Capítulo XXIV

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Narradora

A vida de Thaina antes de Henry chegar era a mesma coisa todos os dias, sofrer o preconceito calada e ter que engolir todos os insultos que recebia e se mostrar superior ignorando, apesar de que isso tudo mexia bastante com seus sentimentos e mente. Sua rotina de segunda a quinta era sempre casa, faculdade, casa. Sempre foi assim. Mas de sexta a domingo, tinha uma válvula de escape dessa monotonia, o bar de seu tio. Os homens sempre molestaram a sobrinha do dono do estabelecimento, mas quando estavam passando dos limites por causa do alto nível de bebida em seu sangue ou por pura maldade, seu tio vinha ao seu socorro, pois Thaina nunca aumentou a voz para ninguém, foi criada assim e se dependesse dela, sempre seria desse jeito. Mas a chegada de Henry está transformando a vida da menina, para melhor e talvez, para pior também.

Henry antes de chegar ao Brasil, tinha que aturar seu pai comandando sua vida, escolhendo desde a faculdade que teria que fazer, até as mulheres que teria que relacionar para o bem de seus negócios hospitalares. O motivo de sua vinda ao Rio de Janeiro não era somente se livrar de Briana, era se livrar das ordens de seu pai, do amor possessivo e descontrolado de sua mãe e das malcriações insuportáveis de sua irmã mais nova. Mas ele não esperava que Nicolas, seu amigo de infância, lhe levaria em uma festa no seu primeiro dia no Brasil e, que conheceria uma mulher que iria tirar o resto de sua sanidade e lhe ensinar o que é o verdadeiro amor.

Essa aproximação repentina de mundos completamente diferentes, apenas serve para mostrar a sociedade que o amor nasce em qualquer pessoa, mesmo não sendo do modo tradicional, como eles acham que deve ser.

Muitas pessoas são contra esse amor, será que eles irão suportar cada obstáculo e vivenciar esse amor tão lindo todos os dias de suas vidas?

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POV Catherine

Antes mesmo de eu chegar até Henry e encher ele de tapas e socos, a porta do elevador se fecha, e minha raiva só aumenta. Ouvi ele dizer a Nicolas que iria atrás da escurinha, então o sermão que mamãe lhe deu não serviu de nada. Terei que inventar algumas mentiras para separar esses dois de vez, ou fazer ela vir ao Brasil. Não posso retornar a Orlando desse jeito.

Não tenho nada contra Thaina, não mesmo. O único motivo desse meu descontrole é Henry querer logo ela. Tanta mulher bonita, branca e rica nesse Rio de Janeiro, ele quer logo a escurinha que é pobre e envolvida com gente que não presta. Henry não nota que isso apenas irá trazer problemas para ele mesmo, e talvez prejudicar o nome da família e as filiais hospitalares que papai tanto batalhou para erguer.

Decido ir atrás dele, mas logo que chego ao estacionamento, não vejo seu carro, e nem o mesmo virando a esquina ou indo na direção da Avenida. Não consegui identificar o endereço direito, portanto, não poderei ir atrás dele mesmo assim.

Volto para o meu quarto possessa de ódio, pensando em como irei separar esses dois, mas a raiva é tanta, que não consigo nem raciocinar em algo que preste. Quando estou quase me convencendo de que terei que voltar pra Orlando deixando a situação como está, uma ideia se passa pela minha mente, e amanhã cedo começo a colocar em prática.

Se Thaina acha que eu vou deixar ela dar um golpe na família Miller, ela tá muito enganada!

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POV Thaina

Acordo sentindo beijos por todo meu rosto e pescoço. Dou uma risadinha, abro meus olhos e me deparo com suas esmeraldas me fitando.

- Bom dia Pedrita.

- Bom dia.

- Dormiu bem?

- Sim, e você?

- Melhor impossível.

Felicidade Não Tem CorOnde histórias criam vida. Descubra agora