Capítulo 03

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POV ~ Stephen Amell

Sei que não devia, mas dirigi como um alucinado. A cidade estava calma e como na maioria das vezes poucas pessoas estavam na rua aquela hora da noite acelerei o quanto pude.

O pub era conhecido como o refúgio dos famosos, porque tinha um estacionamento na lateral que somente era possível seguir de carro, então você não era visto por ninguém nas redondezas.

Estacionei o carro perto da entrada e antes de descer coloquei o boné. Não que fosse impossível me reconhecerem daquele jeito, mas pelo menos se tirassem uma foto eu tinha como fugir do flagra.

Rezava para que Emily estivesse lá, porque senão eu teria que caçar a amiga dela e não estava a fim de lidar com o mal humor de Fanta por causa da minha presença. Se tinha alguém que me odiava mais do que a Cassandra, esse alguém era a Fanta.

Eu estava prestes a entrar quando ouvi barulho de maquina fotográfica. Gelei na hora com a possibilidade de ser descoberto, mas o que encontrei foi algo bem pior. A poucos metros de onde eu estava vi um homem de costas, ele estava abraçado a alguém e tirava fotos em sequencia. A mão da mulher agarrava sua camisa, em um dos braços dele e quando eu estava prestes a seguir meu caminho e deixa-los em paz ouvi a voz de Emily enrolada e suplicante.

- Me deixa ir embora, ele deve estar me procurando.

- Não tem ninguém te procurando. Vem, vamos tirar mais uma.

- Cadê a Fanta? – se agarrando mais em seu braço.

- Não faço ideia, mas para o que vamos fazer não precisamos dela.

Inclinando a cabeça, ele beijou seu pescoço e eu senti que iria explodir de raiva. Aquele imbecil estava se aproveitando da embriagues dela para tirar proveito e isso fez com que eu perdesse a cabeça.

Não sei como consegui puxar o cretino sem que a Emily caísse também, mas quando dei por mim estava arremessando o cretino no meio do estacionamento, que caiu de costas no chão.

- Qual é o seu problema? – me encarando assustado, sem me reconhecer.

- Meu problema é você seu cafajeste. – tomei o celular da mão dele e o arremessei contra a parede.

- Eu vou quebrar sua cara. – tentando levantar, mas dei uma rasteira nele que caiu de novo.

- Não se atreva a se aproximar de novo dela, entendeu? – fui até onde o celular estava despedaçado e busquei o cartão de memória. – E isso aqui fica comigo.

- Ela é minha ex, não fiz nada com ela do que não fizemos antes.

Eu estava parado na frente dela quando ouvi aquele absurdo, gelei com a possibilidade dele ter abusado do estado dela, mas ela parecia bem. O que não me deixava nem um pouco tranquilo, afinal, ela estava fora de orbita, era como se não estivesse ali.

- Você veio. – me abraçando pela cintura e encostou o rosto no meu peito. – Demorou muito.

- Estou aqui e vou te levar embora.

Abracei sua cintura e fiz com que ela andasse do meu lado. Antes de ir para o carro eu olhei para o cretino que ainda estava no chão e usei a voz mais ameaçadora que eu sabia fazer, igual quando precisava disso na série.

- Se eu descobrir que você fez alguma coisa com ela ou se a imprensa ficar sabendo dessa noite, eu te caço até no inferno e quebro cada osso do seu corpo, entendeu?

Não foi preciso respostas para ver que ele tinha acreditado na minha ameaça, nem estávamos no carro ainda quando ouvi ele cantar pneu e seguir para a saída.

- O que você tomou, Emily?

- Não lembro. Eu bebi? – rindo alto.

- Espero que isso seja somente bebida mesmo. – falei sem a intenção dela entender ou responder, mas eu sabia identificar alguém que estava embriagado e no caso dela parecia mais entorpecida do que qualquer outra coisa.

Mesmo com dificuldade para acomoda-la no banco do passageiro, eu coloquei o cinto nela e dei a volta no carro. Respirei fundo e entrei. Não sei o que tinha acontecido e estava ainda mais furioso pela amiga ter sumido e a deixado naquele estado.

- E agora, para onde te levo?

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Entrei em casa com Emily em meus braços. Foi quase impossível faze-la andar, por isso optei pelo mais fácil. Ela estava em um sono profundo quando a acomodei na minha cama e fui chamar minha mãe para me ajudar.

- Ela usa algum tipo de droga filho? – parando na porta.

- Não, disso eu tenho certeza.

- Então deve ser só a bebida mesmo. – indo até a cama e tirando seus sapatos.

- Não sei mãe. Espero que sim. Você cuida dela? – fui até o closet e peguei roupa de cama e um travesseiro pra mim.

- Cuido filho, mas preciso que você pegue uma vasilha na cozinha e uma garrafa de água para o caso dela acordar no meio da noite. Vou ficar aqui com ela.

- Obrigado mãe. Vou ficar com a Mavi.

Corri até a cozinha e peguei o que minha mãe precisava. Quando voltei ela estava sozinha no quarto em um sono profundo. Ajoelhei do lado da cama e fiz carinho no rosto dela.

- O que aconteceu, Emily?

Se mexendo um pouco na cama, ela ficou ainda mais perto de mim. Senti o cheiro de bebida que vinha de sua boca e rezei para que aquilo não passasse de um porre muito forte. Porque se fosse outra coisa eu acabaria com quem fez isso com ela.

- Dorme bem. – beijei seu cabelo e esperei minha mãe na porta, que voltou com a caixinha de remédios que estava na cozinha.

- Ela vai ficar bem filho, fique tranquilo.

- Se alguma coisa sair na mídia pode prejudicar a carreira dela mãe. E encontrei o ex dela tirando fotos deles, como se estivessem juntos. Olha o estado que ela está e esse idiota se aproveitando disso.

- Você já deveria estar acostumado com pessoas desse tipo. E ela é nova nesse meio e não tem ideia do que pode acontecer para quem fica em evidencia.

- Nunca vou me acostumar com gente mal caráter. – beijei seu rosto para encerrar a conversa, a raiva já estava em mim de novo. – Qualquer coisa me chame.

- Pode deixar.

Entrei no quarto da minha pequena, que dormia tranquila. Parei do lado do berço me perguntando como lidaria com o futuro da minha filha em um meio tão sujo como o que eu trabalhava. As cenas da Emily nos braços daquele cara começaram a revirar meu estomago e não eram só por causa do nojo da situação. Eu estava com ciúmes dela, ciúmes por ver outra pessoa a tocando e agindo como e fossem íntimos.

Ajeitei minhas coisas na cama que ficava perto do berço, que apesar de pequena para o meu tamanho era confortável, e fiquei deitei. O sono demorou para vir, mas quando veio foi um misto de alivio por conseguir descansar e preocupação por saber que no dia seguinte teria muitas explicações para dar a loira que estava dormindo na minha cama sem saber o porque de estar lá.

Stemily - SuddenlyOnde histórias criam vida. Descubra agora