Outubro de 2015
Luna caminha apressadamente, a passos largos, sem direção aparente. A única coisa na qual pensa é em como gostaria de sumir daquele lugar neste exato momento. Com os olhos embaçados por lágrimas, ela faz o trajeto de volta para casa. Qual é o seu problema?, pergunta a si mesma. Não consegue entender como podia estragar tudo daquela forma. E pior que isso, como podia enganar Tom. Nada ali estava certo.
- Hey!
Sente seu corpo bater em um braço firme, e de repente é abraçada.
- Tom? – sua expressão assustada não poderia denunciá-la mais.
- O que foi? – ele a analisa, preocupado. E espera que aquele choro não fosse pelo que fizera naquele fim de semana com Clair.
- Eu... Preciso ficar sozinha... Por favor.
- Foi algo que eu fiz?
- Não! – "Foi algo que eu fiz", pensa. – É coisa da minha família. Por favor, eu tenho que ir.
- Tudo bem. – suspira, aliviado por não ter sido descoberto. – Mas sabe que basta me ligar. Estou indo para o hospital agora, de qualquer forma. – e hesita. – Posso te ver mais tarde?
- Sim. – qualquer resposta que o faça ir embora o quanto antes é válida naquele momento.
- Pois nos vemos então.
E ela se vira novamente, com os passos ainda mais apressados, correndo em direção a qualquer refúgio que aquele dia possa lhe oferecer.
__________
Ao virar a esquina de sua rua, percebe que Louis está saindo do carro, a caminho da porta. Luna tenta dar a meia volta mas ele se vira distraidamente para sua direção e exclama.
- Então você está viva!
Tarde demais.
- Fiquei preocupado. – ele continua. - Como é que você simplesmente desaparece do hospital, sem me dar satisfações? Gatinha? – franze o cenho ao perceber o estado da amiga.
Droga. Nem por um milagre conseguiria disfarçar o choro que a acompanha agora. Mantém seu trajeto, indo ao encontro dele.
- Tem um tempinho? – sua voz soa fraca ao pedir.
- Claro.
Ambos sobem as escadas.
- Definitivamente não gosto dessa tal Sara. – Louis conclui, batendo na mesa da sala.
- Não a conhecemos. – revira os olhos.
- Nem pretendo conhecer.
- Eu é que não devia ter dito aquilo.
- Ainda mais na hora de um beijo daqueles.
- Louis!
- Desculpe! – ele ri. – Mas eu não podia deixar essa parte da história de lado. Afinal, você beijou o Gabriel, e não foi a primeira vez!
- Talvez seja a última. – sussurra, pesarosa.
- Não diga uma bobagem dessas! Vocês dois não podem botar um ponto final nessa história só porque ele não quis responder a uma única pergunta.
- A uma pergunta sobre a garota que provavelmente foi o amor da vida dele!
- Você tem bola de cristal por aí? – ele coloca as mãos na cintura, indignado. – Como pode sair afirmando uma coisa dessas?
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A Estrada Partida
RomanceUma juventude repleta de sonhos acaba de ser corrompida com o fim de um primeiro amor. Gabriel, que pensara já ser um homem, se descobre apenas um menino solitário e frágil por trás de uma grande armadura física. O tempo, que deveria ser seu grande...