Capítulo IX

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POV Thaina

Acordo com celular tocando Tempo Perdido, da Legião Urbana. Já é domingo, amanhã tenho aula na faculdade e terei que aproveitar o meu dia de "folga" dessa vida de estudante.

Desço as escadas e vejo minha tia apreensiva no telefone. E meu instinto diz que aconteceu alguma coisa. Aguardo minha tia desligar o telefone e a vejo pálida.

- Tia, o que aconteceu?

- Vamos ser despejados semana que vem se não pagarmos a dívida.

- Fica lá em casa um tempo tia.

- Ah, eu e o seu tio não queremos incomodar, ainda mais agora nessa situação em que você e Marina estão.

É, achei que ia conversar desse assunto com minha tia na praia hoje, mas ela tanto perturbou, fez chantagens emocionais, implorou para que eu falasse o motivo de eu estar dormindo lá, e sobre Henry. Minha tia já me aconselhou que é melhor eu focar nos meus estudos, já que estou no penúltimo período da faculdade e seria melhor eu me empenhar, invés de pensar em homem e depois ser sustentada por ele não vai valer a pena. E nisso eu concordo plenamente com ela, até porquê deve ser horrível você ter que pedir permissão para comprar alguma coisa, invés de você chegar lá e já comprar. Se for presente, tudo bem, mas toda vez fica difícil. E também sei que ela fala isso para o meu próprio bem. Então é melhor seguir o conselho da minha tia, que é praticamente minha mãe, dona Estela. Ah, que saudades.

- Tia, por vocês dois eu volto até a morar lá com Marina, mas sem teto vocês não ficam.

- Eu te amo tanto, minha "sobrifilha"

- Também te amo, "timãe"

E assim, liguei para Marina, ela me deu mil desculpas, que não tinha intenção de fazer tudo aquilo, mas vou querer entender essa história com todos os detalhes, senão serei capaz de perguntar tudo a Henry. Meu Deus, tenho que parar de pensar nesse homem.

Quando terminamos o café, nos arrumamos para ir a praia. Coloco meu biquíni azul escuro tomara que caia e minha saída de praia, que eu amo. Já minha tia coloca também biquíni azul tomara que caia e sua saia azul que chega até seus pés. Ela pega seus óculos escuros, me empresta um e saímos rumo a praia.

Descemos as escadarias Selaron, e todos já conhecem tia Flávia, como Barbie Negra, ela fica fazendo sucesso, pois uma mulher de trinta e quatro anos com aquele corpo, arrasa com muitas novinhas de vinte, vinte e um. Muitos elogios recebidos, até eu recebi, mas como sou tímida, apenas agradeço com um sorriso, enquanto minha tia faz uma festa ou agradece de um jeito extravagante.

Quando chegamos lá, nos sentamos e só nesse momento que sinto falta de meu tio.

- Tia, cadê meu tio?

- Ele foi resolver umas coisas do bar, isso eu posso te garantir que não é nada demais, ele só quer comprar a loja do lado para aumentar o local e ficar mais espaçoso, não ficar tanta gente na calçada.

- Mas tia, como ele pode comprar uma loja ao lado do seu bar, mas não pode pagar a casa?

Isso pega minha tia de surpresa, ela não esperava esse tipo de pergunta, achou que eu faria como sempre, ficaria calada com minhas desconfianças dentro de minha mente e não questionaria nada. Mas isso está me intrigando demais e eu vou descobrir, ela me falando ou eu correndo atrás e descobrir sozinha.

- Ah Thaina, não me complica, isso é coisa de Olavo, você sabe que ele tem os truques dele.

- Tá bom.

Felicidade Não Tem CorOnde histórias criam vida. Descubra agora