POV Henry
Acordo com uma luz forte em meu rosto e me lembro de não ter fechado a cortina assim que cheguei..
Não me sai da mente a cena de Thaina chorando na praia, não quis falar para Nicolas para não o alarmar e ela ficar pior do que já estava, então eu não fui até ela e nem falei nada com seus amigos, mas senti um aperto no coração.
Desço para tomar meu café e Nicolas já me grita da cozinha.
- Se não tá arrumado, pode voltando, vamos à praia e assim que o sol se pôr, vamos voltar e ir até o bar do tio de Thaina.
O tio dela tem um bar? Será que se eu for amigo dela ganho algumas bebidas de graça? Mas não quero me aproveitar da garota.
- E nem pede minha opinião mais pra sair Nicolas? Já vai me intimando assim?
- Querido, a mim você não engana, eu sei muito bem que está com saudades de ver as brasileiras com seus micro biquínis desfilando pela praia.
Oh, se estou.
- Parece que leu minha mente, uh senhor Nicolas.
- Ah meu velho amigo, te conheço de outros carnavais e sei muito bem que "tu" não resiste as Cariocas.
- E quem não resiste meu amigo?
- Eu resisto, até porque...
Ele ia falar mais alguma coisa, mas o celular dele começa a tocar. Me pede licença e vai atender, deve ser alguém importante, só faltava sair pulando da sala.
Enquanto ele tá ocupado com seus telefonemas, decido ir ao meu quarto me arrumar para um mergulho no mar.
***
POV Thaina
Acordo com uma terrível dor de cabeça, e ainda com as cortinas abertas em meu rosto, me mostrando que o dia está ensolarado.
Lembro-me de quando vim embora, Marina estava tão alucinada que nem reparou que tinha chorado, menos pior, não queria remexer no meu passado novamente, já basta os problemas que tio Olavo tem no bar.
E falando no bar, hoje é dia de trabalho, pleno sábado, as pessoas podendo ir curtir uma balada, uma festa, enquanto eu estarei nos Arcos da Lapa trabalhando.. Mas pelo menos é a noite, não terei o sol escaldante em cima de mim.
Decido ir tomar um analgésico para minha dor, e recebo um abraço de Marina.
- Bom dia irmãzinha
- Bom dia, irmãzona.
Nos chamamos assim por nos conhecermos a bastante tempo e por ela ser mais alta que eu.
- Vai trabalhar hoje, uh?
- Vou sim, mas só depois das 18 horas, porque esse sol ninguém merece.
- Ah, então vamos pro Arpoador, tenho que pegar uma cor.
- Marina, você sabe que invés de pegar uma cor, fica parecendo um camarão, ainda mais que tem cabelo ruivo.
-Ai, sua estraga prazeres, mas quero ir pra praia, vamos? Por favor.
- Vamos sim, mas tenho que voltar antes das 16, tenho que descansar antes de ir trabalhar.
- Então vamos tomar café e ver um biquíni.
Depois de tomarmos café, Marina vai escolher um biquíni, porque como hoje é sábado, a praia fica lotada e ela quer mostrar seu corpo.
Eu pego o meu preferido, um tomará que caia, com uma estampa tropical que combina com a parte de baixo ( foto na multimídia) .Depois de Marina decidir o seu biquíni ( e que demora ), chamamos um táxi e fomos rumo ao Arpoador.
Chegando lá, não estava tão cheio como imaginávamos, então foi fácil arranjar um lugar para ficarmos. Enquanto Marina estava no mar, vejo Vanessa se aproximando de mim, a mesma que me atormenta desde que me conhece por eu ser negra.
- Olha só quem tá aqui, a carvãozinho, tá querendo pegar uma cor pra que?
- Vanessa, será que você poderia me esquecer, pelo menos hoje?
- Impossível esquecer alguém com uma cor dessas, só cego mesmo.
- O que que eu te fiz pra você me tratar assim garota?
- Nasceu escurinha.
Assim que ela termina de falar, meus olhos se enchem de lágrimas, mas escuto um berro, e que eu conheço muito bem, é Marina.
- O que que esse filhote de Cruz credo ta fazendo aqui irmãzinha?
- Apenas falando o quanto a sua "irmãzinha" - fez aspas com os dedos - é parecida com petróleo.
- Vanessinha, você respira embaixo d'água?
- Não, porquê?
- Nossa, que piranha estranha. Bora Thaina, vai ficar sentada ai sendo humilhada não, bora comprar alguma coisa pra comer.
Vanessa saiu pisando forte, enquanto Marina ria e enxugava minhas lágrimas.
- Thaina, você tem que aprender a se defender amiga, não vou estar sempre contigo pra te defender.
- Eu sei, mas não consigo, você sabe que não consigo brigar com ninguém.
- Eu sei meu bem, eu sei.
- Já vou pra casa, tenho que ir trabalhar ainda.
- Nada disso, você vai tomar uma água de Coco comigo e tirar uma foto nessa praia maravilhosa.
- Tá, tá.
E assim foi, tomei a água de Coco e tirei a bendita foto. Até que ficou bonita.
***
POV Henry
Chegando na praia, Nicolas já me abandona para ir jogar vôlei, enquanto eu fico sentado só olhando pro horizonte (e para as novinhas, claro).
Até que vejo uma ruiva, cabelos curtos e um corpo lindo, mas aparenta estar estressada, pois está pisando forte no chão. Assim que me vê acenando para ela, abre um sorriso e vem até mim.. É hoje.
- Me chamando?
- Sim, sou Henry, e você?
- Vanessa.. Porque me chamou?
- Queria te conhecer melhor.
Ela ficou ruborizada e assim começamos a conversar. Chamei ela para ir comigo mais tarde ao bar e óbvio, ela aceitou. Mas pela cara do Nicolas, ele não gostou muito, foda-se.
***
POV Nicolas
Até que enfim vou falar aqui! Bom, meu nome é Nicolas Ferreira, tenho meus 21 anos, faço faculdade de direito a mando de meu pai, mas ele nem sonha que o garotão dele aqui gosta de homem. Sim, sou gay, viado, homossexual, purpurina. As únicas pessoas que sabem disso são Thaina e Marina, minhas confidentes e claro, as pessoas com quem tenho minhas relações.
Já percebi que Marina tá arrastando asa pra Henry, meu amigo de Orlando, que também nem imagina que sou gay e que peguei o amigo dele, mas ó, segredo nosso hein. Mas voltando ao assunto, Marina e Henry fazem um casal bonito, mas senti que no Luau de ontem, ele teve mais afinidade com Thaina. Mas eles nunca poderiam ficar juntos, são totalmente diferentes: aparência, financeiramente, o jeito.. Não que eu esteja sendo preconceituoso, mas nunca shipparia Thaina e Henry. E agora essa praga ainda chama a Vanessa para ir conosco ao bar do seu Olavo.. Isso não vai dar certo.
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Felicidade Não Tem Cor
RomanceO que você faria se o amor da sua vida é rico, dos olhos verdes, loiro, morador da Zona Sul do Rio de Janeiro, que pode ter qualquer mulher aos seus pés? Esse é o problema de Thaina, que é negra, dos olhos pretos, que mora na Comunidade da Providênc...