POV ArizonaDepois da linda declaração, na qual eu fiz parte, do meu lindo casalzinho, estou eu na fila da barraquinha de tapioca que encontrei próximo a entrada da Basílica. Se o Henry pensa que me deixando aqui sozinha, eu irei esquecer minhas paçocas e coxinhas, ele tá muito enganado! Eu vou lembrar até não receber!
Não vim voando do Rio de Janeiro para São Paulo, caso você tenha pensado nessa possibilidade. Vim de carro com o Bruno. Caso você não se lembre quem é, é aquele menino do shopping. Lembrou amiga? Isso, agora vou explicar a história direitinho.
Depois da nossa tentativa frustada de sair, pois tive que vir ao hospital, nós trocamos número de telefone e conversamos nesses últimos dias. Quando Henry me ligou pedindo - ordenando - que eu fosse até São Paulo ajudá-lo a pedir Thaina em namoro, não pensei duas vezes em pedir ao Bruno para me levar. Ele disse que como é turista e quer conhecer o Brasil, ele me levaria e, como recompensa, o levaria para conhecer a Basílica e quando retornar, lhe levar para o Cristo Redentor e Pão de Açúcar. Nem eu nunca fui, como serei guia turística? Vai entender.
Em seguida, fui até a sala da Heloísa, que cuida do meu plantão e inventei que minha vó acabou de falecer e o enterro seria na terra dela, em Minas Gerais. Ela me deu os pêsames e me liberou por três dias. O que uma mentirinha do bem não faz, né? Mandei mensagem pro Bruno me buscar em casa, pois ele já sabia o endereço (não pensem maldade, ele só sabe porque ele me perguntou, nunca foi lá). Fui para casa, arrumei uma mochila com algumas mudas de roupa e fiquei na portaria esperando ele. Fiquei pensando no dia do boliche. Quando estávamos quase nos beijando, o meu celular tocou. Fiquei com um ódio tão grande, que atendi o telefone com uma voz cortante. Acordei dos meus devaneios quando ouvi a buzina do carro dele na portaria do prédio. Fui praticamente correndo até lá e, quando entrei no carro, lhe dei um beijo na bochecha como agradecimento. Juro, por Deus, que foi por puro impulso, porém, ele adorou e eu não irei negar que adorei também. No carro, expliquei com todos os detalhes o pedido de "desculmoro" (desculpas + namoro, caso não tenha entendido) e ele pareceu bastante animado em ver como irá acontecer. Portanto, eu falei para Henry o incluir no pedido, mas o ciumento não quis, pois ele dava mole pra Thaina. Revirei meus olhos e Bruno disse que estava tudo bem.
Assim que chegamos no hotel eu ficaria hospedada, ele tentou ficar com uma suíte também, porém, não tinha mais nenhuma disponível. Obviamente, eu o chamei para ficar comigo no quarto. Ele aceitou, e eu agradeci aos céus por isso. Assim que entramos na suíte, senti como se estivesse caindo um balde de água gelada sobre no corpo: tinha duas camas. Meu mundo romântico em que dormíamos de conchinha foi para onde Judas perdeu as botas. Disfarçei minha tristeza e fomos nos deitar.
Acordei cedo para auxiliar o abusado, vulgo Henry, a montar todo o plano. Enquanto ele caçava um motorista, saber o quarto da Thaina e um homem para tocar o bendito violão, eu pesquisava as músicas e ia em seguida, imprimir. Não em inglês, até porque ela não iria conseguir raciocinar para traduzir cada bilhete. Henry me exigiu cinco bilhetes e não foi nenhuma missão difícil, gostei demais. Arranjei uma blusa amarela para chamar bastante a atenção no meio da multidão, quem não me enxergar, é cego. A blusa era amarela fluorescente com lantejoulas nas alças. Bruno ficou me zoando, dizendo que eu parecia um sol. Fiquei #chateada, mas não falei nada, apenas fiquei rindo.
Na Basílica, mandei Bruno ficar próximo a mim, para gravar minha participação para a tia dela e Marina verem. Eu sei que os amigos dela não vão gostar nem um pouco de me verem aqui, mas eu que fui chamada, então sou mais importante. Aceita sociedade.
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Felicidade Não Tem Cor
RomanceO que você faria se o amor da sua vida é rico, dos olhos verdes, loiro, morador da Zona Sul do Rio de Janeiro, que pode ter qualquer mulher aos seus pés? Esse é o problema de Thaina, que é negra, dos olhos pretos, que mora na Comunidade da Providênc...