Capítulo XXXVIII

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POV Briana

Eu estou me sentindo suja.

Não esperava que minha atitude teria um fim tão fatal.

Thaina agora corre risco de vida.

E a culpa é da minha imaturidade.

Ligo pra Vanessa que me atende no terceiro toque.

Ligação ON

- Pra que você me ligou, Briana?! Eu tava dormindo, caralho!

- Arruma minhas coisas ai! Vou embora.

- O que? Por que?! O que você fez?! Briana!

- Eu beijei o Henry na frente da Thaina e ela foi atropelada. Acabou de sair daqui de ambulância. To com minha consciência pesada. Arruma minhas coisas que eu passo aí só pra pegar e vou embora.

- E o plano? Vai deixar meu tio na mão?

- Foda se seu tio, Vanessa! Faz o que eu to te falando, agora!

- , .

Ligação OFF

Vou pra casa de um amigo que arranjei aqui na praia, tomo um banho rápido e agradeço. Ele se oferece para me levar de moto, mas eu digo que o endereço é no Morro da Providência e ele desiste, pois ficou com medo. Até eu ficaria.

Peguei o ônibus e me sentei na janela, pensando no mal que causei. Como ainda tenho uns trocados e minha conta bancária de Orlando, posso voltar sem causar transtorno a mais ninguém. A única que ficará sabendo de minha fuga é Vanessa, mas também deixarei uma carta a Thaina pedindo desculpas. Vou passar no hospital.

Assim que chego na entrada do Morro, corro até o barraco em que estava abrigada. Vanessa estava na porta com minha mala vermelha ao seu lado. Assim que me aproximo, ela me dá um abraço. Quando nos afastamos, ela suspirou.

- Você também só vacila hein.

- Eu não iria imaginar que a Thaina iria agir assim. Errei super feio e, agora os deixarei em paz.

- E você? Vai pra onde?

- Voltar pra Orlando, mas antes, vou passar no hospital.

- Pra que? Pode não ter suas digitais nela, mas a culpa pelo transtorno na mente dela, é sua.

- Eu preciso ir me sentindo em paz, senão vou pegar um avião a toa, porque minha mente estará aqui.

- Então tá, boa sorte.

- Quem precisa de sorte são vocês. Desiste disso Vanessa, você tem um futuro tão brilhante pela frente. Não vá pela mente psicótica do seu tio.

- Se eu não ouvi minha mãe, não será você que vai me mudar de ideia - ela falou ríspida.

Suspirei e assenti. A abracei novamente, só que dessa vez mais apertado.

- Qualquer coisa, pode ir pra Orlando que eu estarei te esperando.

- Pode deixar.

Me afastei e sequei minhas lágrimas. Ela secou as delas e sorriu.

- Obrigada por tudo Vanessa.

- Eu que agradeço.

Sorri e dei as costas, me preparando para ir ao hospital e rezando para não dar de cara com nenhum deles. Peguei o aplicativo das câmeras que ainda tinha em meu celular e vi que não tinha ninguém em casa. Então, passaria na portaria, que com certeza, seu João deve saber de alguma coisa. Porteiro mais fofoqueiro que ele em Ipanema, não existe.

Felicidade Não Tem CorOnde histórias criam vida. Descubra agora