IT'S NY, BABY

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Pov. Kat

Tudo estava certo para a viagem, nós vamos dia 21 de dezembro. Hoje é domingo dia 18 e eu não poderia estar mais animada.
- Já fez a mala? - minha tia perguntou.
- Ainda não.
- Pois trate de fazer logo. Você sempre deixa pra fazer as coisas na última hora.
- Tá, eu vou fazer. - falei na defensiva.

- Animada? - perguntou.
- Muito. Tô com saudades daquele lugar. E eu marquei de me encontrar com algumas amigas da escola.
- Sente falta delas?
- Sim, bastante. Mas, eu tô bem aonde eu estou. - sorri pensativa.

Mais tarde, eu subi pro meu quarto e peguei a mala no closet. Fiz a maior bagunça. Ser organizada não é meu forte. Coloquei tudo o que precisava e quando terminei a mala, tive que arrumar o quarto.

Os dias passaram e eu estava uma pilha de ansiedade.
- Ta tudo ok? - perguntei pra minha tia que havia voltado de uma consulta.
- Sim, três meses quase quatro. Não deu pra ver o sexo, meu filhote tá crescendo super saudável. - colocou a mão na barriga que já estava aparecendo e continuou - E segundo a minha médica ta tudo certo pra viajar.
- Você tá tão ansiosa quanto eu? - perguntei.
- Acho que um pouquinho menos. - riu.

A segunda passou rápido e a terça também. Eu passei o dia com minha tia resolvendo os últimos detalhes e quase não vi o dia passar.

Olhei ao redor no meu quarto, e fui conferir se estava tudo certo com as malas, na última olhada vi várias coisas que eu havia esquecido. Então as guardei.

Quando eu me deitei, não demorei a dormir.

Acordei 7h, perdida no mundo. Tomei um banho e vesti uma calça jeans, meu all-star, uma blusa e coloquei um kimono por cima.

Desci com as minha malas e uma blusa de frio na mão, que coloquei na minha bolsa.

Minha tia já estava na cozinha com o pessoal.
- Bom dia, gente. - comprimentei.
- Bom dia.
- Que cara feia é essa? - Chan perguntou pra me provocar.
Mostrei meu dedo do meio e ele riu.

Nós fomos de taxi pro aeroporto. Chegando lá minha tia e o Rick foram fazer o check-in.

- Tô morrendo de sono. - falei me espreguiçando.
- Você vai ter tempo pra domir no avião. - o Chan falou.
Ele tava com a Jud no colo e ela estava dormindo como um anjinho.
- Essa aqui é outra preguiçosa. - falou e eu ri.

Depois de algum tempo de espera, o vôo foi chamado e nós fomos para o avião. Ele logo levantou vôo e nós partimos.
- Eu adoro olhar pra janela. - apontei - Me dá uma estranha sensação de liberdade.
Ele me olhou e depois olhou a janela.
- O céu é incrível. - disse e eu confirmei.

Logo uma aeromoça apareceu. Uma mulher loira muito bonita com aparência de uns 30 anos.
- Vocês precisam de algo? - perguntou sem tirar os olhos do Chan.
- Não, estamos bem.
Eu disse e esperei ela ir embora. Mas ela continou lá.
- E você, precisa de algo? - perguntei com certo nível de ignorância na voz.
Ela me olhou com uma cara de desagrado e eu apenas sorri. Ela se virou e foi embora.
- O quê foi isso? - perguntou rindo com uma cara de dúvida.
- Isso o quê? - perguntei fingindo densentendimento.

O encarei por um tempo, até que ri e me virei pra janela. Após alguns minutos eu adormeci.

Acordei duas horas depois, olhei ao redor e vi que ele tinha seus braços ao meu redor. Eu levantei com cuidado e sai da poltrona. O avião estava bem silencioso, as pessoas dormiam, algumas conversavam e outras liam.

Na volta do banheiro, vi minha tia, acordada, assistindo Rei Leão.
- Eai? Tudo ok? - perguntei.
- Sim, e vocês?
- Ele tá dormindo. E vou voltar. Tchau. - acenei.
- Tchau.

Voltei e me sentei. Assisti o filme enquanto comia.

Após algum tempo, eu notei que o bonito ainda não havia acordado.
- Ei. - balancei ele - Acorda.
- Que foi? - perguntou abrindo os olhos.
- Nada. Eu só queria que você acordasse.
Eu ri e pisquei, enquanto ele me lançava um olhar mortal.

Uma hora depois, o avião aterrissou e eu me levantei, sem a menor disposição. Nós descemos do avião e nós dois esperamos o Rick e a minha tia.

- Sua cara conseguiu ficar pior do que mais cedo. - ele disse rindo de mim.
- Você quer levar um soco? - me virei olhando pra ele.
- Olha a agressividade. - riu e se virou pro portão onde minha tia e Rick vinham com a Ju.

Nós pegamos as malas, e íamos saindo quando a porta se abriu e a brisa gelada nos atingiu de uma vez.
- Pegar as blusas? - minha tia perguntou.
- Sim. - concordamos.

Naquele momento, eu me dei parabéns mentalmente por ter colocado o moletom na bolsa mais cedo.

Nós finalmente saímos do aeroporto e eu me senti muito bem com a sensação de estar voltando pra casa. Pegamos um taxi, o caminho não era muito longo.

Descemos do taxi, na frente do enorme prédio, que um dia eu já morei.
Entramos e eu vi o porteiro que já conversou tantas vezes comigo.
- Seve. - chamei, enquanto minha tia parava ao meu lado.

Seve. Um cara de uns 38 anos, bem bonito e muito simpático, um grande amigo meu.

Ele se virou e quando nos viu, abriu um grande sorriso e veio em nossa direção. Nós logo fomos abraça-lo.
- Quanto tempo. - ele disse.
- Senti saudade. - respondi.
- Você nem ligou pra me atualizar. Aliás vocês duas. - apontou pra minha tia.
- Tenho novidades. - ela disse e colocou a mão na bariga.
- Parabéns! - ele disse a abraçando novamente.

Ele logo notou os meninos atrás de nós e perguntou discretamente.
- E eles?
- Esse é meu namorado e pai do meu filho. - mostrou Rick que o comprimentou.
- Esse é o Chandler - falei - e essa pequena, é a Judith. Filhos do Rick.
- Prazer. - ele disse estendendo a mão.

Logo nós entramos no elevador, e eu apertei o botão da cobertura.

- Esse é o nosso apartamento. - falei enquanto nós entrávamos.
- É bem bonito. - Rick disse.

Todo o apartamento havia sido decorado pela minha mãe que tinha isso como sua profissão. Era uma decoração muito bonita e sofisticada, porém bem simples, nada extravagante.

- O melhor é por aqui. - minha tia mostrou o caminho pra sacada.
- Ta vendo ali? - apontei para uma avenida perto.
- Sim. - responderam.
- É a Times Square. - os olhei sorrindo.
Estava com o pessoal na sala. Quando eu olhei a escada, e senti uma necessidade de ver meu quarto. Então eu subi, em passos lentos.

Parei na frente da porta do quarto, coloquei a mão na maçaneta, fechei os olhos e soltei um longo suspiro como se aquilo pudesse dispersar toda minha ansiedade em estar lá depois de tanto tempo, logo abri meus olhos e a porta.

Dei um passo e entrei. A cama era a mesma, minha escrivaninha também, tudo em branco. Olhei para as paredes que ainda tinham os pôsteres e as fotos da minha família.

Me aproximei pra ver. Todos estávamos felizes. Logo senti algumas lágrimas correndo na minha bochecha, as limpei e saí do quarto.

Desci a escada, voltei pra sala e me sentei no sofá.
- Você tá bem? - minha tia perguntou baixo.
Eu forcei um sorriso e confirmei com a cabeça.

Depois de colocar as malas nos quartos e ficar algum tempo discutindo aonde iríamos almoçar, nós finalmente saímos.

A gente foi almoçar em um restaurante italiano. E ao sair nós fomos comprar os presentes de Natal.
Depois de fazermos todas as compras, já estava anoitecendo e nós estávamos indo embora.
- Oque você comprou? - Chan perguntou.
- Você vai saber quando abrir. - olhei pra ele.

Ele revirou os olhos e eu ri. Nós seguimos andando até o táxi.
Chegamos em casa bem tarde e todo mundo resolveu dormir.
Ajudei minha tia a arrumar um dos quartos enquanto os meninos arrumavam o outro.

- Você vai me contar? Ou? - ela me perguntou.
Eu ri, pensando em como ela sempre sabe quando eu não estou bem.
- É a casa. - falei olhando ao redor - Eu senti uma presença muito forte dos dois. Não que não seja uma boa presença. É uma coisa boa. Mas, me deixa triste porque eles não estão aqui.
- Eu sei. Eu também me senti assim. Até porque é a primeira vez que a gente vem aqui desde que eles se foram, e você se mudou pra minha casa.
- Eu acho que vai demorar um pouco pra me acostumar aqui. - eu falei e ela concordou - Mas, essa é a nossa casa. E a gente vai ficar bem.

Era Pra Ser (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora