- Eai, vai me falar o que aconteceu ontem? - perguntou quando estávamos esperando o pessoal.
- Não. - sorri - Vamos comer alguma coisa? - falei mudando de assunto.
- Vamos, dona bipolaridade. - concordou, indo comigo para a cozinha.
Saímos do apartamento, após alguns minutos na cozinha.O caminho foi tranquilo. Chegamos no aeroporto com alguns minutos de antecedência. Me despedi das meninas, choramos, mas deu tudo certo.
Sentei na poltrona do avião e olhei pela janela. Aqui estou eu, me despedindo desse lugar pela segunda vez, mas agora eu estou indo por vontade própria.O vôo foi calmo. Chegamos em Miami às 10h30. O choque de climas foi claro.
O calor era enorme, logo tirei a blusa de frio, ia tirando a outra mas lembrei da marca no meu ombro e continuei com ela.- Lar doce lar. - minha tia disse se jogando no sofá.
Eu ri e me joguei junto. Logo todos estávamos sentados, assistindo televisão.Fui pro meu quarto me trocar. Entrei e abri a janela, deixando o vento entrar. Coloquei um vestido e fui pro banheiro, consegui dar um jeito de esconder o chupão com maquiagem.
Enquanto eu ainda estava no banheiro quando escutei a porta abrir.
- Dá pra ver? - perguntei mostrando o ombro, quando vi o Chan parado na porta.
- Eu só sei que está aí, porque fui eu quem fez. - falou.
- Engraçadinho.
- Vocês já vão? - falei saindo do banheiro.
- Tá com pressa? - falou me olhando.
- Ficar uma semana inteira contigo não foi fácil. - falei brincando.
- E dormir comigo, foi? - falou pra provocar.
Me aproximei e tive que ficar de ponta de pé, mas cheguei a altura do pescoço dele.
- Foi terrível. - falei bem devagar perto pescoço dele e virei as costas, indo pra fora do quarto.Desci a escada, indo em direção a cozinha.
Pouco tempo depois, o Rick resolveu ir embora.
- Tchau. - o Chan falou ao se depedir de mim, me puxou pra um abraço e falou no meu ouvido - Aquilo não se faz.
- O que? - perguntei fingindo desentendimento.
Nos separamos e ele me deu uma olhada maligna. Provavelmente vai ter volta.O dia passou rápido e à noite eu não consegui dormir. Peguei o celular e mandei uma mensagem pra ele.
Whats on:
"Fodeu"
"O que foi?" - respondeu.
"Me acostumei à você"
"Puts. É foda."
"Eu sei"
"Pior que eu me acostumei à você também" - ele disse.
Whats off.A noite passou devagar, amanheceu, eu levantei e fui pra sala, assistir desenho, igual uma criança faria.
Escutei a campainha tocar e fui abrir a porta.
- Oi. - Chan falou encostado na porta.
- Você tá super animado, ou é só impressão. - dei espaço pra ele entrar.
- Culpa sua. Eu não consegui dormir. - falou se jogando no sofá.
- Então somos dois. Não dormi nada.
- Mas você sabe que se a gente quiser voltar a dormir bem, vamos ter que desintoxicar. - falei olhando-o.
- Como assim? - perguntou.
- Estamos viciados, um no outro. - ri - Sério, não podemos dormir juntos.Fomos comprar sorvete à tarde. E voltamos conversando.
Quando abri a porta de casa, encontrei alguém que não via a muito tempo.
Corri ao seu encontro e pulei pra abraça-lo.
- Matt! - exclamei e o abracei mais forte que pude.
- Quanto tempo, pequena. - disse e me soltou.
- Lauren! - falei e abracei a mulher de cabelo escuro.
- Como você cresceu. - ela disse.
- Mentira. - eu disse rindo - Eu continuo pequena.Depois dos abraços, ela me perguntou:
- Quem é ele?
- Esse é o Chandler. Meu amigo e filho do Rick.
- Prazer. - disseram.Mais tarde, estávamos nós três deitadas na cama da minha tia.
- Ele é bonito - a Lauren falou.
- Eu sei. - respondi.
- Quando vocês vão assumir que se gostam? - minha tia perguntou.
- Não sei. - falei sem pensar.
- Então você admite?
- Não sei. - coloquei minhas mãos no rosto - Tudo tá tão confuso. - disse e me sentei - Especialmente depois que nós nos beijamos.
- Vocês tem que falar sobre. - Lauren falou.
- Que bonitinhos. - minha tia disse.
- Eu vou indo. Antes que eu fique presa em um interrogatório. - falei me levantando e indo pro meu quarto.
- Tchau, bonitinha. - falaram juntas.- Oi. - falei olhando o Matt que estava parado olhando pela janela do quarto.
- Eaí, pequena? Sentiu saudades?
- Muita. - falei me sentando na cama - E as novidades? - perguntei e ele abriu um grande sorriso.
- Eu e Luiza vamos nos casar.
- Sério? Parabéns. - o abracei.
- A Lu não pode vir. - continuou - Mas ela mandou um beijo. Nós íamos te ligar, mas como eu estou aqui, não vou perder a oportunidade. Você aceita ser nossa madrinha de casamento?
- Que!? - falei com a mão na boca - Claro que sim.Conversamos de todos os assuntos possíveis. O Matt é meu melhor amigo a muito tempo, praticamente um irmão, e ele me conhece como ninguém.
- Sabia que você tá com cara de apaixonada? - perguntou com uma cara séria, depois de algum tempo.
- Eu? - perguntei colocando a mão no peito, me fazendo de desentendida - Não sei do quê você está falando.
- É aquele garoto, não é? - perguntou arqueando a sobrancelha.
- Sim. - falei desviando o olhar pra janela.
- E você gosta dele?
- Acho que sim. - falei olhando pra ele - Eu não tenho certeza.- A gente se vê amanhã. - falou saindo do quarto.
- Tchau, Matty. - falei.Passei o dia seguinte inteiro com o Matt. Fomos na praia e em um restaurante no pier, que é lindo.
- Isso no seu ombro não é o que eu to pensando, é? - me perguntou apontando.
- Droga. - falei baixinho - Depende do que você tá pensando. - falei.
- Você sabe o que eu acho que é.
- Sei. - falei revirando os olhos.Voltamos pra casa andando, e conversando sobre a vida.
Chegamos em casa, o Matt foi pro quarto e eu fui pra cozinha onde minha tia e a Lauren estavam conversando e comendo brigadeiro.
- Nem chamam? - perguntei com as mãos na cintura.
- Você não tava aqui. - minha tia disse, me entregando uma colher.
Eu ri e me sentei do lado da Lauren.
- Porque eles são tão difíceis?
- Quem? - perguntei.
- Homens. - falaram juntas.
- Eu amo meu marido. - Lauren falou - Mas, as vezes ele me faz perder a paciência.
Nós rimos, e eu falei:
- Também acho. - falei lembrando do Chandler que ficou estranho comigo desde ontem à tarde.
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Era Pra Ser (Completo)
FanficLivro 1 da trilogia "Era pra Ser". Katelyn Nacon, de 17 anos, perdeu os pais, e com eles a sua vontade de viver. Desde então foi como se ela tivesse perdido o ar e vivesse no automático. Então ela o conheceu, e foi como se ela pudesse respirar nova...