Outubro de 2015
- Eu ganhei. – Luna sussurra enquanto olha o celular, incrédula.
- O que? – Karen pergunta, abrindo a porta do carro.
- A rifa.
Ambos os amigos se voltam para ela, paralisados.
- Você ganhou o prêmio da rifa?! – Louis exclama e a vê assentir. – Meu Deus, Luna! Já não basta ter sorte no amor, tem que ter na rifa agora?
- Não posso acreditar. – Murmura. – Isso nunca acontece comigo. Meu Deus! Deve ser uma brincadeira de mau gosto. – Conclui.
- E quem faria uma coisa dessas? – Karen pergunta, levando as mãos à cintura. – Você não tem inimigos por aqui, Luna. Ninguém faria algo assim.
- Ninguém. – o amigo enfatiza. – Em quanto você investiu?
- Na de cinco mil dólares. – Só então percebe que, claramente, aquele não era seu dia de sorte. Havia algo de muito errado naquela história, observa. - Mas... Venci a de dois mil. – E a decepção toma conta de sua mente. – Será que houve um engano?
- Tem certeza de que apostou na maior? – Karen franze o cenho, desconfiada. – Vai ver acabou se enganando e apostou errado.
Luna pensa sobre a possibilidade. Gostaria muito que a amiga estivesse certa em sua especulação, entretanto lembrava-se perfeitamente do momento em que comprara a rifa.
- Acho melhor conferir isso amanhã. – Conclui. – Não vou nem me dar ao trabalho de comemorar.
- Pois eu acredito na explicação da Karen! – Louis tenta animá-la. – Além do mais, eles te enviaram uma mensagem. Jamais fariam isso se não tivessem certeza.
- Não sei, Louis, essa história ainda tá meio estranha. De qualquer forma, não há nada que eu possa fazer quanto a isso hoje.
- Então vamos para casa, porque já tive muitas emoções pra uma noite só. E você, mais ainda. – Pisca.
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- Olha só como ficou feio! – Kate resmunga, enquanto entra no alojamento. – Aquele filho da mãe vai me pagar. Deixa eu colocar as mãos nele mais uma vez e...
- E eu te levo pro aeroporto imediatamente, sem pensar duas vezes. – Gabriel completa, mau humorado. – Onde é que você estava com a cabeça?
- Acho melhor vocês dois deixarem para brigar amanhã. – Andrew intervém. – Até porque a aula começa cedo. Tá lembrado? – Encara o amigo.
- Tô. – Responde feito um menino emburrado. – Mas parece que para a minha irmã isso não importa.
- Não importa?! Tá insinuando que eu sou egoísta? – Sua voz sobe algumas oitavas enquanto o pequeno rosto da garota começa a se enrubescer. – Eu estava lá quebrando a cara daquele imbecil por você!
- Meu Deus. – Ele esfrega as têmporas, buscando manter o controle. – E a única coisa que conseguiu foi essa ferida no joelho que, por sinal, continua sangrando.
- Está melhorando, ok? – Retruca. – Andrew fez um ótimo trabalho me ajudando com ela enquanto você só sabia me criticar.
Gabriel olha ao redor mas o amigo já havia sumido de cena, entrando no quarto e se fechando lá dentro.
- Olha aqui, na próxima vez que quiser me colocar numa situação maluca dessas, pelo menos chute as bolas dele. Fica mais fácil atingi-lo. – Murmura, irritado.
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A Estrada Partida
RomanceUma juventude repleta de sonhos acaba de ser corrompida com o fim de um primeiro amor. Gabriel, que pensara já ser um homem, se descobre apenas um menino solitário e frágil por trás de uma grande armadura física. O tempo, que deveria ser seu grande...