Apenas Amor

Capitulo 5

Acordo com o som da campainha, me levanto atordoada e com sono, demoro um pouco para lembrar que eram meus amigos, levanto em um pulo e vou até o banheiro, passo uma água nos meus olhos, escovo os dentes e prendo meu cabelo, desço as escadas correndo e enfim abro a porta.
- Que demora, pensei que tinha saído e esqueceu o caminho de volta- Disse Aline.
Todos entraram, cada um com uma garrafa na mão. A primeira garrafa que ia ser aberta e de champanhe, e as outras era de Tequila, vodka, e saque, foram deixadas na geladeira.
- Ainda bem que preparei comida- Comentei rindo.
- Estou começando a gostar de vir aqui- Pietra disse sorrindo.
Eu coro.
Pego alguns pratinhos e vou pra sala junto do mousse de morango.
- Amo mousse!- Declara Angela.
- Prefiro de maracujá- Allan diz colocando uma colherada em sua boca.
Não demorou muito pra tudo ter acabado, escolhemos um filme e começamos a assistir, era terror, O Herdeiro do Diabo, confesso, não da medo.
No sofá sentou eu de um lado, Allan do meu lado, em outro sofá Angela e Pietra e no colchão estava Aline com Carol.
- Que filme chato- Resmunguei.
Me levantei e caminhei até a cozinha para pegar um pouco de Tequila, ouço passos, já adivinhando quem seria.
- Me seguindo?- Pergunto.
Mas quando me viro me deparo com Angela.
- Não, apenas vim lhe dar um aviso! Fique longe de Pietra, ela esta comigo, então não use mais seus truques de cair na piscina, ela não á salvará mais- Ela intimou e se virou indo pra sala.
Repensei nas palavras de Angela, será verdade que elas estão ficando? Queria muito perguntar a Pietra mas não quero mostrar interesse, quero que ela mostre primeiro.
Engoli o líquido que desceu queimando pela minha garganta, então voltei pra sala e as vi sentada no sofá agarradas.

Uma da manhã e meu celular começa a tocar, eu o capturo para atender, todos já dormiam jogados em cada canto da sala.
- Alicia cade você?
- Amiga me ajuda!
Meu coração disparou.
- Está tudo bem?
- Eu estou... Sangrando!
Sinto que meu sangue parou de correr pelas minhas veias.
- Aonde você está?
- Eu não sei, eu...
- Alicia me fala o que você está vendo- Pedi.
Demorou um pouco para ouvir a resposta.
- Uma placa escrita 'Lá Grad'.
Eu sei aonde fica.
- Fica exatamente debaixo dessa placa, vou te achar!- Digo e desligo.
Subo correndo e visto uma calça jeans, amarro meu cabelo em um rabo de cavalo e visto uma blusa de frio qualquer, então desço as escadas devagar.
- Aonde vai?
Me assusto com a voz de Pietra.
- Socorrer minha amiga- Respondo.
- Quer ajuda?
Penso na resposta.
- Vamos!- Decido.
Ela captura sua blusa e então saímos de casa no meu carro.

A noite estava calma, exceto pela ligação urgente de Alicia, no carro estava um silêncio que me ensurdecia. Parei em um farol que ainda funcionava a essas horas, então olhei de lado para Pietra.
- No que está pensando?- Pietra pergunta quebrando esse silêncio.
- Em como minha amiga está!
Pietra passa sua mão por cima da minha.
- Ela está bem- Diz.
A olho, tinha um brilho em seus olhos, que por um instante pensei que fosse o farol se abrindo, mas não, era outro tipo de brilho.
- O farol abriu- Ela avisa.
Volto minha atenção pela estrada e acelero antes que outro sinal nos pare e eu entre em transe novamente.
Chegamos na esquina de uma boate chamada Lá Grad, eu vinha sempre aqui antigamente. Desço do carro junto de Pietra.
- Esse lugar e estranho- Ela comenta.
- Fica de olho aberto- Peço.
Então avisto minha amiga deitada no chão, saio correndo em direção a ela, toco em seus braços nu e a sacudo, ela estava gelada.
- Alicia, Alicia, acorda!
Ela levanta a cabeça, chorando sem parar, isso dói meu coração.
- Amiga o que aconteceu?
Ela não respondia, então a olhei e ela estava com as pernas sangrando, segurei sua cabeça e foi que eu senti o sangue escorrer pelas minha mãos, ela estava muito ferida.
- Pietra me ajuda- Grito.
Pietra corre até mim, eu olho pra ela com lágrimas querendo escorre pelos meus olhos mas tento segurar. Então ela pega Alicia no colo e a coloca no banco traseiro do meu carro, eu entro e acelero pro hospital mais perto de nós.

Pietra a pega do carro e assim que entramos na ala da emergência, vieram com uma maca para levá-la para dentro.
- Alicia- Digo a soltando.
Fico imóvel, sem saber o que fazer, isso nunca aconteceu com a minha amiga, com ninguém, exceto...
- Ei calma- Pietra me puxa pra um abraço.
Agarro sua blusa com força, eu finalmente estava chorando feito um bebê com medo, sinceramente odeio hospitais.
- Ela vai ficar bem, eu sei disso!
Olho para Pietra que me deu seu melhor sorriso, aquele sorriso era fofo me fez parar de chorar. Fomos para a sala de espera, andei de um lado pro outro quase fazendo um buraco no piso, acho que devo ligar para mãe de Alicia, ou melhor não, as duas não se falam a um bom tempo depois da discussão delas de com quem a Alicia iria se casar ainda este ano.
- Mulher se acalma, vai abrir um buraco no chão- Pietra diz me segurando pelos ombros.
- Eu não sei o que fazer- Confessei.
- Ligar para os pais dela seria uma boa!
- Ela e a mãe estão brigadas, o pai dela mora no Canadá- Digo colocando minhas mãos no rosto.
- Talvez a mãe seria o melhor, assim as duas se resolvem e ficam felizes- Diz ela.
É melhor eu ligar mesmo, capturo meu celular e procuro o contato de Cristal, mãe de Alicia. Após várias chamadas ela finalmente atendeu.
- Marie querida, o que aconteceu?
- Cristal, sua filha, ela está no hospital e presumo que o estado dela seja grave!
Houve um silêncio do outro lado da linha.
- Qual o endereço?
Então eu passei e ela desligou. Guardo o celular no bolso novamente e me sento na poltrona.
- Vou pegar um café, aceita?
- Obrigada- Sorrio torto.
Pietra não demorou pra voltar, ela ficou comigo o tempo todo. Faltava horas para o amanhecer e nenhuma notícia de Alicia. Logo vejo Cristal na recepção procurando notícias sobre sua filha, mas sem sucesso.
- Cristal- A chamo.
Ela vem em minha direção quase que correndo, e nossos corpos se colidem em um abraço forte, então eu sinto suas lágrimas molhando minha blusa.
- Diga que ela está bem- Ela pede.
Fecho os olhos e os abro, não posso dizer o que não sei.
- Céus- Ela eleva as mãos até sua boca.
Eu sento novamente ao lado de Pietra que mexia em seu celular.
Logo avisto um médico se aproximando, me levanto no mesmo instante.
- Família de Alicia Higgins?
- Sou a mãe!
- Bom ela passou por um trauma pequeno, com lesões na cabeça e pelo corpo, de início pensamos que ela poderia ficar paraplégica!
Cristal desaba a chorar.
- Mas conseguimos fazer o sangue voltar a circular por suas pernas, quando ela acordar vamos ver como reagirá ao tratamento para que a ajude a ter forças nas pernas, mas fora isso ela está fora de perigo.
Eu abraço Cristal sentindo um alívio passar pelo meu corpo, ela está bem, ela passou por isso. Então o médico se retira e ficamos sozinhas.
- Podem ir pra casa meninas, eu fico para acompanhar ela!- Cristal diz.
Sorrio e afirmo com a cabeça.
- Qualquer coisa me liga, volto para a visita da tarde.
Ela sorri limpando as lágrimas.
Pietra e eu caminhamos até meu carro, já era seis da manhã, o sol ameaçava a brilhar mas estava com receio e sendo ofuscado por algumas nuvens escuras.
- Dirige para mim- Peço.
Meus olhos estavam pesados demais para conseguir guiar o carro agora. Entreguei as chaves á Pietra e entrei no carro.

Em casa todos dormiam nem notando nossa pequena saída, quando todos acordarem dou a notícia a eles, subo pro meu quarto e sento na cama.
- Vejo que gostou da minha blusa!
Olho para meu corpo e noto que era justo a blusa que Pietra havia me emprestado na noite da festa.
- Confesso que gostei- Declaro.
Entro no banheiro e tiro minha roupa colocando meu pijama, quando saio do banheiro Pietra estava em minha cama já deitada e pelo visto, adormecida.
Eu pego uma coberta e jogo por cima dela e me deito ao seu lado, olho para ela que parecia relaxar em seus sonhos, tão calma, tão fofa dormindo, aposto que ronca. Penso tanto que acabo adormecendo.

Horas depois acordo sentindo um frio nos meus pés, quando olho vejo Aline com um cubo de gelo nas mãos.
- Merda- Grito.
- Levanta bela adormecida- Ela diz antes de sair do quarto.
Nem com meu grito Pietra despertou. Elevo a coberta e vejo que seu braço está por cima da minha barriga, olho pra ela e sorrio.
Alguém aqui teve sonhos ótimos- penso.
Me levanto devagar olhando no relógio, onze da manhã, caminho até meu banheiro e tomo um rápido banho, visto uma calça jeans clara e uma regata, lá fora o sol já mostrava seu poder de até fritar um ovo.
Desço as escadas ouvindo a gritaria do seres humanos bagunceiros.
- Bom dia- Digo ao entrar na cozinha.
Angela estava com uma carranca pra mim, acho que ela já sabe aonde sua ficante dormiu essa manhã.
- Está tudo bem?- Aline pergunta me encarando.
Penso em dizer algo para provocar Angela mas me contenho e digo apenas da Alicia.
- Alicia está internada no hospital- Respondo por fim.
Todos me olham surpresa.
- O que aconteceu?- Pergunta Allan.
- Ainda não sei bem mas eu socorri ela noite passada, junto da Pietra- Explico.
Angela ficou com uma cara maior ainda ao ouvir o nome da Pietra.
- Ela está bem?- Aline entregou um prato á mim.
- Sim está, mas quase ficou paraplégica segundo o médico.
Dou uma garfada no meu waffes e mastigo sentindo um gosto excelente.
- A tarde vamos ver ela- Carol finalmente disse algo hoje.
- Também vou, a visita é três da tarde, vou ir primeiro para conversar com Alicia, saber o que aconteceu!
Todos tomamos café, logo Pietra levanta coçando os olhos e bocejando.
- Pietra- Angela diz abrindo um sorriso.
Reviro os olhos.
Noite passada ela dormiu na minha cama, não com você- penso.
- Bom dia galera!- Pietra sorri.
Esse sorriso diferente, pra cada momento um sorriso, e cada sorriso um mais lindo que o outro.

Depois que todos foram embora eu fiquei em casa sozinha arrumando a bagunça. Eu estava o tempo todo pensando naquele rosto lindo adormecido ao meu lado, como eu queria beija-lá naquele momento, mas me contive para não acorda-lá.
Como ela era forte e ter agüentado Alicia no colo sem aos menos ficar sem fôlego, não e atoa que seu corpo e sarado.
Meio dia eu a tinha terminado, então caminhei até meu quarto e me deitei para dormir mais um pouco, eu ainda estava morta de sono, e planejava sonhar com a garota estranha.