Trubel's house

531 33 53
                                    

Pov. Chandler.

[...] - Todo esse tempo achando que eu iria te trair, mas no final que acabou me traindo foi você. Sabe o que você é? - eu a olho nos olhos, a minha furia é tanta que eu não consigo conter as palavras que saem a seguir. - Você é uma vadia.
Sua boca se abre em um "o" silencioso. E praticamente no mesmo instante sua mão aberta voa em direção à minha cara. Tudo bem, eu mereci essa.
- Você é um filho da puta! Isso que você é. - ela explode. Eu mereci isso também. [...]

[...] Nós dois ficamos calados, ela se senta na cama com as mãos na cabeça e eu ando pelo quarto.
- Isso tudo foi um erro. - eu falo após um tempo - O namoro... e o casamento.
- O quê? - as lágrimas escorrem pelo seu rosto - O que você está dizendo?
Eu sinto meu coração bater forte no peito.
- Eu estou dizendo que eu não quero mais.
- Você está falando sério. - ela balança a cabeça - Talvez seja melhor mesmo. Se você não confia em mim.
Eu confirmo. Mas não tenho certeza disso.
- Então é isso? A gente vai terminar assim?
Eu dou ombros.
- Pega essa porcaria. - ela pega o anel do dedo e joga em mim, mas ele simplesmente bate em meu peito e cai em algum lugar no chão. - Pega e enfia no seu... [...]

Depois disso eu fui embora. Eu saí do quarto e ela ficou chorando, aquilo me deu vontade de voltar e ir abraça-la, mas eu não o fiz.
Quando eu chego na escada, consigo escutar o grito dela. Eu paro por um segundo, mas depois continuo. Não posso voltar, não agora.

Eu estou dentro do meu carro, depois que saí da casa, eu peguei meu carro e dirige cegamente por algum tempo. Parei em um estacionamento qualquer e fiquei dentro dele até que adormeci.
Acordei antes das 7h30, determinado a ir embora. Não só dá casa, mas do país, eu não quero estar perto dela, não depois de tudo que aconteceu ontem.

Eu dirijo para casa e quando chego lá, a primeira pessoa que encontro é meu pai.
- O que aconteceu ontem? - ele me pergunta preocupado.
- Nós terminamos, pai. - eu digo - Não me obrigue a falar sobre.
- Tudo bem. - ele fala e me abraça - Mas o que você queria me pedir mesmo? - ele me olha.
- A chave do apartamento de Londres. - Você vai para Londres? - ele me olha incrédulo - Vai ir embora assim?
- Eu preciso, pai. Eu disse coisas ontem que não podem ser retiradas, eu não quero... não posso vê-la agora.
- Tudo bem. - ele fala, sem mais perguntas.

Eu vou para o meu quarto, arrumar a mala. E quando abro a porta, me assusto com a bagunça. Todas as coisas que estavam em cima do móvel foram quebradas ou estão pelo chão, em uma parte tem até sangue.
Eu tenho que vê-la.
Começo a arrumar minha mala, e quando acabo, eu vou até o quarto de Kat, porém antes de abrir a porta, Jessie brota do chão, na minha frente. - Nem pense... - ela fala brava, mas com a voz baixa - Nem pense em entrar aqui até me contar o que aconteceu.
- Eu não vou contar.
Ela aponta a escada no corredor, e pela experiência que tenho com mães sei que isso significa que tenho que ir. Eu reviro os olhos e vou.
- Olha, Chandler, eu gosto muito de você, mas é a Kat. - ela gesticula - Alguém vai ter que contar o que aconteceu aqui ontem.
Eu fico calado.
- Sabe como eu encontrei ela ontem? Com as mãos cortadas, sentada no chão e chorando.
Eu engulo em seco. Isso é minha culpa.
- Eu não vou contar, Jessie. Espere para falar com ela.
Ela para.
- E como assim você vai viajar? Sem mais nem menos? - ela fala, parecendo minha mãe.
- Você não está me entendo, Jessie, eu preciso ir. - ela não fala nada, apenas abaixa a cabeça e respira fundo, depois ela sai do caminho.
Eu pego a mala, e quando passo pelo corredor de novo ela está encostada na parede.
- Chandler. - ela pega em meu braço, me fazendo parar.
- Sim? - eu me viro e inesperadamente ela me abraça.
- Só tome cuidado, ok? - diz quando me solta, eu concordo com a cabeça.

Depois que me despeço de meu pai, Ju e Andy, que está no berço. Eu sigo meu caminho para o aeroporto.

Após longas 9 horas de vôo e mais uns minutos de taxi, eu chego no apartamento da família em Londres.
São 6:00 da tarde. O apartamento é bonito e nem parece estar desocupado a tanto tempo.
Eu fico entediado boa parte do tempo, até que resolvo sair.
Eu ando pelas ruas do bairo, e entro no primeiro bar que vejo.
Bares me lembram a Kat, ela os adorava.
Me sento em um dos bancos e bebo meu whisky enquanto brinco com o copo em minha mão.
- Eu quero um Manhattan. - escuto uma voz feminina com sotaque britânico ao meu lado - E mais um whisky para o cavaleiro.
Eu a olho, é uma garota bonita, com cabelos escuros e olhos mel.
- O whisky. - o barman me dá o copo.
- Não, obrigado. - eu afasto o copo.
- Vamos. - ela fala com um sorriso - É falta de educação recusar.
Eu sorrio também e então pego o copo e o tomo.
- Nicolle Young. - ela estende à mão.
- Chandler Riggs. - eu retribuo com um aperto.

Era Pra Ser (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora