Era Pra Ser (Completo)

Sou sua

No dia seguinte, eu acordei com uma ressaca enorme. Coloquei a primeira roupa que vi e fui tomar café.

- Acordou, Bela adormecida? - o Matt perguntei quando eu me sentei.
- Não idiota, tô lá no meu quarto ainda.
O pessoal na mesa riu.
- Macia como um tijolo. - disse sorrindo.
- Ressaca? - Minha tia perguntou.
Eu confirmei com a cabeça e tampei os olhos com a mão.
Tomei um remédio para a dor de cabeça e continuei sentada.

Me levantei e caminhei em direção à saída da cozinha.
Cheguei na borda da piscina e pulei, de roupa e tudo.
Mergulhei e depois fiquei encostada na borda, cantando baixinho com os olhos fechados.

Abri meus olhos quando senti a água bater nas minhas costas. O Matt pulou e me assustou.
Logo todos estavam na piscina, passamos a tarde toda lá, e eu já estava bem melhor quando saí.

- Não tô pronta pra te deixar ir embora. - falei pro Matt.
- Eu vou sentir saudade também, pequena. - falou me abraçando.
- Você que vai levar a gente amanhã?
- Sim. - falei me afastando - E o Chan também vai. Ele disse que quer me levar em um lugar. - disse dando de ombros.
Dei boa noite e fui pro meu quarto, deitei logo e dormi.

No outro dia à tarde, nós fomos para o aeroporto, levar o Mat e o Steven. A Lauren resolveu ficar mais uns dias.

- Tchau. - falei abraçando o Matt.
- Se cuida. E se ele fizer algo que você não gostar, me liga, que eu venho acabar com ele pessoalmente. - eu ri e nos separei.
- Tchau. - falou, me deu um beijo na testa e ele e o Steven foram.

Eu fiquei parada no mesmo lugar com o Chan ao meu lado.
- Vamos. - falou e eu voltei à realidade.
O segui. Peguei na mão dele e nós saímos do aeroporto, indo pro meu carro.

- Posso dirigir? - perguntou.
- À vontade.
- Conta aonde nós vamos. - perguntei depois que saimos do estacionamento.
- É surpresa.
- Por favor. - falei juntando as mãos.
- Ok. É um lugar em que eu vou quando eu preciso ficar só. E é muito bonito. - completou.
- Só isso? - falei - Não dá pra saber aonde é.
- Eu sei. É porque é supresa. - falou e eu revirei os olhos.
- Tá bom. Você ganhou, não vou perguntar mais.
Ele olhou pra mim rindo, e voltou sua atenção pra estrada.

20 minutos andando na rodovia e eu já estava ficando impaciente. Então ele fez um desvio, entrou em uma estrada de terra ao lado de uma clareira e estacionou.
- É aqui que nós descemos. - disse tirando o cinto e eu acompanhei.
- Finalmente. - falei saindo do carro - Legal, o lugar. O que você faz aqui? Medita?
- Não é aqui Kat. Eu estaciono aqui, porque não dá pra passar de carro.
- Ah. - falei.
- Vamos.
Passamos pela árvores, eu o seguia enquanto ele ia na frente.
- Vai demorar muito? - perguntei.
- Não.
- E agora? - perguntei de novo após alguns minutos.
- Já tá chegando. - falou.

- Para aqui. - falou se virando pra mim, após uns minutos de caminhada.
- Porque?
- Me fala o que você tá escutando.
- Como assim?
- Fecha os olhos e se concentra nos sons ao redor.
Fechei meus olhos, como ele pediu. Tentei mais não ouvi nada.
- Não tô escutando nada. - falei abrindo os olhos.
- Tenta de novo. E se concentra.
Fiz de novo. Demorou alguns segundos até eu escutar um barulho.
- Ok. Agora eu escutei. - abri meus olhos.
- O que você ouviu?
- Barulho de água. - falei - Tipo quando a água bate nas pedras.
Ele sorriu e pegou minha mão, me guiando pelo meio das árvores.
- É aqui. - falou parando.
Havia uma cachoeira entre duas montanhas. A água era cristalina e eu logo me apaixonei pelo lugar.

- Como você achou esse lugar? - perguntei, quando estávamos sentados em uma pedra.
- Teve um dia que eu briguei com meus pais. Melhor você não saber o motivo. Então eu saí sem rumo, dirigi pela rodovia, parei naquele lugar onde eu estacionei. E comecei a andar. E acabei chegando aqui, e passei a noite . Nem preciso falar que meus pais quase me mataram no outro dia. - rimos - Desde então eu venho pra cá sempre.
- É um lindo lugar. E é mesmo bom pra pensar.