Capitulo 9

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Meu celular não parava de tocar, talvez sim eu esteja fazendo drama demais. Mas eu amo essa mulher e não estou disposta a dividi-lá nem ao menos deixar que beije outras garotas.
- Atende- Pede Alicia.
Olho pro meu celular que tocava. Paro de comer e finalmente atendo.
- Que bom que me atendeu- Pietra diz. Sinto alívio em sua voz.
- O que você quer?
- Explicar o que aconteceu- Diz.
- Não tem nada que explicar, o fato é que eu me deixei levar e pensei que tínhamos algo, mas a verdade é que não temos então pra que levar isso adiante- Digo.
- Não é assim que eu penso!
- Não era assim que eu pensava também mas mediante essa situação penso assim a partir de hoje!
- Posso ir até sua casa?
- Pensei que tinha sido clara em pedir pra você não se aproximar mais de mim- Digo irritada.
- Eu quero muito ver você!
- Mas eu não quero, nunca mais- Digo e desligo.
Volto pra cozinha e dou de cara com Alicia carrancuda como se eu fosse a errada da história.
- O que você pensa que vai fazer? Você vai ver ela na faculdade, ela e nossa amiga em comum- Diz Alicia.
- Eu sei, e também sei como evitar ter encontros com ela- Retruco.
- Saiba que não vai funcionar!- Diz saindo da cozinha.
Ótimo agora ela está brava comigo pelo o que eu fiz, e está defendendo a merda que a amiga dela fez. Odeio essa situação, eu que saio a errada.- penso.
Subo pro meu quarto e lá fico por horas, não estou com vontade de sair pra lugar nenhum.

Semanas depois...

Fiz de tudo pra evitar Pietra e consegui, aonde ela estava eu dava meia volta para não encontrá-la e nem ao menos ser obrigada a dizer oi.
Sábado o dia mais lindo da minha vida. Fiquei sabendo que tem festa, eu quero mais é curtir.
- Se arruma logo!- Pede Aline.
- Calma- Grito.
Saio do banheiro vestida com um vestido colado, salto médio, dou uma arrumada no cabelo e faço a maquiagem. Estou pronta.
- Vamos- Digo.
- Nossa, você está linda- Allan diz sorri do.
- Obrigada, o Gabe vai?- Pergunto.
Gabe era o ficante do meu amigo, sim ele era gay e nunca tinha me dito, foi uma surpresa mas foi a coisa mais maravilhosa que podia acontecer, tenho um amigo gay.
- Ele já está lá ansioso pela minha chegada- Responde Allan.
- Então vamos- Alicia nos tira do apartamento.

A festa estava lotada, música alta, a cada batida do Hip hop eu sentia meu coração saltar. Olho por todos os lados e vejo pessoas desconhecidas, isso era ótimo.
- Vamos tirar uma foto!- Grita Alicia.
Todos nos reunimos e tiramos uma foto juntos, ela irá postar em alguma rede social. Quero nem ver como estou nessa foto. Caminho até o bar e peço uma Tequila com gelo, as meninas vão de martine.
- Vamos dançar!
Todos saímos do bar e fomos pra pista, menos Allan que foi achar sua paquera. Dançamos como se não houvesse amanhã. Mas existe e prevejo uma dor de cabeça terrível.
Aline gruda na minha cintura me movendo cada vez mais rítmica, eu me deixo levar e começo a me soltar mais em meia multidão.
Não demoramos para cansar, voltamos pro bar e começamos a beber.
- Vou ao banheiro- Anuncia Aline.
Fico ali sozinha observando meu copo vazio. As vezes penso na Pietra e penso em como ela está melhor sem mim, sem uma pessoa chata pegando no seu pé mesmo tendo uma relação aberta comigo.
- Oi- Alguém diz me tirando dos pensamentos.
- Oi- Respondo.
Era um homem, que se sentou ao meu lado e ficou me encarando.
- É nova aqui?- Pergunta.
- Sou- Digo e tomo uma golada da Tequila recém posta em meu copo.
- Nunca te vi aqui. Você é muito linda!
- Obrigada- Coro.
- Vamos dançar?
Ele se levanta e me puxa, eu tento impedir.
- Não obrigada!- Digo tentando me soltar de suas mãos.
- Vamos só uma dança!- Ele insiste.
Em um segundo ele insistia em outro vejo seu rosto colidindo com o chão. Olho para ver quem era e então vejo Pietra ao meu lado.
- Ela disse que não, seu estúpido!- Pietra rugi.
- O que faz aqui?- Pergunto surpresa.
- Vim buscar você!
Me afasto dela.
- Eu não quero ver você, sai de perto de mim!
- Que se foda!
Ela então me agarra me jogo por cima de seus ombros, ela segura meu vestido para que não levante e sai em direção a porta. Passamos por um gramado, eu me debatia e me esperneava mas ao ver que era tentativa inútil eu parei.
- Me coloca no chão- Peço novamente.
- Se você prometer não correr, eu coloco!
- Eu prometo!
Então ela me coloca perto de uma parede. Não cumpro com a promessa e tento fugir mas ela me agarra e me encosta contra a parede.
- Eu não quero falar...
Sou cortada pelos seus lábios colados ao meu, nossas línguas furiosas, no começo resisti, mas era inútil, eu queria muito isso. Suas mãos apertando minha cintura, senti um calor imenso começar das minhas pernas até o pescoço. Paramos o beijo por falta de fôlego. Continuamos coladas uma á outra.
- Me desculpa por favor- Pede ela com sua voz cautelosa.
- Você não entende mesmo não é?
Ela então me olha como se pedisse para eu explicar-lhe.
- Eu... Eu me apaixonei por você Pietra, desde que te olhei pela primeira vez senti algo forte! Esses meses que ficamos foram os melhores mas os piores pois tinha que ver garotas dando em cima de você, e claro, você aceitando. Não estou brava por ter beijado a Angela, mas sim por ter feito isso estando tendo algo comigo. Que pra mim significou muito mais do que você imagina- Digo olhando em seus olhos.
Ela não sabia o que dizer, fechava e abria os lábios toda hora como se procurasse as palavras certas.
- Você não entende!- Digo e então me solto de seus braços.
Começo a caminhar até meu carro mas sou impedida de chegar até lá por aquele homem novamente.
- Me larga!- Grito.
- Você vai dançar comigo agora!
Seus olhos estavam vermelhos, pelo visto tinha bebido mais do que devia. Dou um chute nele que não se deixa atingir, então sinto um tapa em minha bochecha que ardia.
- Sua vadia!
Ele me agarra e me bate contra meu carro, fecho meus olhos prevendo o pior.
- Solta ela!- Pietra grita.
Então eu sinto suas mãos me soltarem, abro meus olhos e vejo Pietra em cima dele batendo nele.
- Pietra para!- Grito.
Ela estava fora de controle batendo naquele homem que parecia desfalecido. Eu olho pra ele e vejo sangue em suas roupas.
- Pietra olha pra mim- Grito.
Então ela para e fica imóvel olhando pra mim. Preciso ajudar ela. Caminho até ela e me lanço em seus braços que no começo não retribuiu, mas logo em a seguida sinto seus braços passarem pela minha cintura.
- Me leva pra casa- Peço.
Então ela olha para suas mãos e limpa em suas roupas, captura minha mão e me guia até sua moto.

Em casa eu tranco a porta, e subimos direto pro meu quarto. Pego uma toalha e separo uma roupa.
- Aqui está, tome um banho- Digo.
Ela estava imóvel ainda na porta de meu quarto. Me aproximo dela e seguro seu rosto com minhas duas mãos.
- Pietra- Sussurro.
Seus olhos estavam distantes, então ela caminha pro banheiro e se tranca lá dentro. Meu celular toca, era Aline.
- Aonde você está? Suas chaves estão comigo!
- Ótimo, traga Alicia em casa e meu carro também- Peço.
- O que aconteceu?
- Longa história, só faz isso por favor!
- Tudo bem- Diz e desliga.
Guardo meu celular novamente e me jogo na cama, meus olhos lacrimejam, não sei o que fazer, acabei de presenciar Pietra quase matando aquele homem, ou matando, não sei se ele está bem depois de perder tanto sangue.
Não sabia que ela era tão agressiva assim pra chegar a esse ponto. Eu não sei nada sobre ela. Sou tirada dos meus pensamentos pelo barulho da porta. Ela estava linda usando meu pijama lilás.
- Pode deitar aqui, vou comer algo- Digo abrindo a porta. Mas sinto ela me puxar.
- Me desculpa por isso- Ela diz quase que falhando.
- Durma!
Então saio do quarto e vou pra sala. Fico lá por algumas horas esperando Aline e Alicia chegar.

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