POV ThainaAssim que acordei, falei com meus tios sobre meu plano de viagem. Despistá-los sobre eu não ir com Henry foi difícil, mas foi só eu falar que queria ir até a Basílica Nossa Senhora de Aparecida, que minha tia me deu a maior força para ir. Meu tio ficou naquele dilema "Mas é a minha menininha, ela não pode ir sozinha!", porém, tia Flávia o tranquilizou e ele me passou todos os dados da herança para eu comprar as passagens de ida e volta, já que isso meu tio quis ver com os próprios olhos quando eu voltaria. Voltaria para casa em nove dias que é o tempo exato que eu não vou pra faculdade, é a semana do saco cheio, dá tempo de pensar bastante.
Reservei em um hotel não muito longe da Basílica, para não gastar tanto dinheiro com passagens de ônibus ou táxi. Minha passagem estava marcada para às 20:20h, então eu tinha o resto da manhã e da tarde para ficar com meus tios e Marina, e talvez acompanhá-la na hora de fazer o exame. Mas, se eu acompanhasse, tinha risco de Nicolas, Arizona e Henry estarem lá, e eu não estava nem um pouco afim de olhar para eles agora.
Liguei para Theo, ele me garantiu que deixaria Arizona longe do lugar onde Marina estava durante duas horas antes do procedimento, que seria às 17:00h. Como ainda era de manhã, fui para o bar com meus tios e os ajudei da maneira que pude. Voltei a ser como era meses atrás, me preocupava apenas a não entornar nenhuma cerveja, a sorrir para todas as cantadas idiotas que recebia e de vez em quando, dançar ao som dos sambas que meu tio colocava. Falei com minha tia para a mesma não falar nada sobre essa viagem com Nicolas ou Henry. Ela estranhou e me perguntou se estava tudo bem, apenas lhe disse que ficaria e ela entendeu que não estava em condições de falar nada além disso.
Quando deu três horas da tarde, fui pra casa e arrumei minhas malas, para não ficar nada em cima da hora e poder aproveitar minhas últimas horas em solo carioca com meus tios. Peguei um conjunto de roupa íntima, uma blusa branca, short jeans e um casaco para amarrar em minha cintura. Tomei um banho morno, pois não estava tão calor, mas também não estava frio, o tempo estava agradável. Tomei rápido, pois já tinha pensado demais de madrugada e não tinha nenhum pensamento em minha mente debaixo do chuveiro.
Coloquei as roupas, penteei meus cabelos e coloquei alguns acessórios e meu par de tênis branco. Peguei uma bolsa pequena para colocar dinheiro, meu celular e documentos. Fui até o bar e avisei aos meus tios que estaria indo até o Hospital. Me despedi e peguei o ônibus colocando meus fones de ouvido e escutando uma música aleatória.
*********
Chegando lá, Theo me esperava na recepção. Lhe dei um abraço e ele me disse que Marina esperava eufórica por mim. Dei uma risada e pedi para quando Arizona ou Nicolas estivesse indo até Marina, me mandasse uma mensagem antes, para eu sair dali e entrar no banheiro mais próximo. Não estava afim de explicações agora, só quando raciocinasse direito com o auxílio de Nossa Senhora.
Entrei no leito, e Marina abriu um sorriso enorme para mim. Retribui e quando me sentei ao seu lado, tomei cuidado com o soro injetado em sua veia e lhe abracei apertado.
- Ai que saudade Thai! Quando eu falei aquilo de viver sua vida, achei que você não fosse levar tão a sério, sua safada!
Gargalhei e ela me acompanhou.
- Ah, se você soubesse Mari. E olha que você me falou isso ontem!
Contei tudo o que aconteceu desde que coloquei os pés fora desse hospital. Ela ficou boquiaberta com a provocação de Briana, encantada com o passeio ao Museu do Amanhã e possessa com a atitude de Henry.
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Felicidade Não Tem Cor
RomansaO que você faria se o amor da sua vida é rico, dos olhos verdes, loiro, morador da Zona Sul do Rio de Janeiro, que pode ter qualquer mulher aos seus pés? Esse é o problema de Thaina, que é negra, dos olhos pretos, que mora na Comunidade da Providênc...