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Eu acordei. Acordei depois do que parecia uma eternidade de miséria. Eu fui massacrado durante a noite?!

Eu levantei-me, lentamente, sentindo a cama, muito maior do que a minha, à minha volta. Harry saiu do banheiro e se assustou quando me viu. Ele estava de boxers mas tratou logo de vestir umas calças. Eu ergui os lençóis e me verifiquei.

- Calma garotão, eu não toquei em você. - Ele avisou, vestindo uma t-shirt também enquanto eu verificava que estava vestido e limpinho, limpo de sexo gay. Relaxei um pouco, tenho de admitir.

- Urg, você e Nick? - Harry me olhou. - Aqui? - Eu perguntei olhando a cama. Harry apenas ergueu uma sobrancelha sugestiva e desatou a rir quando eu saltei da cama para fora. - Urg, urg, urg. - Eu grunhi sons nojentos.

- Eh, eu troco os lençóis, sabe? - Ele se fingiu de insultado.

- Você me raptou, não merece nada.

- Oh, você não lembra e está inventando? - Harry acertou. - Vou resumir para você. - Ele deu um passo em frente. - Você bebeu, contou besteiras para mim, bebeu de novo e de novo, mais besteira, eu contei besteira também, aquela que você não lembra, e você acabou me implorando para te levar para casa.

- Vê? Eu não estou em casa, me sequestrou. - Eu argumentei.

- Quando eu perguntei onde você vivia, você respondeu ''na sua cama''.

Eu devo ter corado porque eu me senti tão quente. Envergonhado para caralho.

- Eu não disse isso. - Retruquei, o meu estômago se desfazendo.

- Você disse. - Harry riu de mim.

- Eu não sei como fui parar lá.

- Num bar de gays? Cara, eu acho que é destino.

- Falei para você. Não sou gay. - Clarifiquei.

- Quem disse isso?

- Deus, porque eu continuo aqui? - Falei para mim próprio e comecei a procurar as minhas sapatilhas e casaco. Encontrei as sapatilhas no fundo da cama e calcei-as rapidamente. - Você viu meu casaco? - Questionei.

- Casa de banho. - Ele indicou.

Vesti o casaco e sai rapidamente daquela casa que parecia mais do que enorme. Eu olhei em volta e percebi que não fazia a mínima ideia de onde estava. Eu podia sair caminhando e me perder ou chamar um táxi que adivinhasse o nome da rua.

Harry riu atrás de mim.

- Me diga onde estou. - Ordenei, chateado. Porque eu tava chateado?

- No inferno. - Ele sussurrou dramaticamente.

- Sério, Harry, me diga agora. - Insisti.

- Descubra por si, ou entre. - Ele ofereceu.

- Ok.

Harry sorriu sacana pensando que eu iria entrar, mas eu apenas virei costas e saí da sua entrada.

- Hey. - Ele tentou me agarrar mas eu estava caminhando demasiado rápido. - Esse bairro é perigoso. Louis!

- Tão perigoso que você vive aqui! - Eu insinuei andando ao contrário e quando eu virei bati em alguém. Um homem alto me agarrou pela colarinho e me puxou para cima.

- Veja por onde anda minorca. - Ele rosnou.

- Me largue. - Empurrei-o fazendo-o me largar.

- Hey, hey, Jake, esqueça isso, ele é novo aqui e não vai voltar. - Harry chegou falando calmo e o homem se afastou.

- E se eu quiser voltar? Eu sei me virar sozinho! - Resmunguei alto.

- Porque você quereria voltar?!

- Por si, seu idiota.

- Por mim?! Você está quase pirando. - Ele falou um pouco alto mas depois olhou em volta verificando que nao tinha atraido muita atenção.

- Eu queria ser seu amigo. - Falei mais baixo.

- Tá, entre e coma pipoca comigo. - Ele ofereceu e eu me senti reticente. Eu não o conhecia de lado nenhum e aquele Jake nao fez com que eu confiasse mais em Harry, pelo contrário. - Ou me deixe pelo menos deixar você em casa.

- Espero que a pipoca seja boa.

100% hétero (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora