A morena traçou o mesmo trajeto que estavam fazendo antes, se ela ao menos soubesse a que hora ele se perdera podia ter uma noção de onde encontrá-lo. Andou por volta de uns vinte minutos e tudo de ruim lhe veio à mente, lhe dando vontade até mesmo de parar a busca e deixá-lo lá. Mas era só pensar em ter que conhecer os Schneider e perder seu emprego que a motivação para caminhar mais duas horas voltava.
— Será que existe algum perigo por aqui? – Perguntou para si mesma, afinal, não era possível que ele tenha ido tão longe, o rapaz não era burro, mas aquela mata era tão confusa que ela não o condenaria quando o encontrasse. — Ou um sequestrador de adolescentes ricos talvez. – Propôs mais uma vez, mas mesmo que ela estivesse propondo isso para poder desistir do garoto, ela não queria deixá-lo para trás.
Alice prendeu o cabelo em um rabo de cavalo alto e bem feito, tomou um gole de água e encontrou uma bifurcação. — Ele só pode ter entrado na direita. – Exclamou e bateu as mãos nas pernas. — Matthew! – Chamou-o uma vez sem parar de andar. — Matthew! – Chamou novamente e não obteve resultados. — Que ÓDIO desse garoto! – Ralhou e andou mais um pouco até que ouviu alguém reclamando.
— E por causa dessa MERDA eu vou morrer aqui, nunca funciona quando precisamos, operadora de merda. – E então Alice viu Matthew brigando com o celular dele, ok, era uma cena muito estranha. Ela sorriu quando o viu, afinal, foi um belo tempo andando. Ele ainda não tinha visto-a. — Vou processar essa merda quando sair daqui. Oh, esqueci que não vou sair daqui, vou morrer de fome e desidratado. — Ironizou e sentou-se, ou melhor, jogou-se em uma pedra. — Morte, pode vir para mim, já estou preparado. – Disse e Alice prendeu a risada. Seria cômico se não fosse trágico, ele estava meio deitado na pedra, olhando para cima com óculos escuros, parecia muito alguém pegando sol quando ia até a praia.
— Bom, esse parece ser seu dia de sorte então, Schneider. – Alice se pronunciou fora do campo de visão direto dele, ele teria que virar o pescoço para a esquerda para vê-la.
— O quê? Os anjos já estão falando? Morte, eu estava brincando, não precisava vir tão rápido. – Falou apavorado se desencostando da pedra.
— Schneider, aqui na esquerda. – Chamou estalando o dedo para chamar a atenção.
— Benson! – Exclamou pondo-se em pé. — Nunca fiquei tão feliz em te ver. – contou sorrindo.
—Vamos logo, garoto. – Disse séria virando as costas e retomando a caminhada, ela virou-se rápido para ele não ver o semi sorriso que tinha sido formado nos lábios dela.
Andaram por um tempo, Alice à frente do rapaz com passos firmes. — Você sabe onde estamos? Não sabe, né? – Matthew questionou.
— Sei sim, é claro que eu sei, sei perfeitamente. – Respondeu convicta do que estava dizendo.
— Você não sabe, não é? – Afirmou como se adivinhasse que ela estava perdida.
— Não, eu não sei. – Confessou parando de andar. O garoto bufou.
— Ótimo! – Disse irônico.
— Garoto, se toca, só estamos nessa por sua causa. – Retrucou virando-se para ele indignada.
— Sabia que a alegria em te ver duraria pouco. – Falou gesticulando exageradamente e se aproximando dela.
— Garoto, é melhor você me respeitar ou... – disse agressiva se aproximando mais e apontando na para o rosto dele.
— Ou o que? – Questionou desafiador após segurar o punho de Alice no ar. Os dois estavam próximos como nunca estiveram na escola, encarando olho no olho, respirações descompassadas se misturando e a tensão que havia no ar era perceptível há metros. — Eu vou morrer e já estou na merda mesmo. – Concluiu menos alterado e ela puxou o braço com raiva. Ele virou as costas e saiu andando.
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Romance"A história conta sobre Alice Benson, uma mulher de vinte e quatro anos, pavio curto, culta e bem decidida que teve sua vida completamente mudada após tudo dar um giro de trezentos e sessenta graus. As coisas começam a tomar rumos que ela não imagin...