Pov. Kat
- Sabado de manhã -
- De novo? - perguntei entrando no banheiro, onde minha tia estava debruçada no vaso pela quarta manhã seguida.
- Sim. - respondeu me olhando, enquanto se sentava apoiada na parede.Então me veio uma idéia na cabeça, uma possibilidade de algo não é algo tão difícil de acontecer.
- Tia - disse calmamente - você já pensou na possibilidade de estar grávida?
- Quê? Gravida?
- Pensa comigo. Você tem comido feito louca, tendo enjoo, fica irritada mais fácil que o normal.
- Ai. Meu. Deus. - falou pausadamente - Eu tô grávida. - ela tava quase entrando em desespero.
- Não se desespera! - eu disse rápido - Eu vou na farmácia. Não saí daí até eu voltar.Eu desci a escada correndo e então percebi que estava de pijama. Voltei pro quarto e me troquei.
Saí correndo até a farmácia e fui até a seção, peguei vários testes e fui até o caixa. Quando viu, a moça olhou pra mim e arqueou a sobrancelha.
- Você pode só passar, por favor? - perguntei já sem paciência.Paguei e voltei correndo pra casa. Subi a escada correndo e fui até o banheiro.
- Tá aqui. Eu trouxe um monte porque eu não sabia qual era o melhor. - disse e apontei para as dez caixas em cima da pia - Vou esperar lá fora. - falei e ela concordou.Poucos minutos depois ela saiu e se sentou ao meu lado.
- Segundo as instruções tem que esperar 5 minutos. - ela disse e ligou o cronômetro do celular.- Você quer? - perguntei - Um bebê?
- Não estava nos meus planos, pra esse momento. Mas se vier vai ser muito bem vindo. - sorriu - Pelo menos pra mim. - acrescentou baixinho.Não se têm registros de tempo que se passou tão devagar como aqueles 5 minuto. Pelo menos pra nós duas.
- Deu. - ela disse e nós nos levantamos - Eu não consigo. - olhou pra mim.
Eu fui pro banheiro e olhei as caixas e logo olhei os testes. Sentindo o olhar da minha tia nas minhas costas. Me virei e disse:
- Todos tem duas tiras. - fiz uma pausa - Positivo. Parabéns, você vai ser mãe. - falei sorrindo enquanto sentia uma lágrima descer pela minha bochecha.
Eu a abracei e nós ficamos lá por um tempo. Logo estávamos rindo e chorando ao mesmo tempo.- Sabado á tarde -
- Eu preciso fazer um exame de sangue. Pra confirmar. - ela disse pensando enquanto eu arrumava o cabelo dela.
- Você vai falar pro Rick agora? - perguntei.
- Quando eu tiver certeza. Eu não quero que ele saiba por enquanto. Então você não pode contar pra ninguém. Nem pro Chandler.
- Ok, não vou contar.
- Não sei se eu to pronta. - falou me olhando.
- Você vai ser uma ótima mãe, acredita em mim.Pouco depois ela estava pronta. Então eu fui me arrumar. Fiz um rabo de cavalo meio bagunçado, e um delineado nos olhos.
Meia hora depois nós já estávamos prontas. E quase saindo de casa.
- Você tem certeza de que não vai falar nada? - perguntei.
- Sim, e você também. - me olhou com uma cara séria.
- Eu dirijo. - falei indo pro carro.Fomos o caminho inteiro em silêncio, estacionei e nós saímos do carro, indo em direção ao salão.
- Como você vai aguentar? - perguntei quando vi o Rick e o Chan vindo em nossa direção.
- Não pensando sobre. - disse e me olhou.- Olá. - falei quando eles chegaram.
- Oi. - disseram em um coro.
- Kat, nós temos que ir lá dentro com o pessoal. Vamos? - Chan me perguntou.
- Vamos. - eu disse, mas antes de ir lancei um olhar à minha tia quê retribuiu.A cerimônia foi rápida, com muitos discursos de professores e alunos. Depois de muita choradeira, a pista foi liberada e todos se animaram.
- Ela tá se formando também? - perguntei ao Chan, quando vi Brianna na pista.
- Não, ela é mais nova. Deve ter vindo como convidada. - deu de ombros.Aproveitei a noite dancei muito com o pessoal da sala que era muito animado, e aquela hora já tava todo mundo louco.
Já era quase 2h30 quando eu decidi me sentar. Meus pés estavam doendo então eu tirei o sapato.
- Eu vou tomar um ar lá fora. - disse pra minha tia e fui descalça mesmo.Fiquei um tempo olhando as estrelas e respirando o ar puro e gelado da noite, logo descidi voltar.
Ainda lá fora, eu vi duas pessoas se beijando, eu ri e continuei lá. Até que quando eu passei pelos dois, notei que eram pessoas conhecidas, então eu parei e encarei. Logo ele parou e olhou pra mim. E ela estava rindo.
- Não é o que você está pensando. - disse e se desvencilhou dela, vindo em minha direção.
Eu simplesmente fiz um sinal de negação com a cabeça e voltei ao salão.- O que aconteceu com você? - minha tia perguntou quando eu me sentei com a cara emburrada.
- Nada.- Não era nada do que você tá pensando. - Chandler disse se sentando na cadeira em frente à minha.
- Eu não to pensando em nada. - eu disse sem olhar diretamente pra ele.
- Do que vocês estão falando. - Rick perguntou curioso.
- Nada. - respondemos em um coro.
Ele fez um sinal de rendição e ficou quieto.
- Eu vou embora. Você vai ficar? - perguntei à minha tia.
- Eu vou embora também. Tchau amor. - deu um beijo no Rick.Peguei meus sapatos no chão, e me levantei com eles na mão.
- Tô esperando no carro. - disse indo em direção à porta.- Você pode me escutar. - escutei ele falando quando eu já estava chegando no meu carro.
- Não.
- Não é nada do que você está pensando. Eu posso te explicar. - ele falou parando na minha frente.
- Eu tenho duas coisas pra te falar:
1- Se você falar essa frase outra vez, eu vou meter a mão na sua cara. - falei com raiva -
2 - Você não tem nada o que explicar. Eu não sou nada sua. - praticamente gritei. Naquela altura todo mundo já estava olhando.Eu passei por ele, abri a porta e joguei o sapato lá dentro.
- Você não vai me escutar mesmo?
- Você não tem nada pra falar. - falei com a voz embargada.- Você vai vir ou não? - perguntei alto pra minha tia que estava com o Rick olhando pra nós.
Então ela veio e entrou no carro, mas antes nos olhou com uma expressão cujo eu não conseguia definir.
Eu abri a porta, mas antes olhei pra ele que retribuiu o olhar. Então eu entrei e acelerei pra sair dali o mais rápido possível.
Então quando eu saí daquele estacionamento, eu percebi que estava segurando o choro. Algumas lágrimas desciam pelas minhas bochechas sem permissão. Olhei pra minha tia que estava com uma cara apreensiva e voltei a olhar a estrada.
- Posso perguntar o que aconteceu? - ela disse calmamente depois de alguns minutos que eu havia estacionado na garagem.
- Não. - eu disse devagar sem olhar pra ela - Não agora.Eu saí do carro e subi as escadas sem olhar pra trás. Quando eu fechei a porta do meu quarto, as lágrimas correram livremente pelo meu rosto. Coloquei meu pijama, me deitei na cama e adormeci, ainda chorando.

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Era Pra Ser (Completo)
FanfictionLivro 1 da trilogia "Era pra Ser". Katelyn Nacon, de 17 anos, perdeu os pais, e com eles a sua vontade de viver. Desde então foi como se ela tivesse perdido o ar e vivesse no automático. Então ela o conheceu, e foi como se ela pudesse respirar nova...