Capitulo 18

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Algumas horas depois eu estava pronta para ir pro hospital, resolvi deixar Alicia descansar. Assim que cheguei perguntei logo pela Marie, não havia notícia nenhuma dela até agora. Então sento na sala de espera e fico lá por horas, olhando no relógio, andando de um lado para o outro e até mesmo cochilando.

- Família de Marie Kay?
Levanto em um sobressalto.
- Sou eu, sou a... Namorada!
Namorada? Eu disse mesmo isso?
- Sou o dr. Caio, estou cuidando dela- Ele estende a mão.
- Como ela está?- Pergunto.
- Ela fraturou bastante a costela, sua cabeça foi batida contra alguma coisa com muita força formando então um pequeno traumatismo craniano!
Meu coração acelerou diante dessas palavras finais.
- Mas ela vai superar isso?- Pergunto confusa.
- Apenas ela agora pode se salvar, ela está em estado de coma, ela mesma entrou, então só ela pode sair do coma e o resto eu e minha equipe fazemos!
Elevo minhas mãos a cabeça passando pelo meus cabelos ainda molhados, fecho meus olhos e tento evitar todo tipo de pensamento negativo.
- Tudo bem doutor, obrigada!- Aperto nossas mãos.
- Se quiser ir vê-la, acredito que a visita dos familiares e da namorada dela será importante para ela sair do coma- Ele avisa.
- Tudo bem vou informa aos parentes dela, só vou fazer uma ligação e vou vê-la- Sorrio fraco.
Então ele sai da sala me deixando sozinha. Capturo meu celular e ligo para Alicia que atende no no terceiro toque.
- Pietra? Como ela está?
Suspiro.
- Preciso achar os pais dela!- Aviso.
- Isso, não vai ser possível!
Fico surpresa ao ouvir sua resposta.
- Porque?
- A mãe dela morreu a muito pouco tempo, e seu pai está, digamos muito longe daqui!
Como assim?
- Então precisamos achar o pai dela!
- Creio que ela nunca vai querer ver o pai dela- Diz Alicia.
- Como assim? Porque?
- Pietra eu não posso te explicar nada, espera pela explicação da boca de Marie!
Suspiro passando a mão nos meus cabelos.
- Tudo bem, pode vir ao hospital ver a Marie- Peço.
- Como ela está?
- Em coma, ela teve traumatismo craniano e fraturou a costela. Seja lá o que aconteceu com ela, foi muito forte!
- Vou dar queixa na polícia, e vou para o hospital- Ela avisa.
- Faça isso, nos vemos daqui a pouco- Digo e desligo.
Então caminho até a recepção.
- Quarto de Marie Kay?- Pergunto.
- Quinto andar, quarto número 234- A recepcionista me informa.
Então eu pego o elevador e subo, temendo pelo jeito que vou encontrar a Marie, minha Marie.
A encontro deitada numa cama com lençóis azuis, vários aparelhos ligados á ela, um marcava sua respiração, outro seus batimentos cardíacos, outro sua pressão. Me aproximo dela notando cada detalhe, ela estava pálida, lábios sem cor e com um enorme tubo dentro de sua boca. Seguro em sua mão com certa esperança que ela sinta meu toque e acorde naquele exato momento, mas para minha tristeza ela não o faz. Passo a mão pelo seu braço gelado, seu rosto branco igual neve, seus cabelos pretos com vários fios da cor roxa. Como eu adoro esse jeito despojada de ser, mesmo não tendo um corpo definido, ela tem suas curvas, tem sua barriguinha que eu adoro apertar, tem seus olhos cor de mel que eu adoro olhar, e seus lábios que eu adoro beijar. Gostaria muito de beija-lá agora mas esses aparelhos não possibilita nada. Sento na cadeira que eu coloquei ao lado da cama e então penso em algumas palavras para estimular ela.
- Marie, sou eu Pietra!- Digo sem jeito. Claro que ela sabe que é você sua estúpida- reclama meu sob consciente. - Não sei o que aconteceu com você mas agora olha aonde você está, neste lugar que me da arrepios. Sei que não tenho sido a melhor pessoa de todas para você, sei que tenho te deixado confusa mas eu preciso lhe dizer, eu...- Sou interrompida.
- Marie, céus!- Alicia sussurra.
Me viro para olhar ela que se encontra paralisada ao pé da cama.
- Alicia senta aqui- Digo.
Então ela caminha até a cadeira e se senta, mais um pouco ela cairia no chão de tanta surpresa.
- Marie amiga o que fizeram com você?- Ela segura a mão de Marie.
Olho para o monitor para ver se á alguma reação mas fica tudo normal.
- Foi a polícia?- Pergunto.
- Fui, eles disseram que vai pegar as filmagens desta madrugada para ver se encontra algo- Ela responde sem tirar os olhos de Marie.
Ficamos em silêncio, era horrível ver a Marie naquela situação. Ela que era uma garota tão extrovertida, alegre, que não parava calada um segundo, e agora está muda, e pra piorar, imóvel.
- Avisei pro pessoal, todos estão vindo ver ela- Alicia diz se levantando.
- O médico disse que seria bom que todos viessem ver ela para quem sabe, ela reagir e acordar!
- Ela entrou em coma sozinha?
Faço que sim com a cabeça. Volto meu olhar para Marie, quero levantar ela e fazê-la andar, quero acordar ela, eu preciso dela acordada comigo.
- Acho que Aline já chegou- Diz Alicia.
- Vou deixar eles entrarem, quer algo na cafeteria?- Pergunto.
- Não obrigada- Ela sorri fraco.
Então saio do quarto descendo até o primeiro andar, na sala de espera já estava Aline, Angela, Allan, Gabe, e a Carol.
- Oi pessoal- Anúncio minha chegada.
- Pietra- Aline me abraça forte. Eu abraço ela mais forte que posso. - Como ela está?
- Digamos que dormindo- Digo.
- Morta?!- Sobressalta Angela.
Todos olham para ela com olhares de repreensão, então ela se cala.
- Em coma- A corrijo. - O médico disse que seria bom todos da família dela vir visitar ela, então achei melhor vocês virem, já que são a família dela!
- Somos, uma grande família, e ela vai sair dessa porque essa garota é forte!- Diz Aline. Ela estava tentando se auto motivar.
- Vão ver ela, vou na cafeteria- Digo.
- Qual andar?- Pergunta Allan.
- Quinto andar, quarto 234- Respondo e saio andando.
Na cafeteria tinha mais médicos, e algumas pessoas que creio ser os familiares de quem está internado aqui. Peço apenas um café e me sento em uma das mesas. Repenso várias vezes o que a Marie significa para mim, porque gosto tanto de estar com ela, porque eu senti tanto a falta dela quando fui embora. Fui grande tola ter ido e deixado a todos, não somente ela, mas como meus amigos. Mas em todo momento eu só pensava em Marie, ela estava comigo sempre nos meus pensamentos. Após acabar meu café chego á uma conclusão pequena, mas muito importante, e a primeira a saber disso será ela, Marie.

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