Mama told me

920 60 17
                                    

Abri meus olhos e o vi dormindo. Sua imagem me passava uma calma e um amor absurdo. Sorri, ainda sem me mexer na cama, ele tinha o cabelo bagunçado e seu braço estava ao redor da minha cintura.
Eu olhei para o teto, pensando sobre como a minha mãe falava, de quando eu fosse ter a minha primeira vez.
"Tem que ser alguém que você ame. Alguém que você tem certeza que pode confiar, e que não vai se arrepender depois". Sim, mãe eu achei essa pessoa. E quero tê-lo ao meu lado por um bom tempo.
Senti ele se mexer ao meu lado e me virei.
- Ei. - olhei pra ele que sorriu ao me ver acordada. Queria dizer algo, mas o que se fala no dia seguinte, ao qual você perdeu a virgindade? Me julguem. Em todos esses anos nessa indústria vital, é a primeira vez que isso me acontece.
- Você tá bem? - perguntou e eu concordei com a cabeça - Arrependida?
- Não. Não é nada. - sorri - É besteira.
- O que foi? Eu te machuquei. Se foi fala que eu não faço de novo. - ele sentou na cama.
- Não é nada disso. É porque eu fiquei com vergonha, de estar nua. Na sua frente. - falei me sentindo uma idiota - Eu sei, é um motivo bobo. Muito mesmo.
Ele sorriu.
- Eu já te vi.
- Eu sei. - coloquei a mão no rosto, envergonhada.
- Não precisa ter . - ele passou o braço pelos meus ombros, e eu o olhei - Você é linda.
- Eu sei. - brinquei.
- Que horas são? - perguntou.
- Não sei. - procurei meu celular pela mesa da cabeceira - Cadê meu celular? Cadê as minhas roupas? - lembrei que meu corpo ainda estava descoberto.
Pela primeira vez desde que acordei eu olhei pelo quarto. Nossas roupas estavam espalhadas por todo o lugar.
- A gente fez uma bela de uma bagunça. - levantei dá cama, procurando as minhas coisas.
Achei minha calcinha em cima do movel perto da tv e meu sutiã no chão perto da porta do banheiro, e logo os vesti.
- Ok. Agora cadê o resto? - perguntei pra mim mesma.
- Eu vi a sua calça do outro lado da cama. - Chan falou, e já estava vestido. WTF.
- Como você já está vestido? - perguntei indignada - Sério.
- Eu sei onde as minhas coisas estão.
- Eu... - coloquei a mão na cintura - Não vou nem falar nada. - continuei à procura pelas minhas roupas.

- Estou indo agora. Tchau, Chan. - me despedi, dei um beijo nele e saí do carro, onde estávamos parados, conversando à alguns minutos.
- Tchau. - ele acenou pra mim - Te vejo mais tarde.
Ele virou a esquina e eu entrei pelo portão de casa, parei na porta de entrada ao ouvir o barulho de conversa.
- Você não pode contar pra ela! - ouvi minha tia esbravejar - Não desse jeito.
- Ela tem todo o direito de saber, Jessie. - uma voz masculina disse no mesmo tom que ela - Eu fiquei longe tempo demais.
- Eu sei. - minha tia respondeu.
- Amor, você tem que pensar no que ela vai sentir, não vai ser fácil. - uma garota falou.
- Tudo bem. - a voz masculina falou novamente - Você quer falar com ela primeiro. Pode falar. Mas eu vou contar na primeira oportunidade que aparecer, Jessie.
Ouvi passos vindo em direção à porta. Voltei rapidamente para o portão, e fingi que estava chegando agora, quando a porta se abriu. Finalmente pude ver de quem eram as vozes, um garoto provavelmente mais velho que eu, com cabelos castanhos, e uma garota com cabelo colorido rosa pastel, e minha tia vindo atrás deles.
- Kat! - ela exclamou, surpresa ao me ver - Pensei que só viria mais tarde.
- É, resolvi vir logo. - falei cruzando os braços, ao ver o garoto, que andava para à saída, andando em minha direção - Eu te conheço? - perguntei e ele parou ao meu lado, sorrindo pra mim. - Eu tenho certeza que te conheço.
- Eu não sei. - falou franzindo a testa - Depende. Eu devo algo pra você? - ele brincou. Acho.
- Eu não...
- Tchau, Katelyn. Até mais. - ele disse, me cortando. Ok. Definitivamente. Ele me conhece.
Eles saíram em direção ao portão, garota que estava com ele se virou e me deu um sorriso antes deles saírem. Estranho.
- Quem são eles? - perguntei pra minha tia.
- Vamos entrar. - ela disse mudando de assunto e aparentava estar tensa, logo concordei e a segui.
Aquilo ainda ficou na minha cabeça, quem ele era, e por quê era tão familiar?
Entrei na sala e sentei no sofá. Minha mente estava à mil, tentando lembrar. Acabei lembrando que estava com fome, me levantei e fui para a cozinha olhar a geladeira.
Voltei pra sala com um pote de cereal, meu corpo estava necessitando açúcar, comi como se não houvesse amanhã.
- Sabe, ainda se fazem pausas pra respirar, kat. - ouvi minha tia dizer e revirei os olhos - Eu tenho uma coisa pra te falar, sobre o bebê.
- O que? - me virei pra ela, animada.
- Nós já temos um nome. - ela sorriu, e eu olhei com expectativa - Ele vai se chamar Andy.
- Tipo o menino de Toy Story? - nós rimos e ela confirmou.

Mais tarde eu subi para o meu quarto, ainda com o rosto do garoto gravado na minha mente. Parei na varanda com ainda pensando. Balancei a cabeça tentando afastar da mente, senão eu provavelmente vou ter um ataque.

Era Pra Ser (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora