9.-Eu não quero.

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[Lizzie.pov.on]

Passaram-se uns dias. Não tenho a certeza de quantos foram porque o tempo no hospital pareceu uma eternidade. Mas hoje, hoje posso ir para casa. 

Não. Não estou entusiasmada. Não quero de todo ir. Não quero sair destas quatro paredes, deste estabelecimento cheio de gente e deste quarto com dois seguranças à porta. Não me sinto cem porcento segura aqui, mas posso dizer que me sinto mais segura do que me sentirei em casa.

Tenho medo do Harry e medo do que ele possa fazer. Antes acreditava que ele não me faria nada que pudesse magoar-me ou ao bebé, mas depois de ontem não acredito nisso, e já não tenho qualquer esperança a que me possa agarrar.

O Liam ficará comigo em casa. Terei dois polícias a todas as horas de todos os dias em frente ao meu quintal. No entanto, não me sinto segura. Liam não me consegue proteger de Harry, e não acho que nem a polícia consiga.

Harry é um psicopata. Sempre foi. No entanto, antes ainda observava um pouco de brilho nos olhos dele. Hoje, já não vejo nada. É como se todas as poucas coisas que o tornavam humano tivessem desaparecido. Tudo o que resta é um olhar vazio e frio. 

A porta do quarto abre-se e vejo uma enfermeira entrar. Desvio a atenção dos meus pensamentos para olhar para a mulher que se encontrava com um tabuleiro de comida na mão.

-Trouxe-lhe comida, Sr.Matheus.-ela diz pousando o mesmo na mesa de plástico ao lado da cama.

-Eu não tenho fome, obrigada.-murmuro voltando a olhar para a janela. 

Ela respira fundo antes de voltar a falar.-Eu não quero insistir, mas tenho que o fazer. É importante que coma.

-Eu não quero.-volto a responder. O Liam saiu há quinze minutos para ir almoçar e tudo o que quero agora é um pouco de tempo sozinha e em paz. Desde que fui operada que tenho constantemente gente perto de mim. Seja a enfermeira, o médico, o Liam ou a Elena. Preciso de tempo para processar tudo o que está a acontecer sozinha.

A enfermeira de cabelos pretos senta-se na cadeira em frente da cama. Olho para ela por segundos, antes de voltar a olhar para lá para fora.

-Eu percebo que tudo isto esteja a deixar-te sem apetite. É uma situação stressante e dolorosa, é normal. No entanto, não comer não te faz bem nem ao bebé. Depois do que se passou precisas de ganhar forças, não te esqueças que ainda estás a recuperar de tudo. Por isso, por favor, come.-ela pede. Abro a boca para falar mas calo-me a tempo de dizer alguma estupidez. Ela tem razão. Se não comer faz mal ao meu bebé, eu vou comer quer queira quer não.

Apenas assinto com a cabeça que sim e ela levanta-se, caminhando até ao tabuleiro. De seguida, pega no mesmo e pousa-o no meu colo. 

-Volto quando terminares.-ela diz.

-Obrigada.-dou um leve sorriso.

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Save Her // Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora