Capítulo VII

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POV Henry

Quando busco Vanessa, tento distraí-la o máximo que consigo para não perceber a presença de Thaina e não confrontá-la, mas foi em vão.

Percebo que Thaina me olha de um jeito diferente, um olhar de mágoa quando me vê com Vanessa. Mal ela sabe que estou pior que ela por a fazer sofrer.

Quando a chamo para conversar, Marina fica com raiva, se ela acha que pode ter alguma coisa comigo ta muito enganada, não quero nada com ela, e se bobear, nem amizade vou querer. De gente grudenta eu quero distância!

Como estávamos muito perto enquanto conversávamos, pude perceber melhor o quanto Thaina é linda, sua pele brilha junto de seus olhos, seu jeito meigo de falar. Gosto dela, mais do que deveria. É um sentimento bom, mas tenho medo de sentir, não sei explicar, nunca senti isso por nenhuma mulher, nem por Briana que fiquei praticamente um ano ao seu lado. Acho que é amor... Mas não pode ser... Pode?

Mas quando a olhei bem perto de mim novamente, depois que a girei na hora da dança, senti uma vontade inexplicável de beijá-la, e pude ver pelos seus olhos que ela também queria. Quando tomei a iniciativa, ela pareceu surpresa, mas não me impediu. Quando toquei seus lábios, me senti mas nuvens, apesar de ser só um selinho. Seria mais, se ela não tivesse escutado o grito de Marina. Argh! Espero que tenha outra oportunidade dessa.. A propósito, a partir de hoje, amo samba, principalmente Mumuzinho.

***

POV Marina

Quando acordo, vejo que Thaina já saiu e leio o bilhete que ela deixou.

Mari
Já sai para o bar, desculpa não ter te acordado, mas você parecia bastante cansada então te deixei descansar.
Só para te avisar, Nicolas estará lá com Henry, mas ele está levando como companhia dele a Víbora da Vanessa. Então se comporte, sei que vai ser difícil, mas faça isso pela minha tia, ela não gosta de confusão.
Beijinhos de Thai.

Então quer dizer que meu sonho de Consumo chamado Henry estará lá? Maravilha! É hoje que o fisgo para mim.

Tomo um banho digno de uma princesa, coloco um vestido solto preto e uma sapatilha preta também. Não faço uma maquiagem muito forte, apenas para não deixar transparecer minhas olheiras e sardas. Deixo meu cabelo solto com algumas ondulações e vou rumo ao Bar do Samba!

Chegando lá, já vejo Henry e Nicolas e costas para mim, e Flávia na frente de Thaina para defendê-la de Vanessa. Mas Thaina consegue se impor e a coloca para fora daqui. Fiquei orgulhosa, pois desde pequena Thaina só chora e hoje, ela conseguiu responder.

Mas a minha alegria durou pouco, pois Henry foi conversar a sós com Thaina. Se ela pensa que pode ficar com ele, tá enganada.

- Nicolas?

-Sim? - nem tá me olhando, não para de encarar o homem da mesa ao lado, que chega a estar sem graça.

- O que será que o Henry quer falar com Thaina? - Até que enfim me olhou purpurina!

- Pedir desculpas por trazer a Oferenda pra cá, lerdeza.

- Mas precisava ser a sós?

- Marina Barbosa Souza, o Henry nem te deu um abraço, um mínimo de confiança e você já tá possessiva com ele porquê? Você tem algum distúrbio mental?

- Mas ele tem mais química comigo do que com ela Ni! Poxa.

- To começando a achar que você tem probleminhas.

- Xiu! Eles estão voltando.

Quando eles voltaram, eu e Nicolas falamos nada do assunto anterior, mas vimos tio Olavo chamar todos e principalmente sua sobrinha para ir dançar sua música favorita.

Para a minha surpresa ela vai dançar com Henry, não consegui disfarçar minha raiva e fui para o banheiro chorar. Era pra eu dançar com ele, não ela!

- É certo, você tem algum tipo de demência.

- Nicolas, o que você tá fazendo aqui? Me deixa sozinha, por favor.

- Nem mortinha, você precisa de um hospício, porque em momento algum, vi Henry te dar um fio de esperança pra você estar com essas neuroses. Invés de ficar feiz por sua amiga, como você mesma chama de irmã não, fica se remoendo de inveja, querendo o que é dela.

- Nicolas, sai.

- Não, não saio. Só saio daqui junto de você e com você normal, não parecendo uma doente querendo homem que não te quer. Se valoriza Marina!

- SAI NICOLAS!

- Já falei que não criatura! Tantos homens te querendo e você querendo um que nem te olha! Eu também acho que Thaina e Henry não tem nada em comum, mas quem sou eu pra julgar? Se eles ficarem juntos, e deixar minha amiga feliz, fico feliz por ela.

- SOCORRO!

- SUA MALUCA! Vão achar que eu to te estuprando, cala essa boca!

- Você não quis sair, então vou gritar sim!

- Você não tem jeito!

E assim ele sai, me deixando sozinha junto de minhas lágrimas. Vejo que Thaina queria entrar no banheiro, mas Nicolas não deixou, falou que quando estivermos em casa irei falar o que aconteceu. Não vou conseguir mentir pra minha melhor amiga, mas também não quero ver ela ficar chateada comigo por uma coisa tão idiota.

A alternativa que tem é eu recorrer a mentira.

***

POV Thaina

- Deixa eu ver se eu entendi Ni: Marina ta chorando porque leu uma mensagem no celular e não quer falar com ninguém agora?

- Isso mesmo cocada.

- Mas e aquela ceninha dela saindo batendo o pé? Ela tá com ciúmes?

- De você? Claro que não, ela nunca fez isso.

- Eu sei que não é de mim, é ciúmes do Henry. Mas ela não me falou nada que se envolveu com ele.

- Até porque não se envolveu. Você sabe como ela é paranóica com homem que não quer nada com ela.

- E como você sabe que ele não quer nada com ela?

- Queridinha! Fato 1: moro com ele e o mesmo não toca no nome dela, só no seu. Fato 2: Ele não nota a existência dela, só a sua. Fato 3: eu sei que você ta morrendo de vergonha, mas vai assumir que eu falei a verdade.

Nicolas é um maldito! Ele percebeu a troca de olhares. Falando em Henry, como vou falar com ele depois do que aconteceu?! Ai que vergonha!

- Ta bom, você me venceu.

Vejo por trás de Nicolas, Henry no telefone sorrindo. Será que ele tem namorada fora do país? E o que isso tem haver comigo? E por que estou com uma raiva fora do comum? Será que eu to com ciúmes? Claro que eu estou. Mas foi só um selinho. Tô ficando louca.. Louca não, apaixonada.

Felicidade Não Tem CorOnde histórias criam vida. Descubra agora