corações. – ele olhou para Sérgio. – Sérgio, eu me sinto honrado por ter cuidado de Regina para você. Saber que durante quinze anos o seu amor por ela não esmoreceu me deixa feliz, por que eu sei que ela será amada por você como a única mulher na face da terra. Que vocês sejam tão felizes quanto eu e minha Maura. – ele olhou a mulher com quem se casara. – Que Deus abençoe essa união para sempre!

Todos bateram palmas e novamente os dois apertaram as mãos e Regina deu um beijo no rosto do ex-marido. Ele foi juntar-se a Maura que tinha os olhos rasos d'água.

- E pensar que quase eu não voltava para cá. – ela murmurou olhando o casal que acompanhava atentamente as palavras da juíza de paz.

- Então eu permaneceria sozinho para sempre sendo um amigo querido para Regina e cuidando de Miriam, mas sem conhecer o verdadeiro amor.

A juíza olhou para o casal e sorriu.

- Hoje é a celebração de um amor que suportou tempo, distância, intrigas e desencontros. Que as palavras do senhor Isaías fiquem gravadas em seus corações pelos anos que virão. E agora, vamos começar. – ela pediu que os dois virassem um de frente ao outro e disse para Sérgio. – Sérgio, repita comigo: "Eu, Sérgio Campos"...

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