Um porre a mais na lista

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Paro o carro e espero ser confirmada pelos seguranças para poder entrar.
- Vai demorar muito? - eu falo para o segurança que nega com a cabeça e sinaliza para que o portão se abra - Finalmente! - eu falo alto entrando com o carro.

Subo as escadas da casa e ando até o um quarto da casa que não é usado quando vejo a luz ligada.
- Oi, kat. - minha tia me olha.
Ela está sentada no chão, em meio a varias caixas grandes, provavelmente de coisas antigas.
- O que você está fazendo? - pergunto pegando uma boneca rosa toda desenhada em uma caixa ao meu lado.
- Eu não tinha nada pra fazer, então eu me lembrei dessas coisas. - ela olha pra mim - Tem coisas aqui de antes de eu nascer, fotos de crianças que eu não reconheço, e você não vai acreditar no que eu achei... - ela tenta se levantar.
- Uma ajudinha? - pergunto esticando a mão pra ela, que a pega, levantando em seguida - Então... o que é?
- Olha só. - ela me leva à um quarto menor que o que estávamos - É o seu berço. - ela ri.
- Nossa. - eu digo - Eu nem sabia que ele ainda existia.
Eu me aproximo olhando-o, o berço totalmente branco como sempre foi, e ainda tem as marcas de mordidas de quando eu era bebê.
- Sabe, eu estava pensando em usar esse berço pro bebê. - ela me olha como se esperasse uma permissão.
- Você tá me pedindo? - falo confusa - E você sabe que não precisa de permissão e que isso tudo aqui também é seu, né?
- É, eu sei. - ela sorriu - Eu só precisava do seu consentimento.
Eu ri do que ela falou e comecei à olhar as coisas que tinha nos quartos.

Olhando nas prateleiras eu encontrei várias bonecas, lousas, lápis de cores, alguns cadernos e por último, no fim da última prateleira eu encontrei uma caixa rosa redonda, escondida no meio de vários livros.
E a coloquei no chão e a abri com cuidado, como se fosse uma bomba, nessa família nunca se sabe, então...
Na caixa haviam várias folhas com desenhos de crianças que eu tirei e coloquei do lado.
Então eu cheguei à uma foto, duas garotinhas de cabelos castanhos quase loiros, aparentemente 3 ou 4 anos de idade. Meu coração deu um pulo. Eu encarei a foto.

E a virei para olhar a parte de trás da foto e achei uma descrição

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E a virei para olhar a parte de trás da foto e achei uma descrição.

"Minhas meninas. Lucy e Geanna. Seattle, Washington D.C., 1981."

- Porra! - exclamei sem entender bem o porque, e continuei olhando os desenhos.
- Que foi? - ouvi minha tia falar no outro quarto.
- Aranha. - menti e me apressei pra arrumar as coisas dentro da caixa - Eu vou para o meu quarto. - saí de lá rapidamente com a caixa em mãos.

Entrei no meu quarto e encontrei o Chan brincando com a Vênus. Coloquei a caixa em cima da penteadeira e me sentei na cama.
- Oi, encrenca. - ele sorriu - Como foi lá?
- A conversa com a Juliette foi surpreendentemente bem e o roubo de cabelo foi bem sucedido. - eu fui para o lado dele e me encostei na cabeceira da cama - Já com a Geanna... - eu fiz uma careta.
- O que aconteceu?
- Nós tivemos uma discussão sobre sabe/não sabe o que é abandono, falta de amor, ser órfã... Foi uma longa conversa, pelo menos pra mim.
- Eu acho que você tem que dar uma chance pra ela. - ele me olhou.
- Quem disse que eu não dei?
- Eu te conheço, encrenca. Você não está se esforçando nem um pouco pra interagir com ela ou deixar ela fazer com você. Admite.
- Ok. - eu desvio meu olhar - Talvez eu nem esteja tentando.
- Foi difícil? - ele sorriu - O que é aquela caixa?
- Eu achei naquele quarto, sabe o que eu te falei que era fechado? - ele concordou e eu fui até a penteadeira. E voltei colocando-a na cama e abrindo.
- Eu tive que trazer porque se a minha tia tivesse achado, já sabe né? - falei.
- Nossa. São elas? - ele viu a foto e me olhou.
- Sim. - peguei os desenhos - Olha só. - entreguei.
- De: Ge Para: Mamãe. - ele me olhou novamente - É dela? - eu confirmo com a cabeça.

Era Pra Ser (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora